Por Adelson Vidal Alves
A Câmara dos deputados aprovou na noite de ontem o nefasto relatório de Aldo Rebelo (PC do B) que altera as regras do código florestal. O principal mecanismo legal de proteção das florestas brasileiras vem sofrendo sérios ataques por parte dos ruralistas que querem a todo custo estender sua produção sem nenhuma preocupação com o bem estar da natureza.
Reprovado por mais de 90% da população brasileira, pela comunidade cientifica e pela maioria absoluta dos movimentos de pequenos produtores, o novo código florestal se integralmente aprovado no Senado e sancionado pela presidenta Dilma já representa um dos maiores retrocessos brasileiros em questão de legislação ambiental. Por sua nova redação são flexibilizados a exploração de Áreas de Preservação Permanentes e Reservas Legais, que eram protegidas como forma de evitar desequilíbrios ecológicos e tragédias naturais. Anistia desmatadores e desresponsabiliza reflorestamentos. O pior e mais macabro é a descentralização da legislação sobre meio ambienta que passa a ser responsabilidade dos estados onde a pressão ruralista pode ser maior.
O deputado comunista, capacho das classes dominantes do campo, impôs não somente uma derrota a um modelo de desenvolvimento sustentável como expôs grande parte da militância de seu partido que não entende a metamorfose vergonhosa que levou um partido dito socialista a servir subalternamente aos interesses do agronegócio.
A luta ainda não acabou. O governo promete vetar parte do projeto e ele ainda tramitará no Senado. Resta recompor as forças, mobilizar a sociedade e denunciar os agentes públicos que de forma paradoxa discursam a favor do desenvolvimento e agem contra os pobres e a sustentabilidade do planeta. Aldo é este traíra e não merece nem mais um voto dos trabalhadores e do povo, sua nova base eleitoral agora é a mesma de quem mata por propriedade e é contra a PEC do trabalho escravo. A cúpula do PC do B vergonhosamente apóia tamanho descalabro.
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