segunda-feira, 4 de julho de 2011

Um país injusto

Por Adelson Vidal Alves



          Mesmo depois de oito anos de um governo oriundo das classes subalternas, o Brasil permanece no topo dos países mais desiguais do mundo. Por aqui os 10% mais ricos concentram cerca de 90% da renda nacional, 1% dos prorietários rurais concentram mais de 60% das terras cultiváveis, enquanto mais de 15 milhões de brasileiros vivem em situação de extrema pobreza e 20% das rendas familiares são complementadas por programas compensatórios do governo.
         Tamanha distorção se explica em parte pelas estruturas coloniais que teimam em se conservar intactas no decorrer dos séculos. Os governos sucssivamente eleitos se negaram a fazer reformas nestas estruturas, tementes que são a reação das classes dominantes, e com isso o povo brasileiro paga o alta preço de tamanha injustiça.
        Esperava-se do governo Lula exatamente estas reformas. Uma reforma tributária que alternasse a tributação brasileira de regressiva para a progressiva, desonerando o setor produtivo e taxando as grandes fortunas, propriedades e principalmente o setor expeculativo, que goza de total liberdade de circulação sem qualquer controle estatal. A injustiça tributaria brasileira faz com que os pobres paguem proporcionalmente mais impostos que os ricos.
        A reforma agrária talvez seja a mais urgente de todas. A brutal concentração de terras cria exodos rurais, que por sua vez incham as cidades causando situações de pobreza e violência nos grandes centros urbanos. O modelo agrícola brasileiro serve prioritariamente aos setores agroexportadores, que concentram suas atividades no mercado exterior e empregam cada vez menos, ao passo que desconsideram a produção de alimentos para o mercado interno. O modelo de agricultura familiar provou não só ser mais eficiente (70% dos alimentos que chegam a nossos pratos todos os dias vem da agricultura familiar) como demonstrou ser mais justo na medida em que prende as familias camponesas no campo e distribui renda. Se a reforma agrária não sai é por culpa quase exclusiva dos governos. Caso não existisse o MST a situação poderia estar ainda pior.
        O governo Lula preferiu por uma governança conciliadora. Até melhorou os indices sociais através de politicas de compensação sem contudo alterar a logica concentradora nacional. A politica economica adotada pelo PT repete o modelo tucano, beneficiando o capital financeiro que lucra cada ano mais. O banco Itaú lucrou nos três primeiros meses deste ano mais de R$ 3,5 bilhões de reais, enquanto seus funcionários minguam os menores salários da categoria.
        Neste inicio de governo Dilma não há sinais de mudanças de rumo. Se o povo brasileiro não tomar em suas mãos os destinos do país, talvez tenhamos que conviver com a lamentável contradição de um país tão rico em recursos naturais e tão ingrato com seu povo.

Um comentário:

  1. Porque os brasileiros não querem ter mais, que 1 ou no maximo, 2 filhos, sem falar naqueles que nem lhes passa pela cabeça a idéia de ter filhos?
    Por que eles sabem que quanto maior a familia mais dificil fica de dar aos filhos tudo que eles tem direito de ter, e o que são esses direitos?
    Casa decente para morar,boa alimentação,roupas, calçados,brinquedos,um bom sistema de saúde,boas escolas publicas,faculdades,trabalho,e tudo isso como muita segurança.
    Bem,comparando agora o Brasil a uma familia,voces não acham que essa familia é muito grande para ser governada por poucos como é? Voces não acham que uma familia quanto menor ela for fica mais facil governa-la e dar aos filhos tudo que eles nescessitam pra terem uma vida digna? Pois na minha Opinião esse País devia ser dividido,formando pequenos países assim como pequenas familias,assim quem sabe eu e meus filhos teriamos uma chance de sermos um pouquinho felizes.Tenho vergonha de ser brasileira, e vejo meus filhos ja falando o mesmo. filhos envergonhados da sua Patria

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