domingo, 19 de outubro de 2014

Vitória de Aécio fortalecerá a esquerda democrática

Por Adelson Vidal Alves


Há uma novidade no realinhamento de forças neste segundo turno presidencial. Pela primeira vez, o PSDB conseguiu mais apoios que o PT, e a maioria de seus novos apoiadores fazem parte do campo da esquerda democrática e dos democratas em geral. Isso se justifica pelas relações conturbadas que os governos petistas mantiveram com as instituições que regem nossa democracia. Houve tentativa de controlar a internet e a mídia, de fazer valer conselhos populares como um poder paralelo, que esvaziaria o papel do Congresso Nacional. Tentaram impedir criação de novos partidos, sabotaram a harmonia dos poderes e aparelharam os movimentos sociais.

Os democratas brasileiros, sobretudo os de esquerda, lançaram um manifesto, que ainda colhe adesões, apoiando Aécio, sabendo que sua vitória abriria possibilidade de que as forças democráticas possam se fortalecer, que a sociedade civil possa agir com total autonomia, que a Constituição seja consagrada como principal programa da esquerda democrática.
Vencendo Dilma, e diante da dura campanha deste segundo turno, haverá uma verdadeira caça as bruxas, e os espaços democráticos poderão se tornar espaços privados de atuação de um só partido. O ambiente será de revanchismo, de fortalecimento de uma governança autoritária, que procure, inclusive, driblar a atual regra do jogo via plebiscito.

Os que defendem o Estado de direito, a busca constante de consensos na resolução dos conflitos modernos, que não incentivam a divisão do Brasil entre ricos e pobres, nordestinos e paulistas, estão com Aécio. Sabem que um projeto nacional que una o país para um desenvolvimento econômico e social com sustentabilidade, passa pela elevação ao poder de forças democráticas e reformistas, capazes de quebrar o ciclo político atual, fundado em políticas sem portas de saída, sem capacidade de mexer nas estruturas, conformando-se a aliviar a miséria por meio de bolsificações.

A vitória de Aécio significa fortalecer um eixo político de centro-esquerda, com núcleo progressista e democrático. Significa recolocar o Brasil numa evolução de democratização de suas instituições e de sua vida social, cultural e política. Por isso e para isso a esquerda democrática, que sai destas eleições mais fortalecida do que nunca, luta pela eleição de Aécio.





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