Por Adelson Vidal Alves
"Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas".
Rubem Alves
Vejo os debates dos candidatos ao Executivo e percebo que,
quando falam de educação, a tratam somente no campo econômico e estatístico
(quanto de dinheiro foi destinado à educação, quantos alunos aprovados etc)
como se dinheiro formulasse políticas educacionais e aprovações significassem
sucesso. A educação é feita, também, de ideias e de sonhos. De pessoas e não de máquinas. Por isso já vi
megaescolas fracassando e pequenos cursinhos dando certo. Tá na hora de
pensarmos a educação para além do simples e rotineiro caminho de transferência
de verbas para fins aprovativos.
A escola deve ser lugar que incentive sonhos, que forme
crianças e jovens para o convívio harmonioso e crítico na sociedade. Isto o
IDEB e o ENEM não conseguem medir.
Escola não é prisão, é jardim, para usar a conhecida metáfora de Rubem Alves. Mas será que estamos regando corretamente nossos jardins? Será que nossa educação faz as flores de nosso jardim crescerem livres e saudáveis? Falando de forma mais direta: será que estamos entregando nossos alunos para sociedade mais felizes, críticos e livres, ou estão doentes pela rígida hierarquização que marca os atuais modelos sociais?
Escola não é prisão, é jardim, para usar a conhecida metáfora de Rubem Alves. Mas será que estamos regando corretamente nossos jardins? Será que nossa educação faz as flores de nosso jardim crescerem livres e saudáveis? Falando de forma mais direta: será que estamos entregando nossos alunos para sociedade mais felizes, críticos e livres, ou estão doentes pela rígida hierarquização que marca os atuais modelos sociais?
Longe de questionar a necessária rotina curricular, do
necessário rigor na aplicação dos conteúdos, da observação séria quanto às
regras a serem seguidas. Mas seria de bom senso reconhecermos que sozinhos
estes quesitos não são suficientes. Fazem parte de uma pedagogia tradicional fracassada,
com reconhecimento até mesmo dos mais altos gestores públicos da educação. Tem
que mudar, e isto não há dúvida, mas como e para onde mudar?
Penso que o grande desafio de nós educadores (e do sistema
educacional) é conseguir incutir nos alunos o prazer que é a aprendizagem,
fazer com que a curiosidade natural de nossas crianças converta-se em mais
conhecimento, feito sob a alegria da descoberta das coisas novas. Se conseguirmos
fazer nossas crianças descobrirem, por si mesmas, como o conhecimento nos faz
voar, teremos sucesso, pois voar é o sonho de toda criança, seja com a
imaginação ou com suas utopias.
Não há fórmulas prontas, mas no momento que reconhecemos
(retorno a Rubem Alves) que falta à escola o tempero da comida, veremos bons resultados.
Hoje conseguimos alimentar nossos alunos com uma comida saudável, mas sem sabor.
Se um dia somarmos a comida saudável com a saborosa, a educação cumprirá seu
papel. E aos educadores, terão sucesso quando formos cozinheiros e nutricionistas
ao mesmo tempo.
"O conhecimento imposto à força não pode permanecer na alma por muito tempo" Platão
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