tag:blogger.com,1999:blog-4865934636106920092024-02-07T17:29:00.241-08:00LUTA DEMOCRÁTICA"O Filósofo, um artista, um homem de gosto, participa de uma concepção de mundo, possui uma linha consciente de conduta moral, contribui assim para manter ou para modificar uma concepção do mundo, isto é, para promover novas maneiras de pensar"
Antonio GramsciAdelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.comBlogger355125tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-70425246231980028652016-03-02T06:04:00.001-08:002016-03-02T06:07:54.490-08:00Por que derrotar Neto e o PMDB?<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1DvGg0xfDQhjDVl49O7WVfHBdZFfJdI_3qhG3wV5KnoOJAEzmPutPT-LNkO0pk4qqBKJUzoAjh2G6bF3ccvvvuc9tEdmZL8bfqsHLFh0nDwKTXVJd1wfQKITIvJC9bWiVhxDm7-JjZxU/s1600/Neto+e+Te.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1DvGg0xfDQhjDVl49O7WVfHBdZFfJdI_3qhG3wV5KnoOJAEzmPutPT-LNkO0pk4qqBKJUzoAjh2G6bF3ccvvvuc9tEdmZL8bfqsHLFh0nDwKTXVJd1wfQKITIvJC9bWiVhxDm7-JjZxU/s1600/Neto+e+Te.jpg" /></a><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Devo iniciar esclarecendo que
participei do último governo Neto, e emprestei meu apoio e voto em todas vezes
que seu grupo governou. Não me arrependo. Foi um tempo onde Volta Redonda teve
seu maior desenvolvimento urbano e social, que teve inicio na gestão de Paulo Cezar
Baltazar. Ainda que sempre avesso a diálogos, Neto promoveu geração de
empregos, modernização de setores da saúde, e urbanizou em 100% a periferia.
Seu ciclo, no entanto, se esgotou. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A democracia não tolera
perpetuação no poder, mesmo que se renove na governança, Neto sabia disso e
prometeu renovar, mas não renovou, repetiu fórmulas anacrônicas e se perdeu.
Hoje o governo mal consegue tapar os buracos de suas ruas, aprofunda a
desvalorização de médicos e professores, podendo sofrer uma greve. Paralisa
obras importantes por descaso, não paga funcionários, tira dinheiro de eventos
culturais e dá calote em artistas e professores. Todos os sinais da fase
terminal do “jeito Neto de governar”, cercado por gente de pouca criatividade,
seu fim é iminente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A importância de derrotar Neto
se estende a necessidade de se derrotar o PMDB, isso por que vivemos uma
conjuntura nova e perigosa. Neto pretende lançar Sebastião Faria, um tecnicista
político pouco conhecido na cidade, que já chega desgastado pela crise da
saúde. Sem decolar nas pesquisas internas, pode ser que seja substituído por um
político profissional, como o deputado Deley, em declínio eleitoral já há algum
tempo. Tudo isso anima uma candidatura mais viável dentro do PMDB, a de América
Tereza, apadrinhada pelo poderoso Edson Albertassi. Aqui se insere um projeto
político que engloba o partido a nível estadual e nacional. O PMDB pretende se
fortalecer no estado com fim a dar palanque para uma candidatura presidencial
em 2018, provavelmente com Eduardo Paes, e sustentar Pezão, que sofre números
alarmantes de impopularidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Em Volta Redonda faz-se urgente
a construção de um bloco político de centro, capaz de apresentar um programa
novo de cidade, que contemple as necessidades das pessoas e do município. Um bloco
de poder coerente, que não mire o poder pelo poder, mas seja capaz de aplicar
reformas profundas na estrutura administrativa, que sofre com fisiologismo,
nepotismo e patrimonialismo. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Viabilizar um nome que lidere
todos esses anseios é o desafio de uma oposição que tem errado muito em seu
papel opositor, mas pode hoje unir forças contra os males maiores desta
eleição: Neto e o PMDB. <o:p></o:p></span></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-4822307196847874052016-02-24T17:30:00.000-08:002016-02-24T17:40:56.561-08:00Hino racial<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiO_kOourZr7iAyv-FAkrY4foZAAs5uIt4o0pYuGwRmQ9kR2wmOGf-hBTjSigvOYurbdyoE-KGL-Iv_7Ce6cbW-rGVZRzhfQIgWOZUwBps3dTWvGjQs_9wNFBoInHjUvE0T8YwwRHWD42c/s1600/El.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiO_kOourZr7iAyv-FAkrY4foZAAs5uIt4o0pYuGwRmQ9kR2wmOGf-hBTjSigvOYurbdyoE-KGL-Iv_7Ce6cbW-rGVZRzhfQIgWOZUwBps3dTWvGjQs_9wNFBoInHjUvE0T8YwwRHWD42c/s400/El.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hesitei em escrever este
artigo. Costumo ser lido mal, levado para campos ideológicos que não me
pertencem, visto exageradamente como inimigo de causas que também são minhas.
Mas o dever do intelectual é sempre provocar custe o que custar, aprendi isso
com o grande Chico de Oliveira, por isso, provoquei. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O que vou falar é sobre o
recente clipe do rapper voltarredondense Thiago Elniño. Já fiz isso com uma outra
música do cantor, em forma de carta aberta, que ele não respondeu. Entendo
perfeitamente sua postura, um músico tem mais o que fazer do que ficar
respondendo blogueiros atrevidos. Só que
novamente vou importunar sua figura pública com minha opinião, que não é dada simplesmente
por ser dada, mas por dever de alguém que milita desde sempre pela “des-racialização”
do Brasil. Vamos então aos pontos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A música tem o título “Diáspora”,
que significa dispersão de um povo, no caso da canção, do povo negro, da África
para algum lugar. O refrão é taxativo: “Busque sua raiz ou morra pela raiz”,
uma convocação para o povo negro a reencontrar sua identidade racial, se reunir
como raça e viver como raça. Na estética do clipe a coreografia da
religiosidade de matriz africana, o posicionamento de quem quer chamar o negro
para assumir a sua posição racial. Nada a comentar sobre o conjunto musical e
poético, não tenho competência para isso, me interessa a mensagem, e essa tem
uma conteúdo perigoso: a de que existiria um “povo negro” de ancestralidade
comum. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Bem, é fato científico de que
tal visão não faz sentido, pelo menos não no Brasil. A genética vem comprovando
que a cor da pele em um país mestiço como o nosso não conta nada sobre suas
origens. Basta citar pesquisa emblemática do geneticista Sérgio Penna, da UFMG,
que testou o DNA de negros e brancos na busca de sua ancestralidade. O resultado é surpreendente. Neguinho da Beija
Flor, um dos voluntários da pesquisa, tem 70% de seu DNA vindo da Europa. Seria
ele na verdade branquinho da Beija Flor? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Essa realidade brasileira tem
explicação histórica e é simples: nunca tivemos em nossa história leis raciais.
