sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

PSOL: a direita são os outros



Por Adelson Vidal Alves
O PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) ergueu-se sob a desilusão de ex-petistas diante do governo neoliberal de Lula, em 2005. Para seus fundadores, o PT teria traído o povo e suas bandeiras, sendo incapaz de ser portador dos sonhos originários da esquerda socialista.


Que o Partido dos Trabalhadores se converteu em gerente do capitalismo, tendo virado as costas paras as práticas republicanas, isto é fato. O que os militantes do PSOL deveriam permanecer debatendo, é o fato de que se recuperar a ética e os valores do PT, que se criou m meio a um contexto de ascensão das lutas sociais, ainda é o melhor caminho.


A se julgar por sua política de alianças, o PSOL segue firme na convicção de que os aliados devem no mínimo guardar um dialeto político semelhante ao seu. A vitória a prefeitura em Macapá e a derrota em Belém, no entanto, revelaram sintomas de fragmentação na prática política. Na capital do Amapá, coube até demos e tucanos em seu arco de aliados, considerados pelo partido como a direita neofascista do Brasil. Ainda que condenações da base permaneçam fortes a essas exceções, não há sinal de que o partido pretenda punir alguém que tenha subido no palanque junto ao PT, PSDB, PPS ou DEM, considerados, repito, indignos de frequentar os mesmos espaços de um partido de esquerda.


As portas de mais uma eleição presidencial, o PSOL abre discussões sobre a questão conjuntural. Sem quadros nacionais, depois do declínio de Heloisa Helena, tudo indica que o partido deva mesmo lançar-se a uma campanha eleitoralmente despretensiosa, salvo um improvável deslocamento para o campo mais ao centro da oposição. Digo isso a partir de um de seus principais dirigentes, o respeitado Milton Temer.


Jornalista, ex-deputado federal, Temer representou um dos setores mais avançados do PCB, os chamados “Eurocomunistas”, que ainda contava com a presença do filósofo Leandro Konder e do nosso querido Carlos Nelson Coutinho, falecido em Setembro de 2012. Em seu blog, Temer qualificou a possível presidenciável Marina Silva como sendo a “Nova Direita”. Ao fazer isso, o dirigente psolista iguala a ex Ministra do Governo Lula a todos os grupos e setores da sociedade que pautam sua visão de mundo sem qualquer compromisso por demandas populares mais profundas. Temer coloca Marina no mesmo saco de FHC, Alckmin, Collor, Maluf, que receberam reforço de Serra, Freire e Aécio, todos de direita segundo a visão do dirigente.


Para Milton Temer, a esquerda se reduz a trindade PSOL, PCB e PSTU, todos sem qualquer vocação de governo. A chamada “frente de esquerda” se apresenta como um agrupamento político disposto a denunciar a farsa da “democracia burguesa”, apresentando um programa radicalmente socialista, sem concessões pontuais.


O PSOL e seus aliados à esquerda guardam o caráter e a honestidade de socialistas que mantém vivo o sonho revolucionário. É uma pena que muitos deles ignorem a complexidade do mundo moderno, que impede que conceitos como esquerda e direita sejam usados de forma esquemática. Para o PSOL, a direita são os outros.


Um comentário:

  1. O PSOL é adepto do reformismo revolucionário do seu querido Coutinho, além das inspirações trotsquistas. Isso dá em oportunismo eleitoral, nada mais. O PSOL está degenerando como aconteceu com o pT, só que mais rápido.

    Com o PT a degeneraçaõ total para a corrupção começou em 94, quando Cesar Benjamin foi expulso, com o pSOL começou com a eleiçaõ desse clécio em Macapá.

    Realmente eles se aliaram ao DEMO. Trotsky também se aliou aos nazis.
    Bussiness as usual.

    ResponderExcluir