terça-feira, 3 de maio de 2011

Terrorismo

Por Adelson Vidal Alves



            A maioria das pessoas vê o terrorismo como um fenômeno recente. Mesmo que guarde significativas diferenças no tempo o terror como ação política tem raízes muito mais antigas. O Assassinato do Arquiduque Franscisco Ferdinando pelo grupo Mão Negra e que desencadeou a primeira guerra mundial em 1914, as sabotagens e ações anarquistas durante o século XIX e as brigadas vermelhas na Itália na década de 1970 são exemplos de que ações terroristas devem ser analisadas historicamente.
            O Terrorismo como ação política é algo extremamente complexo. Caracteriza-se basicamente por ações de violência que permitam criar um ambiente posterior de terror psicológico. Os grupos terroristas em geral não se preocupam com o nível de violência física ou o número de mortos , mas sim o clima de perplexidade e medo que irão deixar. Sabem em seu íntimo que jamais poderão derrotar seus inimigos pelo uso da força, por isso a estratégia do horror como forma de buscar caminhos para o atendimento de suas demandas.
            Há grupos terroristas que lutam por questões mais imediatas, são os casos de movimentos separatistas como o ETA e o IRA, na Espanha e Irlanda respectivamente. Nestes casos, à medida que o governo atende suas reivindicações tendem a começar a trilhar caminhos institucionais de luta, como aconteceu em ambos e com o Hamas na Palestina. Em outros casos quando os objetivos são maiores, como as FARC, que querem fazer uma revolução socialista na Colômbia através da guerrilha, as formas de desmantelamento passam a ser mais complexa, já que neste momento os grupos acreditam que podem vencer seus adversários com sua própria força e nutrem a confiança que alcançarão seus objetivos destruindo o inimigo. Apesar das diferenças, são todos eles grupos terroristas, pois buscam ações de impacto psicológico para as suas causas.
            O assassinato de Osama Bin Laden, mentor dos ataques de 11 de Setembro aos EUA, inaugura um novo ciclo na luta contra o terror. Simplesmente porque foi derrotado o símbolo maior do terrorismo contemporâneo e certamente abrirá um novo tempo, que poderá ser de mais diálogo global ou de mais tensão.
            O caminho da paz não logrará sucesso enquanto os EUA combaterem o terror em retórica e ao mesmo tempo manterem agressão imperialista no plano mundial. Não se pode cobrar paz enquanto se mantém a prisão de Guantânamo em total desrespeito aos direitos humanos e a resoluções internacionais. Não se pode falar de segurança se são os próprios norte americanos que bombardeiam alvos civis em guerras abertas contra a vontade internacional, e como se sonhar com o fim do sentimento antiamericano se são eles que vão as ruas comemorar um assassinato?
            O terrorismo de fato não combina com a construção de um mundo democrático, mas tão pouco a política militarista da maior potência global irá conseguir vencer o terror enquanto eles próprios não reconhecerem que é exatamente sua prepotência que dá vida a ações radicais.

Um comentário:

  1. O terrorismo do talibã ( talibã significa estudo do bantum ) e a Al-Qaeda são fundamentalistas wahabbistas, ou seja, radicais islâmicos, mas os atuais movimentos laicos no Oriente Médio e África saariana tem um foco democrático e flexível. Isso mostra que estas células não apresentam o mesmo poder de infiltração, como ocorreu na Guerra Fria. O IRA foi desmantelado pela Scotland Yard inglesa e o ETA encolheu e perdeu principalmente do povo basco.

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