Por Adelson Vidal Alves
Uma das ameças que rondam a democracia moderna é a persistente tentativa de fusão entre política e religião, acampada por setores conservadores da sociedade brasileira. Não falo apenas pelas bancadas religiosas que atuam livremente no Congresso, orientadas por sua fé e moral. Mas, principalmente, pelo projeto ambicioso de poder que começam a nutrir.
A força deste segmento foi suficiente para barrar avanços em pesquisas científicas e conquistas de direitos civis por parte de minorias. Hoje já dispõe de um partido político, o PRB, uma poderosa rede de televisão, a Record, e outros grandes meios de comunicação. O núcleo deste grupo concentra-se na Igreja Universal, do polêmico Edir Macedo, que recentemente construiu um bilionário templo religioso, o Templo de salomão, numa demonstração clara de força e poder.
As ambições deste grupo chegaram ao Rio de Janeiro, na figura serena do Bispo Marcelo Crivella, sobrinho de Edir Macedo. Ele disputa com Luiz Fernando Pezão o governo do Rio de Janeiro.
Marcelo Crivella, do PRB, não chega a ser dos mais fundamentalistas, mas sua carreira política se construiu com os alicerces da Igreja Universal e seu temível projeto de poder. Temo por religiões de matriz africana, pelos católicos e por homossexuais, caso Crivella vença a eleição. Mesmo sem abrir uma guerra aberta, terá ferramentas para, aos poucos, enfraquecer estes setores com métodos imprevisíveis. Há um risco evidente do Estado laico ser desmontado, pois, segundo eles, o Brasil só terá salvação quando Jesus Cristo for o senhor. Leia-se, o país se tornar protestante, mais especificamente, do segmento ultra-neopentecostal.
Em tempos onde o desafio é consolidar vitórias republicanas, como a democracia representativa e a separação Estado/Igreja, o desafio é garantir a liberdade de crença sem que esla sirva de licença para a "sacralização da política". Enquanto esta última existiu os resultados foram terríveis, e ao contrário do que muitos pensam, o perigo de retrocessos não está descartado.
A população do estado do Rio de Janeiro tem o dever de votar contra o obscuro projeto de poder religioso encarnado em Crivella. É o único caminho para preservarmos a democracia como ela deve ser nos moldes modernos, isto é, suficientemente forte para garantir as escolhas metafísicas individuais sem fazer delas orientação no espaço público, a partir de um poder instalado no Estado.
Prefeito ou Governador nenhum, tem poder para interferir no Estado Laico. Pois se trata de poder Executivo. Ou seja ele não tem poder nenhum para criar leis, como: fazer a população do Rio devolver o dízimo; Isso cabe ao poder legislativo, que é constituído por Deputados Federais, Estaduais e o Senado Federal, ao qual o Bispo Marcelo Crivella, posiciona a mais de 8 anos.
ResponderExcluirOu seja, se ele quisesse, interferir no Estado Laico, já teria feito isso desde o início, em que ele assumiu a posição de senador. Já teria criado projetos de lei, que interferisse na liberdade religiosa.
O que eu digo a muitos, é que fico feliz dele não ter ganho as eleições para o governo do Rio. Pois a bomba, teria estourado na mão dele, da mesma forma que aconteceu o então, vice-governador Francisco Dornelles. Isso sim, teria manchado a reputação dele.
Hoje, o povo verá que ele não tem essa intenção. Pois, temos dois candidatos a prefeitura do Rio. Dois candidatos, de duas igrejas evangélicas diferentes.
Se o povo, continuar pensando desse jeito, é só votar em branco. Isso não vai resolver nada. A preocupação do povo atualmente, deve ser em eleger candidatos ficha limpa. Basta consultar todos os projetos que o Bispo Crivella já fez sendo senador, e quando não era.
E pode ter certeza, de que os projetos, que ele pois em prática, sem o apoio financeiro do governo, foram apoiados pela IURD, a qual é tanto criticada. Exemplo: Fazenda Canaã (Irecê/BA)