Nos EUA, de onde se importa grande parte das políticas racialistas, permaneceu
por bastante tempo leis de discriminação racial, como as leis Jim Crow, que
separavam negros e brancos no uso de escolas, lugares de lazer e transporte
coletivo. Os casamentos inter-raciais só foram liberados em 1965. Por lá se vigorou
a Gota de sangue única, que taxava como negra toda a pessoa que tivesse nem que
seja um ancestral africano. Mesmo com uma abolição capenga, o Brasil jamais fez
algo semelhante. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Sem ter parâmetros científicos
para ligar pessoas de pele negra a uma ancestralidade racial comum, costuma-se
se usar a cultura como ponto de ligação. O cabelo, a religiosidade, o apreço
pelos tambores, a devoção por orixás, oxalás e oguns, tudo isso estaria
inserido como um chip na vida cultural dos negros, negar isso seria trair a
raça. É essa a grande trama montada pelo multiculturalismo do movimento negro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Mas há quem diga que tudo isso
é por conta da luta de um povo que além de ser a maioria do país está em
maioria também na pobreza. Em uma das apresentações do clipe de El Niño
aparecem informações como essas, mas elas são equivocadas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Segundo o Censo, a maioria dos
brasileiros, cerca de 53,7% se declaram brancos, 43,1% se disseram pardos, e
apenas 7,6% se assumiram pretos. Só que o IBGE e outros órgãos costumam unificar
pardos e pretos na categoria “negros”, ignorando a identidade intermediária que
grande parte da população brasileira se assume. Assim como nos EUA, querem
criar um país bi-racial, só assim as estatísticas sustentariam as bandeiras
racialistas. Devo completar que a grande maioria de pobres no Brasil não é
negra. Segundo o PNAD de 2006, 60% dos mais pobres no Brasil se afirmam pardos
e apenas 9% negros. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Percebe-se, aqui, que a pobreza
no Brasil tem todas as cores, e que o sangue misturado não nos autoriza
recrutar pessoas pelo viés racial, base histórica de todo pensamento racista. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Concluindo e voltando a música,
penso que El Niño se posicionou como artista e formador de opinião, e por isso
está sujeito a críticas e questionamentos. Volto a afirmar que não tenho
qualquer avaliação do clipe, meu artigo apenas usou da mensagem de sua música
para debater o tema sensível da racialidade. De certo forma, sua música nos
emprestou este espaço para o debate que respeitosamente utilizei. Espero poder
contar com o mesmo respeito dos meus interlocutores. <o:p></o:p></span></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-91361102420223637272016-01-27T08:57:00.001-08:002016-01-27T08:57:30.045-08:00Esquerda e civismo<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju65jLUTvUH_IXJqP69Zr2y2WS7yx4wullndSzslL_6hrFRrWePcHGOKa-7GVzOqkVBu-xWkrbDs8fElbZoqHuTmUmnCNL9ccMZR87d6InEguU-VKHuX_cnOnscjM6hfN4dW50nyJufA0/s1600/MPL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="223" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju65jLUTvUH_IXJqP69Zr2y2WS7yx4wullndSzslL_6hrFRrWePcHGOKa-7GVzOqkVBu-xWkrbDs8fElbZoqHuTmUmnCNL9ccMZR87d6InEguU-VKHuX_cnOnscjM6hfN4dW50nyJufA0/s400/MPL.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Em missa realizada em São Paulo
por ocasião do aniversário da cidade, o prefeito Fernando Haddad, enquanto
concedia uma entrevista, era hostilizado por ativistas, chegando a ser atingido
por uma garrafa pet. Já o governador Geraldo Alckmin teve que sair pelos fundos
da igreja para não ser agredido. Os agressores seriam membros do MPL (Movimento
Passe Livre), que vem organizando uma série de manifestações contra o aumento
das tarifas de transporte, algumas delas terminando em violência e depredação
do patrimônio público. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Em Porto Alegre, enquanto falava
a imprensa, o polêmico deputado Jair Bolsonaro era xingado de fascista e
homofóbico, com direito a levar um banho de purpurina. Os “manifestantes”
participam do Levante Popular da Juventude. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Os casos acima ilustram o
comportamento autoritário e truculento que parte de nossa esquerda elegeu como
estratégia de luta. Tanta agressividade seria, segundo tais movimentos, “reação
dos oprimidos” contra a violência dos opressores. Neste caso, suas verdades e
opiniões devem ser impostas pelo grito, pela violência e pela desmoralização,
em nome da justiça. Para se chegar a um mundo melhor valeria tudo, do desrespeito
público a autoridades constituídas a atos de agressão física e verbal. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Uma esquerda assim não conhece
os valores do civismo, da necessidade de se comportar nos limites constitucionais
e democráticos. Rejeitam a via pacífica que oferece as instituições, o caminho
seguro para que encaminhemos soluções coletivas sem que a ordem seja sabotada.
