quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Resposta a Elson Sepulveda




Caro Elson,

Chegaram a mim alguns textos de sua autoria publicados em seu blog, no qual o senhor faz ataques deselegantes a minha pessoa.  Com ironia, deboche e até mesmo com profunda arrogância, o senhor rejeita o debate de ideias para fazer críticas pessoais, que reconheço não ter entendido até agora os reais motivos.
Bem, nos conhecemos se não me engano no ano de 2005, quando tinha acabado de entrar no governo Gotardo. Conversamos algumas vezes, e naquele momento não percebi esse seu lado agressivo que ora apresenta. Hoje seus escritos estão cobertos de anticomunismo, como bem colocou a professora Marlene Fernandes. No entanto, o motivo pelo qual te envio este email não é tentar decifrar este seu rancor antiesquerda, mas esclarecer alguns pontos injustos que você me atribui.
Ao contrário do que o senhor apresenta em suas notas, não tenho nenhum apreço pelos desvios autoritários do “socialismo real” do leste europeu. Permaneço sendo comunista, mas o que espero desta nova ordem social é exatamente um ambiente democrático, sem alienação e exploração. Em 2010 deixei o PC do B por suas relações desafinadas que mantém com o que consideram “democracia burguesa”. Como sou adepto da tese do valor universal da democracia, não vejo outra forma de revolução senão conservando e aprofundando as liberdades democráticas, hoje concretizadas por instituições erguidas e sustentadas por luta direta das classes subalternas contra a burguesia. Desta forma, é desonestidade de sua parte me aproximar do Stalinismo ou algo parecido, que onde posso, tento combater.
Seu desconhecimento pela teoria marxista é visível. Ou talvez o senhor tenha usado de má fé, ao tentar colocar como sinônimos o comunismo e o regime de terror posto em prática por Josef Stalin. Não há em Marx e seus herdeiros democráticos, qualquer sinal de que a revolução deva se sustentar em métodos de terror. Sugiro que se aprofunde no filósofo alemão, ou mesmo se arrisque em leituras de seu mais atual discípulo, o italiano Antônio Gramsci, do qual tenho como maior referência teórica.
Quanto ao artigo em que o senhor desrespeitosamente me chama de laranja, acho que pouco deve ser comentado, porque ali fica claro quem desaprecia o bom debate. O que fiz quando elaborei a carta de apoio a Neto, foi exercer meu direito de cidadão em atuar no cenário eleitoral. Não impus nada em minha carta, apenas propus uma reflexão, que foi rebatida por Boechat e Miguez, de forma respeitosa e com argumentos plausíveis. Meus dois amigos, visivelmente em campos diferentes do meu, souberam fazer uma discussão sem precisar recorrer a “chutes na canela”.
Termino este email dizendo que estou aberto a debates, desde que não se recorra a desqualificações pessoais e argumentos falsos.


Abraços,

Adelson Vidal Alves


Para ler os textos citados de Sepulveda acesse:

http://elsonsepulveda.blogspot.com.br/2012/12/democracia-de-meia-tigela.html
 
http://elsonsepulveda.blogspot.com.br/2012/12/adelson-alves-vidal-uso-improprio-para.html

http://elsonsepulveda.blogspot.com.br/2012/10/adelson-vidal-o-laranja-do-continuismo.html
 
http://elsonsepulveda.blogspot.com.br/2013/01/edicao-extraordinaria.html
 

2 comentários:

  1. Ah, qual é Adelson ?? Pela cara se percebe q é um comédia querendo ser notado. Você vai esquentar a muringa com isso ? Dê gargalhadas... afinal é pra isso q existem os palhaços, pra nos divertir.

    Abraço
    Nícholas

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  2. Marx fala que é preciso uma ditadura do proletariado em crítica do program de Gotha. O modelo era a comuna de Paris.

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