sexta-feira, 13 de maio de 2011

Os diferenciados

Por Adelson Vidal Alves



Quem são os diferenciados que tanto incomodam a elite paulistana, arrepiada só em pensar que poderão ser afrontados em suas mansões por ocasião da construção de uma Estação de Metrô?
São os pobres, mendigos, sem tetos, desempregados, gente que os fazem lembrar que sua riqueza ostentadora produz miséria a milhões de brasileiros longe de suas fortalezas.
Mas não é só o fato de convivência que incomoda tanto a granfinada paulista. Não suportam o fato de toda esta gente estar já há alguns anos fora de sua influência política , elegendo quem por puro preconceito de classe eles odeiam. Não suportam ver toda esta gente se organizando em movimentos legítimos como o MST, MNLT e pastorais sociais. Não suportam saber que sua mídia não monopoliza mais a opinião pública e perde cada vez mais leitores para as redes virtuais, que mobilizaram mais de 50 mil pessoas pelo facebook para uma manifestação contra o rosnar preconceituoso de madames e playbois da soberba Higieonópolis.
Estão desesperados pelo fato do Estado de São Paulo não ser mais a “locomotiva” brasileira, que os fizeram de forma pretensiosa tentar se separar do Brasil em 1932. O declínio econômico do Estado de São Paulo é fruto dos desgovernos tucanos, eleitos e reeleitos pelo voto racista dos ricaços da região mais conservadora, arcaica e atrasada do país.
O bairro de Higienópolis é onde mora o ex presidente FHC, um verdadeiro condomínio dos setores mais repugnantes da burguesia paulista, mentalmente retardada a ponto de achar que na porta de metrô só tem traficante e bandido.
Não sabem o que estão dizendo, afinal não usam metrôs, transbordam de carros luxuosos o trânsito paulista, não fazem a idéia dos trabalhadores que sofrem para chegar ao trabalho de metrô, bem diferente deles, um bando de parasitas e exploradores, enfornados em academias e clubezinhos prontos para receber sua cultura medíocre.
O churrascão convocado pelo “facebook” como forma de protesto deve mostrar para este bando, que pobre, apesar do jugo pesado do capitalismo que eles defendem, ainda sim é capaz de sorrir, dançar e festejar o cotidiano. Eles não, vivem com medo do produto social que eles mesmo produzem, se escondendo em restaurantes e festas sem graça que nós “os diferenciados” não temos a mínima vontade de copiar. Lá sobra dinheiro e falta alegria.

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