Ao contrário, enxergam a democracia como sendo “burguesa”, com cartas marcadas
e a serviço dos ricos. Desconsideram, em absoluto, que o valor da democracia é
universal, conquista da civilização e sem roupagem de classe. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O que se espera para nosso
tempo é uma esquerda moderna, obediente às leis, inserida no aparelho
democrático do Estado de direito, que se guie pela busca constante de
consensos, obtidos pelo diálogo persistente entre os vários atores sociais,
representados no Estado e participantes da sociedade organizada. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Não se pode esperar vencer as
injustiças com violência, e nem a intolerância com mais intolerância. A
radicalização só serve para intensificar tensões, provocar ânimos, animar o
ódio de alguns. Insistir por esta via é mais do que sinal de atraso, mas de
apoio à barbárie. <o:p></o:p></span></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-64692857111385210432016-01-21T05:50:00.001-08:002016-01-21T05:55:54.978-08:00O fim da era Neto<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaU8WhuEod7uBVsaynGdLY-bgQ3-cXl_E9rG33e8KdNzB2GuxQjyisMUCrTqOKdY53-JKpY9Y8FFgIjpQ1LYLsvOEKQVWv7oEdnuV4a0U57WQSTscfCIt_zw4_mEg8ggVQpFDX4h8ZqaA/s1600/aqui-neto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaU8WhuEod7uBVsaynGdLY-bgQ3-cXl_E9rG33e8KdNzB2GuxQjyisMUCrTqOKdY53-JKpY9Y8FFgIjpQ1LYLsvOEKQVWv7oEdnuV4a0U57WQSTscfCIt_zw4_mEg8ggVQpFDX4h8ZqaA/s400/aqui-neto.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A democracia proporciona a
saudável alternância de poderes. Nem mesmo os mais carismáticos líderes
conseguem sobreviver ao tempo na medida em que tudo se esgota, há uma espécie
de desgaste natural de toda forma de governança. Em Volta Redonda, depois de
tantas previsões apocalípticas, parece que a era Neto chegou ao fim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Os sinais do fim vem de seu
próprio governo, inerte, sem criatividade, preso a paradigmas ultrapassados,
distante do povo, imerso numa crise administrativa e cercado de gente que não
tem mínima vocação de governo. Mas sempre foi assim, dirão alguns, e talvez
estejam certos. A diferença é que, antes, a figura de Neto, bom gestor,
competente, fazedor de obras, se exauriu em meio ao esgotamento de um ciclo de
governo onde a urbanização e o aperfeiçoamento e modernização de variados
setores da gestão pública deram certo. Hoje, a exigência de criatividade e
renovação não foi cumprida pelo prefeito, que se comprometeu a mudar e não
mudou. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O vácuo político que se abre,
no entanto, não será preenchido automaticamente. É preciso fazer política. Os
adversários vão precisar elaborar uma alternativa que convença a população, com
um programa de governo que atenda as principais demandas do município. Não me
parece que tais saídas venham de uma oposição radical, ninguém quer uma mudança
total, o sentimento é de uma “renovação conservadora” se me permitem usar este
termo aparentemente híbrido. Mas o que quero dizer, é que o grande vencedor
será aquele que buscar uma espécie de “terceira via”, ou uma “oposição moderada”,
que não jogue tudo o que foi feito fora, mas que se proponha a avançar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Penso que algumas bandeiras
devem ser levantadas: a criação de um novo PCCS para os servidores públicos, uma
reforma administrativa que elimine, pelo menos, 50% dos cargos comissionados.
Algumas secretarias, criadas para serem usadas no balcão de negócios, devem ser
desativadas, caso da inexplicável secretaria de desenvolvimento econômico. A
retomada de projetos que permitam o primeiro atendimento médico, com
valorização dos profissionais; a realização de concursos para as áreas técnicas
ocupadas por cargos comissionados; investimento na saúde de acordo com a Constituição;
a reorganização do espaço escolar com a diminuição do número de alunos; um
auditoria independente nas contas da prefeitura, de modo a reconhecer a real
situação econômica do município, valorização dos conselhos municipais, uma
renovação no programa Orçamento participativo; e a elaboração séria de uma
política cultural para a cidade.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">São bandeiras básicas de
qualquer candidato que se pretenda substituir Neto com um viés democrático e
responsável. A cidade aguarda ansiosa quem de fato terá condições de assumir
essas e tantas outras bandeiras. <o:p></o:p></span></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-14463331137540210232016-01-11T11:48:00.002-08:002016-01-11T12:03:17.637-08:00No carnaval de Volta Redonda, o povo dançou<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgptgsv2-d8JTsm_r70i15_-ZEt_3naAlelSOvNrD9y6MKCeHYs17VqLrCf_S1Xk9cPRVEgVlE8iPuhPBE3jGlDSxWWwoQXDSKbsfDBFj5aW-KzzpSCaG__JV0F1fIofWOquf6vlUkOma0/s1600/sec_cultura_de_vr-_rosane_gonsalves+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="248" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgptgsv2-d8JTsm_r70i15_-ZEt_3naAlelSOvNrD9y6MKCeHYs17VqLrCf_S1Xk9cPRVEgVlE8iPuhPBE3jGlDSxWWwoQXDSKbsfDBFj5aW-KzzpSCaG__JV0F1fIofWOquf6vlUkOma0/s400/sec_cultura_de_vr-_rosane_gonsalves+%25281%2529.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 12pt;">O antropólogo Roberto da Matta, em seu
clássico “Carnavais, malandros e heróis”, fez bem a separação entre o carnaval
de rua e o carnaval privado. Escreveu ele : <i>“Na
rua, o carnaval assume, sobretudo, a forma de encontro aberto (...) ao passo
que, nos clubes, se trata de um ambiente mais bem marcado (...) dominados pelo
plano econômico”</i>. Pois bem, em Volta Redonda, sob a direção da secretária
de cultura Rosane Gonçalves, o carnaval deverá ser “privatizado”. Sim, pois a
prefeitura, desde os anos anteriores, quando negou aos blocos de rua
serpentinas e outros artefatos carnavalescos com a desculpa ridícula de evitar
“sujeira”, vem retirando da maior festa popular do planeta seu caráter popular.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 12pt;">Em reunião dentro de uma boate de Volta
Redonda, alguns blocos foram comunicados das regras burocráticas estabelecidas
como condição para saírem em seus respectivos bairros. Regras, na maior parte
dos casos, quase impossíveis de serem cumpridas à risca. A desculpa da vez?
