domingo, 7 de agosto de 2011

Educar para a felicidade

Por Adelson Vidal Alves

               
               A grande maioria dos pais ao matricular seus filhos na escola carrega dentro de si uma expectativa: meu filho estudando será alguém na vida. Em suas cabeças está o objetivo de criar um profissional de sucesso, numa espécie de pedagogia bancária, como certa vez disse Paulo Freire, se investindo hoje na infancia para se colher os lucros na vida adulta.
              Muitas crianças tem hoje uma agenda de adulto. Na manhã tem que ir a escola, a tarde balé, a noite piano, aula de inglês, teatro etc. Os pais que obrigam seus filhos a tais rotinas deveiam ser presos por violarem o direito das crianças de serem crianças. Afinal não são elas adultos em miniaturas, estão em processo de descoberta e desenvolvimento, por isso deve-se velar pelo direito de brincarem na lama, jogarem bolinha de gude, pegar goiabas na goiabeira do vizinho, assim eles serão felizes. Mas quem falou em felicidade? A maioria dos pais e infelizmente dos educadores também,  ainda se pensa com a mentalidade tradicional das estatisticas, da competição das carreiras, do êxito no trabalho e no objetivo fanático de um bom salário e futuro.
              E daí se seus filhos odeiam a escola que estudam porque são tratados como presidiários? Que os elaboradores dos programas pedagógicos mal conhecem o cotidiano da maioria dos alunos e por isso fazem da vida destas crianças um inferno? ou ainda, que a maioria dos educadores trabalhem no objetivo unico de cumprir este programa, ou de fazer festa quando um de seus alunos passa no vestibular de uma grande universidade.
             É claro que não podemos desprezar ou ignorar os sonhos de uma vida confortavel no futuro e muito menos de não querer entrar numa boa universidade. Mas é dever dos pais pensar na felicidade de seus filhos, hoje, amanhã e sempre.
            A educação em sua forma oficial não leva em consideração a felicidade. Aprisionam nossas crianças e jovens em pedagogias defasadas, pesadas, torturadoras. Não se leva em conta o prazer de aprender, a alegria da descoberta, antes deve-se decorar os programas, aprender o que o professor ensina, afinal é isso que será cobrado em vestibulares e concursos públicos.
           Quantos amigos meus foram aprovados em carreiras profissionais de alta remuneração e respeito. Muitos deles me confessarm infelicidade. São artistas que se tornaram engenheiros, musicos-arquitetos, astronautas- advogados. Sonhos que foram perdidos na roleta do sucesso profissional, da ambição de salários pomposos e vida social respeitável. O preço é alto, a própria felicidade.
           Aos meus alunos sempre ensinarei o sentido da vida como sendo busca de felicidade, não de cargos e respeito profissional. Educação para mim deve velar pelo sorriso dos alunos, pela alegria de aprender e não pela forca da obrigação de ser bem sucedido, hoje em dia medido  pelos parâmetros capitalistas.

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