Conheci Daniel Iliescu quando eu ainda militava no movimento estudantil. Humilde, guerreiro e extremamente sensivel a causa do movimento, o novo presidente da UNE tem o perfil ideal de quem tem a tarefa urgente de resgatar as lutas que historicamente honraram o nome da entidade. Lucia Stumpf e Augusto Chagas, os dois últimos presidentes, prenderam a organização maior dos estudantes a uma prática burocratizada e governista.
Iliescu sempre se pautou pelo respeito as bases, quando que por tantas vezes veio em Volta Redonda foi um dos poucos a reconhecer a importância do interior para a construção de um movimento robusto e democrático no estado do Rio de Janeiro. Apesar de disciplinado com a organização que pertencia, a UJS (União da Juventude Socialista) nunca se curvou a negociatas espúrias, hoje a maioria dos dirigentes do movimento pensam apenas em impor seus propósitos através de alianças descriteriosas e muitas vezes imorais.
Daniel foi diretor de relações internacionais na ultima gestão da UNE, uma das pastas que desenvolveram politicas mais avançadas da entidade, em geral a União Nacional dos Estudantes serviu apenas para reproduzir em suas bases as politicas neoliberais do governo Lula no campo da educação.
O novo presidente irá substituir Augusto Chagas, um paulista sem carisma, minguado e mau articulado. Iliescu é exatamente o contrário, é intelectual, carismático e excelente articulador. Com ele até mesmo as oposições terão mais espaço, bem diferente da ditadura de outros tempos.
A UNE inicia uma nova gestão carregada de esperança, mas principalmente desafios. Daniel Iliescu é presidente e não dono da entidade, terá que ser muito habilidoso no trato com a pluralidade que caracteriza a entidade, deverá ser firme para evitar discidências e principalmente independente frente ao governo e a burocracia do partido que participa, no qual tantas vezes tentou usá-la como correia de transmissão de seus projetos.
Espero que o Daniel presidente da UNE seja o mesmo que por tantas vezes visitou o interior do Rio de Janeiro e foi articulador sensivel e humilde quanto a luta dos estudantes, respeitando suas particlaridades.
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