terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O PPS na oposição



Por Adelson Vidal Alves 
O PPS assumiu a herança do PCB com a condição de adaptar-se ao jogo democrático. Desde 1992 ocupa o campo da esquerda democrática, modernizando o discurso socialista e fazendo sua luta por dentro das regras do jogo. Desde 2004 atua na oposição aos governos do PT, coerente com seu programa de não aceitar uma política que incentive o fisiologismo, o paternalismo e o autoritarismo. Nunca caiu em sectarismos golpistas, que se viam claros em gritos como “Fora FHC”, tão exaltados como bandeiras progressistas, quando na verdade escondiam um sombrio resquício autoritário de parte das esquerdas.


Logo que deixou o bloco governista, procurou uma aliança plural e de centro esquerda, a fim de trazer para o centro do debate parte de seu programa, como as reformas democráticas e um novo modelo econômico. Encontrou no PSDB e DEM os parceiros para tal empreitada. O PPS não vê no primeiro um partido neoliberal. Ainda que FHC tenha hegemonizado uma governança que enxugava o Estado, o neoliberalismo jamais foi incorporado como ideologia oficial do partido. O PPS enxerga no PSDB uma legenda moderna, ampla, dinâmica e com compromisso explícito com a democracia. Quanto ao DEM, recusa a tese simplista do “partido da ditadura”. Os democratas mantém um distanciamento significativo com a ARENA, e há muito se credenciaram para o jogo democrático. Assume o liberalismo, mas não deixa qualquer motivo para desconfiarmos de suas intenções democráticas. Representa setores conservadores e moderados de nossa sociedade, mas que não nutrem qualquer simpatia por golpes ou ditaduras.


A localização política do PPS o fez alvo de ataques e críticas, como a de que teria se transformado em partido de direita. Quem se aproxima do partido e sua luta, logo vê que não passa de uma pobre retórica. O Partido Popular Socialista segue no campo das oposições como forma de combate aos retrocessos democráticos impostos pelo PT e seu populismo, empobrecedor das instituições republicanas, e que fazem destas muitas vezes canais de perpetuação de poder.


As portas de mais uma eleição presidencial, o PPS mantém se atento às movimentações dos partidos aliados, e tenta trazer sua contribuição para um programa de governo que enfrente o autoritarismo antirrepublicano do PT, e que ao mesmo tempo recupere uma agenda de reformas de Estado.


A princípio, observa-se um interessante debate no seio do PSDB, que apresenta dois quadros da tradição democrática como candidaturas ao pleito presidencial. Aécio Neves e José Serra aparecem como nomes da oposição em 2014. Particularmente tenho mais simpatia pelo segundo. Desenvolvimentista e crítico as políticas econômicas neoliberais, o ex-ministro da saúde acumula, porém, sérias derrotas eleitorais, que o enfraquecem frente ao eleitorado e o isolam cada vez mais no partido. Aécio Neves carrega consigo a influência do estado mineiro, a ausência de desgaste, o perfil de um político de confiança e, principalmente, a capacidade de debate e diálogo social, que poderiam ampliar ainda mais o bloco oposicionista.


Penso que o PPS deva participar de uma aliança de oposição que se mantenha comprometida a desfazer os remendos autoritários que o PT introduziu no Estado brasileiro, que possa levantar bandeiras do reformismo democrático, que possa inserir o Brasil na economia mundial de forma soberana e protagonista, e que principalmente, trabalhe pela remoção cada vez mais rápida dos elementos neoliberais em nossa estrutura republicana.


Seja com Aécio, Serra ou qualquer outro nome, o PPS deve se manter firme em seus princípios programáticos, e mesmo que modesto em seu tamanho, não pode se aventurar por caminhos que só venham trocar a roupagem do petismo, que nos fez recuar a uma política de bolsificação da miséria social e política do país. Deve ser ousado, e marcar posição como um partido socialista, democrático e de esquerda que é.

2 comentários:

  1. "A oposição burguesa que ainda conta com apoio do esquisofrênico PPS e do ingênuo e moralista PSOL, mirou todas as suas armas contra o presidente do Senado José Sarney."

    http://adelsonvidal.zip.net/arch2009-07-12_2009-07-18.html#2009_07-13_15_05_18-130821423-0

    Ué de esquizofrênico, virou a salvação da lavoura?

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  2. José Serra NÃO

    "A mídia corrupta, venal e elitista já deu inicio em sua campanha presidencial. Seu canditado preferido é o tucano José Serra, governador de São Paulo e conhecido por seu perfil autoritário e preconceituso. Sua base de apoio vem desde os partidos da direita tradicional até setores do empresariado sonegador como a Daslu, passando é claro pela mídia corrupta, historicamente ligado ao PSDB e DEM.

    Se eles podem, este blog também pode. Comecerei hoje minha campanha pessoal para 2010, sem saber é claro quem apoiar, haja vista que os candidatos da esquerda ainda não estão muito definidos. Mas o da direita está, e andam inclusive muito animados com a possibilidade de voltar o poder, contando é claro com o PIG (Partido da Imprensa Golpista) e talvez com um certo desgaste do candidato do governo frente a crise, mesmo que não haja nenhum sinal neste sentido.

    Daqui em diante, este blog vai publicar reportagens, artigos e outras ferramentas que sejam capazes de mostrar para o Brasil inteiro a tragédia que seria a volta do PSDB e toda sua corja ao governo. Fiquem atentos e aguardem."

    http://adelsonvidal.zip.net/arch2009-02-15_2009-02-21.html

    Como muda de lado este blogueiro.

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