Por Adelson Vidal Alves
Há uma novidade no realinhamento
de forças neste segundo turno presidencial. Pela primeira vez, o PSDB conseguiu
mais apoios que o PT, e a maioria de seus novos apoiadores fazem parte do campo
da esquerda democrática e dos democratas em geral. Isso se justifica pelas
relações conturbadas que os governos petistas mantiveram com as instituições
que regem nossa democracia. Houve tentativa de controlar a internet e a mídia,
de fazer valer conselhos populares como um poder paralelo, que esvaziaria o
papel do Congresso Nacional. Tentaram impedir criação de novos partidos,
sabotaram a harmonia dos poderes e aparelharam os movimentos sociais.
Os democratas brasileiros,
sobretudo os de esquerda, lançaram um manifesto, que ainda colhe adesões,
apoiando Aécio, sabendo que sua vitória abriria possibilidade de que as forças
democráticas possam se fortalecer, que a sociedade civil possa agir com total
autonomia, que a Constituição seja consagrada como principal programa da esquerda
democrática.
Vencendo Dilma, e diante da dura
campanha deste segundo turno, haverá uma verdadeira caça as bruxas, e os
espaços democráticos poderão se tornar espaços privados de atuação de um só
partido. O ambiente será de revanchismo, de fortalecimento de uma governança
autoritária, que procure, inclusive, driblar a atual regra do jogo via
plebiscito.
Os que defendem o Estado de
direito, a busca constante de consensos na resolução dos conflitos modernos, que
não incentivam a divisão do Brasil entre ricos e pobres, nordestinos e
paulistas, estão com Aécio. Sabem que um projeto nacional que una o país para
um desenvolvimento econômico e social com sustentabilidade, passa pela elevação
ao poder de forças democráticas e reformistas, capazes de quebrar o ciclo
político atual, fundado em políticas sem portas de saída, sem capacidade de
mexer nas estruturas, conformando-se a aliviar a miséria por meio de
bolsificações.
A vitória de Aécio significa
fortalecer um eixo político de centro-esquerda, com núcleo progressista e
democrático. Significa recolocar o Brasil numa evolução de democratização de
suas instituições e de sua vida social, cultural e política. Por isso e para
isso a esquerda democrática, que sai destas eleições mais fortalecida do que
nunca, luta pela eleição de Aécio.
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