Motivos de segurança. A saída “genial” (com aspas e ironia) encontrada pela
secretária de cultura será aglutinar todos os blocos na Ilha São João, em uma
festa sob vigilância institucional e com todo o caráter popular das ruas
descaracterizado. Quem sabe um Monobloco ou uma Preta Gil apareça por lá para
dar glamour à festa, que será minguada pela ausência das tradições de rua, das
inversões de valores e do descumprimento tolerável de algumas regras formais? Os foliões serão
vigiados pelo cassetete da Polícia e pelos fiscais da secretaria. A cerveja e
as bebidas? Bem, isso vai depender da marca que vencer a licitação, que de
quebra, vai monopolizar o consumo. Para ficar pior, só mesmo cobrando entrada. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 12pt;">As consequências de tanta
burocratização podem ser as piores. A descaracterização já é uma realidade, mas
há de se temer que a rebeldia popular resolva enfrentar as regras e organizar
eventos clandestinos, aí sim, com todo o risco de violência e outros
incidentes. A verdade é que no carnaval, o povo dançou. E dançou por culpa de
uma secretária de cultura que não sabe nada de cultura e que conta com o apoio
persistente do prefeito Neto, que não será perdoado pelo dia em que a nomeou.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-30899792715101819802016-01-04T05:57:00.002-08:002016-01-04T05:58:41.705-08:00As lições do Jesus histórico<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFAvrfp87xU0hBXEb9H2DdmtSEywdwr8P9KjUAo51uBLdHI-YvL9iAADMIl1KASVaR2duDV4mXlrBezY3o0RZF_93XT7OWQezAvnMOL2BGvgIDZpINX4Oo94VyspKmYKP9XI0EZu7XuEw/s1600/crucificacao.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="282" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFAvrfp87xU0hBXEb9H2DdmtSEywdwr8P9KjUAo51uBLdHI-YvL9iAADMIl1KASVaR2duDV4mXlrBezY3o0RZF_93XT7OWQezAvnMOL2BGvgIDZpINX4Oo94VyspKmYKP9XI0EZu7XuEw/s400/crucificacao.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Como todos sabem, sou agnóstico
(tenho dúvidas sobre Deus ainda que não negue categoricamente sua existência),
sendo assim, não me interesso pelo o Jesus “Cristo”, o divino construído teologicamente
durante os séculos, mas sempre fui curioso quanto à vida histórica do homem no
qual seu nome direciona a vida de milhões de pessoas em todo mundo. Qual foi
sua mensagem, seu estilo de vida, sua pregação e seus sonhos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Neste aspecto, ainda que com
pouquíssimas fontes fora dos evangelhos, os historiadores começam a estabelecer
consenso sobre o Jesus da Palestina do século I. Para isso, os pesquisadores tentam
separar o que da bíblia podemos afirmar como sendo histórico, ou com alguma
marca histórica, e o que é produção de fé. Faz-se isso confrontando os textos
com fontes arqueológicas e filológicas que vão se encontrando nos últimos anos.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">De cara, descartamos o Cristo
que prevalece entre as igrejas eletrônicas, aquelas da teologia da prosperidade.
Ele nasceu pobre, em uma pequena região de 400 habitantes chamada Nazaré, não
recebeu presentes no seu nascimento, veio de uma família com poucos recursos,
seguiu o trabalho rude de seu pai, como operário ou camponês (talvez as duas
coisas), foi judeu e jamais pretendeu fundar uma nova religião, morreu por uma
sentença política devido a sua práxis, e ao invés de aceitar sua morte como
expiação pelos pecados da humanidade, fugiu dela, e tentou evitá-la ao máximo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Em sua mensagem, o Jesus
histórico toma lado politicamente: o dos pobres e marginalizados. Os
marginalizados inclui as mulheres, leprosos (vistos muito mais que doentes, mas
como amaldiçoados) escravos, e provavelmente gays. Jamais enxergou em Deus a
obrigação da prosperidade para com seus fiéis, ao contrário, direcionou
críticas fortes aos ricos, por saber que a riqueza deles produz a pobreza de
tantos. Contra isso, colocou os pobres no topo das bem aventuranças. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Jesus era um milenarista, isto
é, acreditava no fim iminente do mundo, na construção do Reino de Deus na
terra, com o triunfo da justiça contra o modelo de dominação romana e das
elites judaicas. Por isso pregou a solidariedade, o amor ao próximo, sobretudo
aos menores, combateu a inveja, a avareza e a soberba, o salvo, segundo Jesus,
deveria ser humilde.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Este Jesus, despido das
mágicas, milagres e feitos grandiosos, é lembrado pouco, mesmo nas festas que
carregam seu nome. Mas ele, a exemplo de tantos outros homens que andaram por
esse solo, trouxe uma mensagem libertadora. Se os cristãos a seguissem, certamente
teríamos um mundo melhor. <o:p></o:p></span></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-7237412441045430232015-12-22T04:26:00.001-08:002015-12-22T04:26:12.448-08:00O triunfo do amor líquido<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgam84ft9_9Mzp-bGtyA3PcaNpwMjT1BySsb8nZ21KB6m3-DYHUD1yekm-Mw89cb0IPK8b7Sfxdijp-ckWUoB_Z04HroPa4pq8JN93LNAr-SIlamfjziZ7h9EZhScazWU_IAC2nj9UDgbs/s1600/casal+triste.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgam84ft9_9Mzp-bGtyA3PcaNpwMjT1BySsb8nZ21KB6m3-DYHUD1yekm-Mw89cb0IPK8b7Sfxdijp-ckWUoB_Z04HroPa4pq8JN93LNAr-SIlamfjziZ7h9EZhScazWU_IAC2nj9UDgbs/s400/casal+triste.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Zigmunt Bauman, o famoso sociólogo polonês, cunhou o termo “modernidade
líquida” para caracterizar os tempos atuais onde tudo perde solidez, e as
pessoas, valores e sentimentos ingressam em um grande mercado, onde as
mercadorias são rapidamente descartadas ao gosto liquido do consumidor. Diante
desse descarte constante de coisas, nem mesmo o mais supremo e metafísico dos
sentimentos escapa. O amor, que desde sempre fez casais enamorados suspirarem em
noites enluaradas, também seria um objeto na sociedade dos consumidores. A
pessoa amada apenas atenderia aos padrões temporários do gosto do consumidor, e
como tudo é líquido e se desfaz rápido, essa logo deixará de seduzir aquele que
consome, será trocada por outra mercadoria. A era dos amores duradouros e do “eu
te amo pra sempre” teria chegado ao fim (essa tese é desenvolvida no livro <i>“amor líquido”</i> do mesmo autor polonês). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Tal avaliação, claramente pessimista para os românticos, se
