domingo, 28 de agosto de 2011

O Deus que creio

Por Adelson Vidal Alves


           
       O Deus que creio nada tem a ver com o fanatismo arcaico da bancada evangélica, armada no Congresso Nacional em nome de um obscurantismo estúpido e responsavel por embarreirar leis democráticas como a que criminaliza a homofobia e discriminaliza o aborto.
            O Deus que creio nada tem a ver com o fundamentalismo do Vaticano, que em recente encíclica declarou ser a Igreja Católica a unica religião verdadeira, jogando no lixo décadas de diálogo inter-religioso.
            O Deus que creio não é o de Silas Malafaia, pastor homofóbico que persegue homossexuais enquanto faz de tudo para  pegar as migalhas que caem do banquete farto do poder.
            O Deus que creio não é do casal Hernades, bispos da Igreja Renascer em CRisto. Não é o da pirotecnia das religiões neopentecostais e nem da nefasta teologia da prosperidade.
           O Deus que creio não está em templos, não promete riquezas e nem curas fantasiosas. Não pune filho seu com o inferno, não castiga os infiéis e nem incentiva guerras em nome de doutrinas.
           O Deus que creio não faz campanha eleitoral para a direita, certo que está de seus projetos nada alinhado com deles. O Deus que creio siquer incentiva currais eleitorais como vimos na última eleição presidencial.
          O Deus que creio é o de Jesus Cristo, presente no rosto sofrido dos oprimidos. Que ama os humilhados por preferência e que toma lado na luta contra a injustiça.
          O Deus que creio condena a concentração de riqueza, a discriminação do outro e está de braços abertos para acolher o filho pródigo.
          O Deus que creio está presente na beleza do universo, na vida pulsante de nosso planeta, no clamor da mãe terra por cuidado.
         O Deus que creio não cabe em dogmas, não apoia inquisições, não incentiva a burrice. Quer seus filhos unidos em torno de um mundo mais justo, de um mundo sem pobreza, injustiça e desigualdade.
         O meu Deus é o Deus do sociólogo Betinho, dos educadores Paulo Freire e Darci Ribeiro, do filósofo Karl Marx. Todos ateus de fé, mas apaixonados pelo ser humano e assim servidores do evangelho e do Reino de Deus.
        O Deus que creio é o Deus de Dom Waldir Calheiros, Dom Oscar Homero, Frei Tito, do pastor Ricardo Gondim, da caridade de Chico Xavier. É o Deus dos pobres, defensor do direito dos mais fracos.
        O Deus que creio não faz parte da estupidez das religiões, do fundamentalismo de George Bush e Bin Laden, do conservadorismo arcaico de Bento XVI e da avareza de Edir macedo. O Deus que creio acolherá todos com o amor incalculável de seu ser no dia do grande encontro.


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