sábado, 10 de setembro de 2011

O 11 de Setembro e o futuro dos Estados Unidos.

Por Adelson Vidal Alves

          


          Há exatos 10 anos os EUA sofriam o maior ataque terrorista de sua história, que tragicamente contabilizou mais de 2900 mortos e outros tantos feridos. Os ataques foram assumidos pela rede terrorista Al Qaeda.
           Desde então a politica externa norteamericana intensificou seu carater militarista. Países foram arbitrariamente atacados, torturas justificadas, civis bombardeados, muçulmanos perseguidos, tudo em nome da segurança nacional da América.
          Antes dos ataques há quem defendesse a gradual decadencia do império ianque, que pelo menos no campo militar foi desmentida. Os EUA triplicaram seu orçamento bélico e abriram várias frentes de guerra, demonstrando ao mundo que seu aparato de guerra está longe de ser comparado, paradoxalmente, entretanto, não conseguiu vencer nenhuma guerra, os fracassos no Afeganistão (apesar da captura de Bin Laden) e no Iraque comprovaram incontestavelmente o desperdicio de forças e o equivoco politico dos dirigentes norte americanos. Se por um lado o nacionalismo exacerbado reelegeu Bush em 2004, em 2008 ele foi derrubado,  e há indicios de que Obama perde forças nos últimos anos, o que pode assim abrir retorno para os republicanos a Casa Branca.
           Muitos especialistas costumam comparar o 11 de Setembro a uma nova Guerra fria. Se naquele momento eram os comunistas os inimigos a serem abatidos, desta vez são os terroristas árabes. Se trata de uma ideologia necessária para manter consetimento de um povo que se construiu sob a mentalidade de serem eles os responsáveis pela civilização do mundo, e pior, sempre embasado por uma ótica religiosa, entendida por sua colonização constituida por seitas protestantes ultrafundamentalistas.
           O fato é que os EUA não são os mesmos desde  o 11 de Setembro. A ameça terrorista mudou por completo o cotidiano das pessoas, obrigando novas estratégias de defesa, sem entretanto rever sua diplomacia com o mundo árabe e a América Latina. Barack Obama foi eleito sob promessas de uma nova relação internacional com o mundo. Fracassou!! Permanece o bloqueio econômico de Cuba, a guerra no Afeganistão, os prisioneiros pacifistas cubanos, Guantânamo e a IV frota, que demonstram claramente não haver mudanças de rumos. Soma-se a isso a brutal crise econômica do país, o que nos sugere uma profunda crise de hegemonia norte americana.
          Não significa, contudo ,que estamos diante de uma inversão de países hegemônicos na ordem global, o que para alguns poderia ser a China esta nova potência. Além de os EUA manterem fortes suportes hegemonicos militares, culturais e até econômicos, percebemos que o sistema mundial caminha para uma reconfiguração onde os estados nacionais cumprem papéis cada vez menores, abrindo espaço para atuação de redes internacionais descentralizadas, onde podemos incluir até mesmo a AlQaeda. É possivel que a hegemonia de nações tipicas do sistema que substituiu a Inglaterra pelos EUA na metade do século XX já não faça mais sentido diante de uma ordem mundial "desterritorializada" e globalmente conectada pela internet e por novas formas de dominio do capital.
        Não estou aqui defendendo o fim dos estados nacionais, eles cumprem papel central na atual organização internacional , basta ver suas atuações na crise financeira de 2008. E também se atentarmos para a multiplicação de estados independentes no século XX com as guerras de libertação nacional . Porém devemos estar atentos nas novas tecnologias, na livre circulação do capital e dos agentes produtivos e também da conecção global virtual, sintomas evidentes de uma internacionalização das forças  de dominação e também da luta dos excluidos, potencialmente globalizados. O futuro dos EUA pode ser o mesmo dos antigos impérios, como sendo uma simples substituição de Estado hegemônico, mas certamente inserido num contexto mais "globalista" que possa nos estar levando a uma ordem inclusive sem nações hegemônicas. Fiquemos de olho nos acontecimentos.

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