levada ao pé da letra, nos faria desistir de costumes e tradições que sustentam
a maior parte das sociedades ocidentais. Nisso, não devemos subestimar o papel
de nossa cultura judaico-cristã, que moldou o padrão monogâmico dos
relacionamentos e deu graça divina a união entre dois seres, supostamente
unidos pela vontade do criador. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">No entanto, sob a ótica de psicanalistas, sociólogos,
antropólogos e filósofos, o amor metafísico dá lugar a análises mais concretas,
e são desvendados como mecanismos da natureza humana e sua cultura. Nesse caso,
não seria o caso de falar em amor no termo mágico, mas em amores, inventados
pela subjetividade, construídos sob obrigações sociais, exigidos pelo medo da
solidão e a carência, formados para se exibir como núcleo da felicidade. Nesse
mundo amoroso, difundido pela virulência das novas redes sociais, ele se torna
o grande teatro sentimental, e quem não ama tem o inferno dos pagãos
descrentes, afinal, não amar é sempre sinônimo de frustração e mau humor, nunca
de olhar crítico. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Mas o que a realidade grita aos nossos olhos é o triunfo
absoluto do amor líquido, fundado nos alicerces frágeis da estética e do êxito
material-financeiro. Como as pessoas são mercadorias, elas precisam agregar
valor, para serem melhores consumidas nas sociedades dos consumidores. A internet vende tais pessoas, com a promessa
de lhes pouparem o drama do olho no olho e o trauma da rejeição, tudo acabaria
com um simples offline. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Como o ser humano é cultural, ele inventa mundos, dá sentido
ao que a vida se apresenta como sem sentido. Por isso as religiões, os rituais
fúnebres, as supertições de fins de ano, a música, a arte. Tentar eliminar essa
dimensão humana seria, a principio, uma perda de tempo. Na consciência
alienada, muita coisa sai das nossas mãos para uma realidade supraterrestre. Nós,
humanistas, temos dificuldade em lidar com isso. Talvez estejamos errados. <o:p></o:p></span></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-70202109606203434432015-12-08T08:32:00.001-08:002015-12-08T08:47:02.955-08:00Mais um tiro pela culatra<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgquC5HQ_CSL_9YITvo8FEwq0uW4VXVfpOhz1g2ymzuVxaaMyMNn9SNG3X-u11JkORG5RHBGsbyK-UDGTEYeUm6mJP39ZbAV4lBzZ3rkeorpTJmsESIJb2cEy7QAWbj5HNJAQGViN4EFHM/s1600/DILMAMICHEL.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgquC5HQ_CSL_9YITvo8FEwq0uW4VXVfpOhz1g2ymzuVxaaMyMNn9SNG3X-u11JkORG5RHBGsbyK-UDGTEYeUm6mJP39ZbAV4lBzZ3rkeorpTJmsESIJb2cEy7QAWbj5HNJAQGViN4EFHM/s400/DILMAMICHEL.jpg" width="400" /></a><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Dilma não é uma boa negociadora
política. É mandona, autoritária, não tem o borogodó para fazer os afagos que
exigem nossa democracia tropical. Arrogante, se acha a eterna e exclusiva
comandante do barco, mesmo quando este esta à beira do naufrágio. Numa dessas,
desprestigiou seu vice, Michel Temer, o reduzindo a bombeiro, com a tarefa
única de apagar os incêndios que ora o PMDB aprontava no parlamento. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje, fragilizada pela
possibilidade de impeachment, vem sendo alvo de chantagens e pressões de todos
os lados. Michel Temer, dispondo do momento favorável, resolveu-lhe cobrar, em
carta pessoal, o desprestigio que vem sendo lhe oferecido. A epístola combina
lições do jogo político com um apelo magoado por reconhecimento. O Planalto,
em mais uma prova que não podemos subestimar sua capacidade de faze bobagem,
providenciou o vazamento da carta, que jogou Temer para os braços da oposição
pró-impeachment. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A ideia do governo era rotular
Temer como um conspirador golpista, um traidor. Mas a tentativa saiu como um
tiro pela culatra. Isso por que Temer não é um Ministro rebelde, ou mesmo um
deputado da base aliada contrariado pela falta de atenção governista. Mas sim
Vice-Presidente da República, alguém com quem Dilma divide o êxito eleitoral e
suas responsabilidades de governo. Foram eleitos juntos na mesma chapa. Sendo
assim, é impossível separar o governo de sua imagem. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O jeito atrapalhado do Planalto
lidar com a política empurra a presidente para o isolamento, que agora vê sua
base em conflito. Subestimou a força de Temer, e agora tem diante de si a
tarefa urgente de recompor a aliança com Temer e o PMDB, com o risco eminente
de ver uma parte de seus aliados mudarem de lado na batalha do impeachment. Ai as
mudanças de cenário podem ser negativas para Dilma. <o:p></o:p></span></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-87152174926582283952015-11-30T04:08:00.001-08:002015-11-30T04:08:12.504-08:00A questão do Estado<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjo11Iog1AKIDjKq8XK1brVuNU-elH3Urrrkb3gCVkFedwsZS7nYnWpZ_cxPJTIznidV2ddbIXXvJ2rwVV8hE_fdFeVxTLGN0ajmqdmFxIetnVNbH1rWlMUrBhACIfmaMUi8ri5nMm91gI/s1600/Marx.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjo11Iog1AKIDjKq8XK1brVuNU-elH3Urrrkb3gCVkFedwsZS7nYnWpZ_cxPJTIznidV2ddbIXXvJ2rwVV8hE_fdFeVxTLGN0ajmqdmFxIetnVNbH1rWlMUrBhACIfmaMUi8ri5nMm91gI/s1600/Marx.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">As crises costumam trazer a
tona o debate quanto ao papel e a natureza do Estado. Nestes momentos, até
mesmo os advogados do livre mercado e do Estado mínimo, recorrem a ele como
forma de primeiro bote salva-vidas. Mas afinal, o que é o Estado? Qual sua
natureza? Precisamos dele? Podemos sonhar com um mundo sem Estado? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Durante a história, vários
pensadores teorizaram sobre o Estado. Thomas Hobbes, teórico do absolutismo da
Idade moderna, tratava o poder estatal como regulador necessário a uma natureza
humana egoísta pronta a eliminar uns aos outros. Em sua obra clássica “o
Leviatã”, este Estado é fruto de um pacto que elimina liberdades individuais,
entregue a um soberano com funções rígidas de controle e intervenção. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Para Hegel, o Estado é visto
como a plenitude do desenvolvimento espiritual. A síntese final de um
desenvolvimento histórico guiado por Deus. No Estado repousaria a organização
absoluta da vida universal. Em Marx, ele é a organização de poder que se
estabelece a partir das bases materiais de produção de uma determinada sociedade.
