quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Gramsci, uma nota

Por Adelson Vidal Alves

Participei no último dia 23 de agosto na UNIRIO, do Seminário comemorativo aos 120 anos de Nascimento de Antonio Gramsci, o evento foi realizado pelo grupo “Gramsci e a Modernidade”. Na Conferência de abertura pudemos ouvir o professor Carlos Nelson Coutinho, principal especialista em Gramsci no país. Na parte da tarde uma mesa de especialistas debateu teoria e política a partir do pensador italiano.
Gramsci é sem dúvida o maior teórico marxista do século XX e XXI. Suas categorias conceituais ajudaram não só a renovar o marxismo como ajudar a esquerda socialista mundial a reavaliar sua estratégia revolucionária. O comunista sardo percebeu que os processos revolucionários em países avançados da Europa não lograram sucesso principalmente pelo fato das estruturas sociais daqueles países terem se tornado complexas a partir do aparecimento de várias associações de massas, que garantiam maior participação popular na esfera pública. Este fenômeno tornou o Estado mais amplo a partir do aparecimento de uma nova esfera de ser social que Gramsci chamou de “sociedade civil”, arena privilegiada de luta de classes no qual se estabelece mecanismos de consenso para transformação ou manutenção de uma ordem social.
A partir daí o pensador italiano elabora uma estratégia de revolução conhecida como Guerra de posição. Não basta ganhar o poder coercivo do Estado, pelo menos em sociedades complexas, se faz necessário ganhar o consentimento das massas para um projeto transformador, ou seja, é preciso antes de ser classe dominante ser classe dirigente.
O pensamento político de Antonio Gramsci influencia quase todos os partidos de esquerda e a atualidade de seu pensamento se confirma com sua presença seja na esfera acadêmica seja nos movimentos sociais. Sua leitura é imprescindível para todos os lutadores que pensam a construção de um novo mundo democrático, longe das amarras da alienação e da exploração.
Certamente não é o único pensador a dar conta de toda a complexidade do mundo moderno, mas é certamente atual e ferramenta indispensável na construção de uma luta global pelo socialismo.


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