domingo, 8 de maio de 2011

União Homoafetiva e a histeria de Silas Malafaia

Por Adelson Vidal Alves



          Seguindo as diretrizes republicanas e democráticas, o STF decidiu esta semana pela legalização da União Estável em relações homoafetivas. A partir de agora os casais homossexuais poderão desfrutar de direitos como pensão, partilha de bens e adoção. Um avanço inquestionável para os parâmetros de democratização que o Brasil vem gradualmente passando nos últimos anos a partir da luta dos segmentos minoritários de nossa sociedade.
         Há contudo quem critique esta decisão histórica. O ultraconservador Pr Silas Malafaia, líder da Assembléia de Deus Vitória em Cristo, fez campanha em seu site para que a comunidade protestante enviasse mensagens ao supremo pressionando os ministros na votação. Quebrou a cara. O tribunal por unanimidade garantiu a extensão de direitos civis aos homossexuais e a comunidade evangélica não atendeu seu apelo, a ponto do jurássico líder religioso ir ao twitter atacar seus colegas de religião como as cantoras Ana Paula Valadão, Fernanda Brum e Aline Barros, que segundo o destemperado pastor estariam desobedecendo a bíblia ao não apoiarem sua iniciativa.
        Irritado, revoltado e totalmente desequilibrado, Malafaia continuou suas asneiras ao comparar união Gay a Zoofilia e necrofilia “Vamos colocar na lei tudo o que se imaginar. Quem tem relação com cachorro, vamos botar na lei. Eu vou apelar aqui. É um comportamento, ué, vamos aceitar. Quem tem relação com cadáver, é um comportamento, vamos botar na lei”.  Malafaia que no ano passado foi símbolo da criminalização das mulheres na questão do aborto e que fez campanha aberta para o direitista José Serra no Segundo Turno das eleições presidenciais quer agora protestar contra a decisão do tribunal. Está convocando pela Web um ato no próximo dia 29 de Junho em frente ao STF.
         É bom que se deixe claro que Malafaia não fala pela comunidade cristã. Muitos como Leonardo Boff, Frei Betto e vários pastores evangélicos apóiam a causa como sendo reconhecimento de cidadania a uma parcela da população visivelmente discriminada. Se o Pastor velasse pela ética cristã da inclusão e do não julgamento de valores certamente não estaria choramingando uma vitoria grandiosa da democracia.
        Bem disse o filósofo João Silvério Trevisan em entrevista ao Jornal o Globo deste domingo “Há muito tempo eu não sentia orgulho do Brasil”. Graças a Deus este orgulho vem da grande maioria dos brasileiros, inclusive de grande parte dos protestantes.

2 comentários:

  1. É meu caro amigo...democracia, direito...são assuntos q deveriam ser pauta nas escolas...mas, se for assim, com certeza, o cidadão vai cobrar...melhor a cegueira do q a cobrança! e assim, temos esse tipo de postura onde se confunde religião com cidadania, correndo o risco de estimular a homofobia.

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  2. A união estável entre homoafetivos não é um incentivo, serve simplesmente para garantir o direto dos casais que vão estar juntos com ou sem lei. Então essa lei só vai agregar valor para os cidadãos, não tem como ela afetar de forma negativa a sociedade.
    Esses tipos de manifestações só mostra como existe pessoas ainda com mentalidade tão pequena e tão retrógrada. Pessoas assim deviam ser presas, isso sim!

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