Ele existiria em função da dominação de uma classe sobre outra, sendo a
expressão política da opressão de um grupo sobre outro, o que fez Marx projetar
uma sociedade livre tendo como condição o fenecimento do Estado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Os dois primeiros pensadores
tem no Estado uma instituição permanente, enquanto Marx condiciona a
emancipação humana ao desaparecimento deste poder político. Os marxistas,
então, tem um olhar negativo sobre a política, e defendem uma revolução social
que seja capaz de criar um mundo de “autogoverno”. A história, no entanto,
nunca se aproximou de algo neste sentido. Mesmos nos regimes que se
reivindicaram inspirados em Marx, o Estado aumentou de tamanho, ao invés de
diminuir, como propunha o filósofo alemão. Só que, ao contrário do que os
marxistas ortodoxos imaginavam, o Estado não aumentou em autoritarismo, mas
seguiu, nas sociedades ocidentais, um caminho democratizante, a ponto de se abrirem
às conquistas das classes subalternas. Ele já não é mais o “comitê executivo
das classes dominantes”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">As forças democráticas, em
geral, estão convencidas da impossibilidade de se avançar caminhos
civilizatórios por atitudes que violem a
via institucional. Isto por que, o Estado democrático de direito amadureceu
pela ação direta de variados atores sociais, sobretudo, os grupos de baixo. O
caminho para uma transformação social só é aceita pela via do reformismo, capaz
de alterar o jogo de forças e de forma gradual estabelecer uma nova cultura de
vivência, o que por sua vez forçará a renovação, ou até a abolição e criação de
novas instituições. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A direita precisa de um Estado,
ainda que restrito em suas funções. Mas a esquerda, que de alguma forma
especula um mundo com mais liberdade, pode imaginar e sonhar com o fim do
Estado. Mas esta possibilidade deve ser construída, com a ação cotidiana de
democratização dos organismos modernos de Estado. Eles hoje estão abertos a
criação de consensos pacíficos, formados pela luta e pelo debate de grupos
socais inseridos no jogo democrático. Para usar as palavras de um dos
principais documentos do Partido Comunista Italiano, deve se pensar a nova
sociedade como uma “grande marcha por entre as instituições”, palavras estas
que se contrapõem a estratégias como a do maoismo, que coloca a violência como
via para o socialismo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O debate deve seguir, mas o
atual momento histórico exige a compreensão de que a evolução histórica ainda necessita da existência de um Estado, aberto a
pressões populares e com seu poder exercido de forma estendida a outros espaços
da sociedade civil. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-79147305106444047062015-11-18T14:25:00.004-08:002015-11-18T15:27:50.310-08:00O mito Palmares<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggOYpFeYCA_WZT1XSyuYI6d9uM8A8UWHKa__HRRYHjK9JlLWrXK-XteI8Qwo5qhkF_5KWC-m-IteMs3yzXVNC5bAmFfV2ZT-V4bIJvbREd48IBZmgH_Q8CydjBd8mlrqQ9dL2QDN2AuJs/s1600/Zumbi.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggOYpFeYCA_WZT1XSyuYI6d9uM8A8UWHKa__HRRYHjK9JlLWrXK-XteI8Qwo5qhkF_5KWC-m-IteMs3yzXVNC5bAmFfV2ZT-V4bIJvbREd48IBZmgH_Q8CydjBd8mlrqQ9dL2QDN2AuJs/s320/Zumbi.jpg" width="281" /></a><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">No ano de 1971, em Porto Alegre, uma organização negra,
chamada Grupo Palmares, fez talvez a primeira comemoração do dia 20 de
Novembro, data da morte de Zumbi, principal líder do maior quilombo da história
brasileira. Zumbi foi capturado, morto e degolado no referido dia do ano de
1695, na região da Serra da Barriga, na capitania de Pernambuco, onde se
localiza hoje o estado do Alagoas. </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> </span></div>
<br />
<o:p></o:p>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Em
2003, no dia 9 de Janeiro, a lei 10.639 inclui o Dia Nacional da<span class="apple-converted-space"> </span>Consciência Negra no calendário
escolar, ao mesmo tempo em que obrigava o ensino da história e cultura
afro-brasileira. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space"><span style="background: white; color: #333333; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space"><span style="background: white; color: #333333; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Helvetica;">A exaltação e evolução da data como
referência da cultura negra se sobrepôs ao 13 de maio, data da abolição da
escravidão, que até então era tida como centro das reflexões do movimento negro
organizado. Vista como uma “falsa abolição”, a data é criticada por celebrar
uma libertação que não houve. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space"><span style="background: white; color: #333333; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space"><span style="background: white; color: #333333; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Na verdade, a abolição da escravidão
é tida, historicamente, como fruto de um conjunto de fatores econômicos,
políticos e sociais, que não envolveram apenas a resistência negra, mas também
a solidariedade de brancos no movimento abolicionista, que ganhou o mundo e
pressionou o único país independente da América a ainda adotar a escravidão a
se livrar dela num ato legal. A consciência negra, do Dia 20 de novembro seria, assim, celebração
unicamente do povo negro, do protagonismo exclusivo em suas lutas. Trata-se
da substituição de uma data anti-racialista, para uma data racialista. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space"><span style="background: white; color: #333333; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space"><span style="background: white; color: #333333; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Frente a data, o movimento negro
mistifica um herói: Zumbi. Tratado como líder de um quilombo democrático e que
combateu a escravidão. Ele é tido como uma figura mítica, e Palmares uma
