Por Adelson Vidal Alves
Em Outubro de 2002, às vésperas das eleições, Lula lançou a
famosa “Carta ao povo brasileiro”. Nela, comprometia-se em manter os contratos
com o capital financeiro. Há quem diga que viajou para o exterior e negociou
pessoalmente acordos que favoreceriam os grandes bancos em seu mandato. Logo
após a posse, nomeou para o Banco Central Henrique Meirelles, ex-executivo do
Bank Boston. Mais tarde, aprovou a Reforma da previdência, que favorecia o
poder especulativo e prejudicava os aposentados do setor público.
O PT, desde então, dedicou-se a governar sob as bênçãos do
sistema financeiro. Dilma, principalmente, foi a que mais encheu as burras dos
banqueiros. Estudo da
consultoria Austin Asis, com base nos balanços do primeiro semestre de 2014,
mostra elevação de 25,2% do lucro líquido dos bancos privados em comparação com
o mesmo período de 2013. Nos três anos de Dilma, o sistema financeiro
nacional lucrou R$ 115,75 bilhões. Quase o dobro dos R$ 63,63 bilhões somados
em oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso.
Tanta generosidade da
presidenta tem justificativa. Na atual campanha presidencial, são os bancos seus
maiores financiadores. Em dois meses, segundo o TSE, Dilma arrecadou R$ 123
milhões de reais junto ao sistema financeiro. De todos os presidenciáveis, é a
que mais recebeu. O resultado de tanta submissão está nas pífias previsões de
crescimento. As mais otimistas apostam em 0,5% neste ano, resultado de uma
política econômica que preserva as mais altas taxas de juros do mundo e segue
sangrando grande parte do orçamento da União para pagamento da divida pública.
Dilma é a preferida dos
banqueiros porque mostrou fidelidade em sua gestão, deixando o BC autônomo de
fato. Seguiu com o câmbio flutuante, empossando em altos postos do Estado
homens de confiança do capital especulativo.
Porque Dilma não fez a
auditoria da divida externa, aliviando e renegociando o gasto anual com a amortização
das dívidas? Se assim fizesse, sobraria ainda mais dinheiro para a educação, a saúde
e a geração de empregos. Por que não fez
reformas que controlassem o fluxo dos lucros bancários, taxando sua
movimentação e aumentando a arrecadação da União? Sua política econômica seguiu
desindustrializando, precarizando os empregos, diminuindo os salários, fechando
postos de trabalho e aumentando o desemprego.
Hoje aponta para seus adversários a acusação de serem eles
os representantes dos bancos, mas os números mostram que, ao contrário do que
diz Dilma, é ela a preferida de quem lucrou em seu governo como nunca lucrou na
história. Definitivamente, Dilma é a candidata dos banqueiros.