sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Esquerda, direita e democracia, no segundo turno

Por Adelson Vidal Alves



A polarização deste segundo turno das eleições presidenciais não é esquerda x direita. Aliás, desde 1989 que isso não acontece. PT e PSDB partiram do mesmo ponto: a social-democracia. Ambos foram à direita, e temperaram seus governos com ingredientes do liberalismo econômico, sem, no entanto, jamais terem se tornados “partidos neoliberais”.

Tucanos e petistas negam a naturalização das desigualdades, estão convencidos da necessidade de um Estado forte que promova a igualdade social. Não colocam o bem estar individual acima do bem estar social, e valorizam responsabilidades coletivas. A grande diferença, e é exatamente o que está em jogo neste segundo turno, são as formas de gestão que propõem. Tudo isso passa pela relação que vão manter com a democracia e o Estado de direito. O PT aparelhou estatais, sabotou a harmonia dos poderes republicanos, incentivando a hostilidade contra o STF. Investiu contra liberdade imprensa, através das esdrúxulas tentativas de regular a mídia. Decretou poderes para conselhos populares, driblando o Congresso Nacional e cooptou movimentos sociais.

Aécio, que trouxe para si o apoio de grupos moderados e conservadores, também conseguiu a simpatia de grupos progressistas, instalados em partidos de esquerda como o PSB, PPS e PV. Teve a adesão de uma intelectualidade avançada e de compromissos inegociáveis com a democracia.

O centro deste debate, então, é a democracia. Se votarmos em Dilma, Estaremos aprovando o projeto de eternização do poder, da liquidação de conquistas históricas do Estado democrático de direito, e da oficialização da corrupção como mecanismo legítimo para obtenção de ganhos políticos.

Defender a democracia é votar contra o PT, e votar contra o PT é preferir a alternância do poder, fazer girar o núcleo do poder político. É apostar num novo ciclo político, reformista e democrático, com preocupações cívicas para a vida nacional. É dar um basta no longo ciclo de ineficiência econômica e social, que legou ao Brasil, em 2014, o menor crescimento dos países emergentes.


Votar contra o PT é declarar amor à República e suas conquistas democráticas. 

Um comentário:

  1. Digitei no google "lutar pela democracia é lutar contra o PT" e encontrei esse texto. Parabéns. Estamos na luta!

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