metáfora do paraíso negro, liberto da opressão branca. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space"><span style="background: white; color: #333333; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></span>
<span class="apple-converted-space"><span style="background: white; color: #333333; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Só que a história mostra Palmares de
uma forma bem diferente. Ao contrário de uma sociedade igualitária, prevalecia uma
organização estamental, com as lideranças do grupo gozando de privilégios. Bem diferente
de combater a escravidão, Palmares se relacionava com colonizadores portugueses
e mantinha escravidão no seu território, o próprio Zumbi teve escravos
particulares. Zumbi mandava capturar escravos e mulheres, estas últimas eram
executadas caso contrariassem a liderança do Quilombo. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space"><span style="background: white; color: #333333; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space"><span style="background: white; color: #333333; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Helvetica;">No dia da Consciência Negra, será
comemorado um Palmares que não existiu historicamente, mas que precisa existir nas
mentes, a fim de atender os projetos de movimentos e ONGs racialistas. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-28710951997033925712015-11-11T15:45:00.000-08:002015-11-11T16:51:39.925-08:00BNCC: o fim da temporalidade no ensino de história<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">March Bloch certa vez escreveu:
“a história é a ciência do homem no tempo”. Já Fernand Braudel dizia que “<a href="http://kdfrases.com/frase/124276"><span style="background: whitesmoke; color: #181818;">O historiador nunca se
evade do tempo da história</span></a>”. Homens como eles,
pensadores e cientistas da história, sabem muito bem que a temporalidade é algo
precioso na vida do historiador, e de quebra, no ensino da história. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">No entanto, tal compreensão vem
faltando aos “especialistas” do MEC, que vem propondo uma reforma radical no
conteúdo do ensino de história, através
da Base nacional Comum Curricular (BNCC) que em sua essência, vai abolir a
noção de tempo histórico. Isto por que, com a desculpa de combater o eurocentrismo,
os reformadores se propõem a abolir o sistema clássico francês de divisão da
narrativa histórica (antiguidade, Idade média, Idade moderna e Idade
contemporânea). No lugar, entraria o estudo de culturas e “mundos” próprios de
alguns povos, sobreduto o dos “ameríndios” “africanos” e “afrobrasileiros”. O
aluno mergulharia em compreensões de realidades culturais cercadas por muralhas
étnicas, raciais e políticas. A história universal, moldada pelos feitos da
tradição greco-romana, da Renascença, do cristianismo da Idade Média, da
Reforma protestante, das revoluções liberais na Europa, simplesmente
desapareceria dos livros de História. No lugar, a total subserviência ao
multiculturalismo, sempre disposto a fragmentar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: whitesmoke; font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: whitesmoke; font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Tamanho
absurdo recebeu críticas até mesmo do ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro.
Em Outubro, Janine fez suas primeiras críticas, citando a ausência do ensino da
Inconfidência Mineira, rebelião colonial que nos legou a figura de Tiradentes. Vejam
só! Teríamos um herói nacional, com feriado e tudo, sem sequer ser citado nos currículos
de história. Neste caso, faria todo o sentido um jovem questionar o feriado de 21
de abril, afinal “quem é Tiradentes?”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: whitesmoke; font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="background: whitesmoke; font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">J</span><span style="background: whitesmoke; font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">anine,
que retardou a apresentação do BNCC de história, ainda, criticou o texto
original que “igno</span><span style="background: white; color: #444444; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Arial;">rava quase por completo o que não fosse Brasil e África”. O
ex ministro também alertou para o perigo de se “descambar para a ideologia”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #444444; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #444444; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Arial;">Enfim, o MEC se propõe a mutilar a História
mundial, ignorar a temporalidade como elemento de construção da identidade
histórica, e se concentrar nos estudos de realidades recortadas historicamente,
retirando dos alunos o direito de compreenderem a totalidade, os processos de
rupturas e permanências que construíram a história do mundo. Um verdadeiro
desastre. </span><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-26521153490287128562015-11-04T13:02:00.000-08:002015-11-04T13:02:03.484-08:00Sartre, Beauvoir e o jornalista apressado<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsCuch-G0eAJVZQgyxRdoSi76O1jkYt3FamAykJhABOIeyKtk9BNXrXFQvj6cGWUWT18tcwNPNg7VVyAYR5SY6tfQVa1pXUO8G4CgX2UUghyphenhyphenzssVt8L-Du3PgF8gIc6e3Xvj8M1pUr9tA/s1600/Foto-66.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsCuch-G0eAJVZQgyxRdoSi76O1jkYt3FamAykJhABOIeyKtk9BNXrXFQvj6cGWUWT18tcwNPNg7VVyAYR5SY6tfQVa1pXUO8G4CgX2UUghyphenhyphenzssVt8L-Du3PgF8gIc6e3Xvj8M1pUr9tA/s320/Foto-66.jpg" width="220" /></a><span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O jornalista Aurélio Paiva,
dono de um jornal de grande circulação no Sul fluminense carioca, publicou audacioso
artigo em que diz que a escritora Simone Beauvoir e o filósofo Jean Paul Sartre
seriam defensores de pedófilos, assim como praticantes de uma vida sexual que
tratava as mulheres como objeto. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Aurélio recolhe suas
informações básicas do livro “Uma relação perigosa” da historiadora <span style="background: white; color: #333333;">escocesa Carole Saymour-Jones</span>.
