Por Adelson Vidal Alves
O Psol nasceu de ruptura interna
dentro do PT. Um episódio marca este momento. Por conta da votação da (Contra) Reforma
da Previdência do governo Lula em 2003, 4 parlamentares desobedeceram às
orientações partidárias e votaram contra o projeto. O PT foi implacável, e
expulsou os deputados, que fundaram o Partido Socialismo e Liberdade.
A nova legenda foi criada a
partir de críticas à esquerda ao governo Lula, carregando do PT compromissos
programáticos de corte popular, mas também o velho sectarismo não-aliancista. O
Psol de hoje mantém critérios radicais nas alianças eleitorais, resumindo-se a
seus pares da extrema esquerda (PSTU-PCB). Mas ao contrário do Partido dos
Trabalhadores, o contexto histórico em que é fundado é de desalentador
refluxo da luta de massas. Uma espécie de ressaca dos “anos neoliberais”. Como
se recusa a refazer seu programa de alianças, o novo partido segue
influenciando pequenos setores da sociedade, se resumindo a classe média,
professores, estudantes e servidores públicos. Mantém enorme dificuldade em entrar
nas camadas mais pobres e de pouca escolaridade.
Com baixa atuação
institucional, mantém divisões internas (tendências), que fazem disputa pelos
rumos da legenda. Há trotskistas, leninistas, cristãos, independentes e uma
pequena ala gramsciana. Em geral são moralistas, intolerantes nos debates,
quase sempre se auto-intitulando portadores da “verdade revolucionária”. Ainda
que pequenos, superestimam sua influência na esquerda brasileira.
Na prática o Psol segue
isolado. Reelegendo seus poucos deputados (a maioria com mandatos deste o PT) e
ganhando prefeituras de pequeno porte. Com a exceção de Macapá, capital do
Amapá, onde o partido fez ampla aliança, venceu a eleição e hoje sofre duras
críticas de suas bases. Em quase 10 anos de existência, ainda não afirmou sua
vocação de governo, não ingressou de corpo e alma à democracia política,
tratada por muitos de seus filiados como “burguesa”. Dentro dos movimentos
sociais ainda é pequeno, e sua variação interna fragiliza ainda mais sua ação
conjunta em entidades como a UNE, CUT e até a radical CSP-Conlutas, ligada ao
PSTU.
Para sobreviver e se apresentar
como alternativa de esquerda, o Psol precisaria repensar o rigor de seu
programa, reavaliar outras forças políticas como aliadas, tomar a democracia
como via exclusiva de luta revolucionária. Há quem diga que assumir tais
atitudes seria refazer o caminho errôneo do PT, o que só seria verdade se não
adotassem critérios mínimos, baseados numa leitura mais flexível do atual
quadro conjuntural da luta de classes no Brasil e no mundo.
O Psol não sairá de seu estado
de “seita” enquanto manter-se fechado em seus dogmas, enquanto olhar o mundo a
seu redor como um “antro da direita”, enquanto achar que a revolução só
triunfará com o compromisso de pureza dos revolucionários. Poderá ajudar a
construir uma nova cultura política quando enfim se abrir a novas estratégias,
que superem a visão estreita que o partido mantém frente ao novo contexto
nacional que se abre, sobretudo depois dos recentes acontecimentos mundiais,
que em Junho no Brasil, marcaram posição nas ruas de todo o país. Não há
espaços para vanguardas, o grito de ordem é “mais democracia”.
PSOL não é partido e sim uma seita .
ResponderExcluirPSoL é uma cria do PT, que surgiu como estratégia política para jogar o centro mais a esquerda.
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