Por Adelson Vidal Alves
Em Volta Redonda assistimos o
esvaziamento da política, pensada no sentido aristotélico e enriquecida pelo
aperfeiçoamento do jogo democrático. O principal sintoma deste vazio está no
que eu chamaria de “Judicialização da política”, ou seja, a transferência da
ação coletiva dos espaços tradicionais da política (partidos, movimentos
sociais, parlamento etc) para o campo exclusivo dos tribunais. Isso se percebe
fácil quando vemos as excessivas tentativas de destituir o governo Neto usando
de recursos jurídicos. As oposições, carentes de um projeto de cidade,
recusaram a política e a batalha das idéias para se concentrar unicamente na
via judicial para chegar ao poder. Como o Poder Judiciário é o que menos sofre
controle social, e suas decisões são tomadas por pequenas elites letradas e sem
necessidade de satisfação ao povo, a escolha desta via guarda riscos
autoritários, principalmente por desprezar o campo da maioria popular e se
atentar exclusivamente na burocracia jurídica.
É óbvio que a Justiça é ponto
fundamental na sustentação de um regime democrático, mas no momento em que ela
deixa de ser guardiã das regras do jogo para adentrar-se na luta pelo poder,
vivemos neste momento a substituição dos caminhos coletivos da política para outros
bem mais individualizados. Entregamos as decisões que deveriam do povo em suas diversidades, nas mãos de uma minoria com amplo poder de decisão.
As oposições confessam sua
incapacidade de formulação de alternativas políticas, e recorrem a micros
golpes jurídicos, com o fim de, quando não derrubar o governo, impedir sua governabilidade.
Tudo isto é terrível para a democracia.
É bem verdade que as oposições
não são homogêneas. Parte dela é fisiológica, e se concentra basicamente na Câmara
de Vereadores, envolta num agrupamento híbrido de partidos e parlamentares com
o interesse pragmático comum de enfraquecer o governo. Outra parte
oposicionista vem de setores da esquerda, que agem principalmente no campo
sindical. Ainda que esta última consiga manter relativa coerência ideológica, nutrem
simpatia com os artifícios da oposição. Volta Redonda sofre com a ausência de
uma esquerda democrática forte, que fosse capaz de organizar a luta política em
alinhamento com o espírito republicano do Estado de direito. Infelizmente, as
esquerdas da cidade do aço se revezam entre um transformismo governista e um
sectarismo raivoso.
O fato é que os últimos anos
testemunharam um enfraquecimento de nossa sociedade civil, assim como o
empobrecimento brutal da batalha das idéias. Faz se urgente que o governo
recupere a capacidade de diálogo com os variados setores da sociedade, e que
faça imediatamente reformas, capazes de alinhar o governo com as novas formas
de sociabilidade que nascem da sociedade em rede. A sociedade civil também deve
se responsabilizar pela busca do resgate da política como mecanismo privilegiado
na construção de vontades coletivas. Caso o contrário, seguiremos com a triste
constatação de que em Volta Redonda a política foi derrotada.
Adelson e a sua já manjada desonestidade intelectual. Adelson os processos que o seu Prefeito Antônio Franscisco Neto são frutos das atitudes dele como governante, o cara passa por cima das leis, não cumpre um decisão judicial transitada em julgado (Caso do PCCS) e você vai querer que a oposição se contente apenas com o jogo político? Ora recorrer ao Judiciário quando o Governante atravessa leis e descumpri determinações júdicias ao meu ver faz parte do jogo político também.
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