quarta-feira, 29 de junho de 2011

Fim dos Partidos Politicos?

Por Adelson Vidal Alves



          
          Entre os cartazes carregados por jovens que sairam as ruas para mobilizações populares nos países árabes e na Europa, um deles se destacava pela frase Os jovens saíram as ruas e subitamente todos os partidos envelheceram...!
          Os dizeres representam uma profunda crise dos partidos politicos, inclusive os de esquerda, incapazes de conseguir captar as mudanças comportamentais das novas gerações de juventude e a metamorfose dos novos sujeitos sociais. Organizados de forma piramidal, burocraticamente centralizados e com ouvidos tapados para o eco de suas bases, os partidos politicos precisarão se modificar para continuar sendo o organizador das demandas universalizadas dos fragmentos sociais.
         As últimas mobilizações do mundo mostraram lutas heterogêneas, organizadas por grandes redes sociais, sem participações de partidos ou lideranças carismáticas. Tudo aconteceu espontâneamente, com formas de participaçao horizontal, sem ordens dadas de cima e com plataformas múltiplas que se encontravam nas grandes multidões.
         Diante deste quadro complexo, resta nos perguntar que papel ocupa hoje as organizações politicas tradicionai. É possivel superar a crise dos partidos politicos ou devemos pensar novos instrumentos de luta política que estejam de acordo com a nova forma de luta e reivindicação dos novos sujeitos sociais?
         Tenho pra mim que pelo menos por enquanto é o Partido politico a unica ferramenta de luta universal capaz de absorver as demandas plurais dos varios segmentos da sociedade e convertê-las em um projeto politico em conexão com a luta pelo poder e a transformação da sociedade. O que não significa, entretanto, desprezar as mutações mundiais na luta social. Se os partidos continuarem velhos, também ficarão solitários e sem capacidade de intervir nas mudanças e abrir caminhos para formas de organização politica e social pelos paramêtros das classes dominantes. O fim dos partidos politicos serveriam apenas para desarmar as classes subalternas e favorecer a dominação do capital com seus tentáculos invisiveis.
         A crise dos partidos politicos ainda não parece ser terminal, mas seu papel no mundo moderno passa por processos de transformação. É preciso entender as novas realidades, formas de luta e a cabeça da juventude, resgatar o protagonismo de instrumentos politicos devidamente organizados com respeito a pluralidade de idéias e a democracia. As manifestações espontâneas geram mobilizações e são muito mais democráticas mas são incapazes de livremente caminharem para disputas hegemônicas que irão dar novas diretrizes para a construção de uma nova ordem social.

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