quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O drama do desemprego no Brasil

Por Adelson Vidal Alves


            O governo Dilma esbanja orgulhosamente os números do desemprego no Brasil, que segundo o IBGE é o menor desde 2002, fechando em uma taxa de 6% no mês de Julho. Os ideólogos petistas logo correm para tentar transformar tais estatísticas em votos nas eleições municipais do ano que vem. 
           É bom que se discuta este tema abertamente e com muito mais franqueza que os governistas pretendem. A realidade é uma: O desemprego no Brasil é altíssimo e é o principal responsável pela tragédia social que atinge os brasileiros, principalmente a juventude. Ele é responsável pela grande violência nos centros urbanos, na busca cada vez mais recorrente de nossos jovens ao uso de drogas, na epidemia de doenças mentais como a depressão e a síndrome do pânico etc.
           Existem basicamente duas formas de desemprego. O primeiro é o desemprego conjuntural, causado pela queda da produção de um país. No Brasil, o Governo mantém uma altíssima taxa de juros, que atrai capital especulativo e enriquece uma minoria de banqueiros sem precisar passar pelo processo produtivo. A politica econômica de FHC, Lula e Dilma repetem a fórmula neoliberal, desmontam nosso parque industrial destruindo milhares de postos de trabalho.
           A segunda forma de desemprego é o desemprego estrutural ou desemprego tecnológico, causado pelo avanço da tecnologia e o aumento dos lucros capitalistas através da mais valia relativa. Em outras palavras, as grandes empresas produzem mais e com menos gente, dispensando mão de obra que nunca mais conseguirá ser reincorporado ao mundo do trabalho, causando o aumento brusco do mercado informal. Popularmente falando, o operário é demitido de uma fábrica e logo depois compra um carrinho de pipoca para alimentar sua familia, trabalhando sem qualquer proteção social.
          Os governos do PT além de serem coniventes com os ataques ao emprego no Brasil, também tentou precarizar as relações nos contratos de trabalho. As reformas sindical e trabalhista propostas por Lula visavam flexibilizar os direitos sociais e desmontar a já fragil estrutura sindical brasileira, quebrando a espinha dorsal da resistencia dos trabalhadores. Fracassando em ambas o governo petista optou pela cooptação das lideranças sindicais.
          Para vencer o desemprego no Brasil é preciso de reformas estruturais fortes. Uma reforma agrária para desafogar os centros urbanos e criar mais empregos no campo através da agricultura familiar, bem diferente do que fez Lula e faz Dilma beneficiando o agronegócio. É necessário uma nova politica econômica, que desonere as pequenas e médias empresas e reduza drasticamente as taxas de juros como forma de incentivo a produção e ao consumo. É urgente medidas de incentivo ao mercado interno e ao consumo popular, cessar o pagamente da divida e(x)terna, realizando imediatamente uma auditoria. Criar mecanismos de viabilização de novas formas de organização da produção, como propõe a economia solidária por exemplo através das cooperativas. E por fim, reduzir imediatamente a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais sem diminuição do salário, que segundo o Dieese geraria mais de 2 milhões de empregos imediatamente.
          Para alcançar tais objetivos é preciso vencer um congresso nacional reacionário, um governo central alinhado ao capital e a grande maioria de governos estaduais e municipais desinteressados ou sem condições de ir muito longe.
         Não há outro caminho senão a mobilização popular. A construção de fóruns e grandes mobilizações que pressione o governo a fazer reformas de estado e revogar leis de flexibilização do trabalho, como as aprovadas no governo tucano e mantidas vergonhosamente pelos governos petistas.
        Quando um operário subiu a rampa do Palacio do Planalto cresceu-se a esperança de um novo Brasil para os trabalhadores, mas paradoxalmente fez-se o céu para os capitalistas e o inferno para os trabalhadores.

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