Para sustentar sua narrativa, o autor se apega, ainda, em cartas póstumas de
Beauvoir, assim como artigos e manifestos publicados pelo casal de
intelectuais. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">No
entanto, algumas questões sérias foram colocadas sem a devida cautela que se exige
de quem escreve um texto público, ainda mais contendo rotulações e acusações
tão graves. Deve-se, também, compreender que a história não é feita por
revelações mágicas vindas de fontes
solitárias que atestariam uma “verdade, pelo contrário, a história é fruto de
um trabalho interpretativo do historiador, que se realiza a partir das fontes,
e apesar da sua objetividade científica, ele sempre fala a partir de algum
lugar. Sendo assim, tomar uma única obra com pequenos segmentos
descontextualizados não é a melhor maneira de se contar a vida de uma pessoa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Mas
vamos ao artigo, intitulado <i>“mulheres-objeto de Sarte e Simone de Beauvoir”</i>. De
início, destaco o cuidado de Aurélio a reconhecer que não há documentado
qualquer caso de pedofilia envolvendo Sartre ou Beauvoir. Sim, eles tiveram
relações sexuais com jovens de 16 e 17 anos, mas sempre com as suas devidas
concessões. Para associar o casal à pedofilia, Aurélio teve que recuperar um
manifesto assinado por ambos, onde se fazia a defesa da diminuição da idade de
concessão sexual, na França daquele tempo, a idade era de 15 anos. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É de se
lembrar que Beauvoir sempre se posicionou pela emancipação de jovens como
protagonistas de sua vida sexual, deixando de serem vítimas indefesas. Se isso
é certo ou não, a história é outra, mas isso não significa que eles sejam
pedófilos, assinaram um documento propondo a mudança de uma lei (quem assina um
manifesto pedindo a legalização da maconha não é necessariamente maconheiro). É
oportuno registrar que não foram apenas Sartre e Beauvoir que assinaram a
petição, nomes de intelectuais de peso, como Deleuze e Foucault, também
assinaram. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">No
artigo ainda há pequenas menções sobre, no mínimo, um silêncio dos dois em
relação ao nazismo, ainda que não se repita o absurdo propagandeado de que
Beauvoir era ativa colaboradora da doutrina nacional-socialista. Aurélio Paiva cita
o episódio quando Simone de Beauvoir trabalhou na Rádio AVFM, controlada por
nazistas. Por lhe faltar o sotaque de historiador, talvez tenha faltado a
Aurélio compreender a realidade ambígua da França ocupada, o mesmo erro que
muitos cometeram ao taxar de nazista o papa emérito Bento XVI, por este um dia
ter sido membro da juventude nazista. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Muitos
pesquisadores, como Ingrid Galster, professora de literatura alemã e estudiosa
da vida de Beauvoir, garantem, depois de estudar os discursos de Beauvoir na
rádio, que não há nenhuma evidência que
a escritora tenha se envolvido com o nazismo, diferente do filósofo </span><span style="background: white; color: #252525; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-weight: bold;">Martin Heidegger</span><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="text-align: start;">. A posição é acompanhada pela professora de Harward,
Susan Sulelman que garante não haver nenhuma prova contundente de alguma
aproximação de Simone com a ideologia nazista. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Sobre
Beauvoir e Sartre, sabemos que tiveram um relacionamento duradouro e livre. Não
se trata de uma união aos moldes cristãos, mas acordado entre as partes,
firmado sob convicções de amor e liberdade. Se erraram ao praticar algo que
condenaram, isto está longe de denegrir suas imagens, construídas sob suas
competências intelectuais e militantes. Estes dois pensadores contribuíram e
muito para a evolução do pensamento ocidental, e nada mais infeliz que um
jornalista apressado tentando desconstruir o que há séculos testemunha a
história da filosofia. Há de se ter cuidado, não só para não manchar a índole
de pessoas, mas, principalmente, para não deseducar a opinião pública com
informações mal colocadas, para um jornalista, trata-se de um erro grave. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Link para se ler o artigo de Aurélio Paiva: http://diariodovale.com.br/colunas/mulheres-objeto-de-sartre-e-de-simone-de-beauvoir/</span></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-86336227836832632742015-10-22T16:15:00.001-07:002015-10-22T16:15:16.873-07:00Não me lembrem de Deus, sou agnóstico<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2ujapdTf5JbNWY7QMvu9ebhrWBKbakqSS0IPE0VH2aY8Vxu3tvNln16HyohmiKZhr4SYQVHP0wnTpYa4CaD9_5sEyVjk3sPx0fokAU3gJ56WLyi9KlpD3C8E6YUaB742m2HguAuCv_4I/s1600/Deus1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="210" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2ujapdTf5JbNWY7QMvu9ebhrWBKbakqSS0IPE0VH2aY8Vxu3tvNln16HyohmiKZhr4SYQVHP0wnTpYa4CaD9_5sEyVjk3sPx0fokAU3gJ56WLyi9KlpD3C8E6YUaB742m2HguAuCv_4I/s320/Deus1.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Nos tempos mais antigos a religião fazia todo o sentido.
Como explicar a complexidade do universo, o surgimento da inteligência, o equilíbrio
que relativamente preserva a existência da vida planetária? As explicações
mágicas acabavam tendo supremacia, por isso o advento dos mitos, como o de Adão
e Eva, o mais próximo entre nós ocidentais. Vale lembrar que mitos não são
mentiras construídas por charlatães malvados, mas narrativas próprias de um
tempo, que explicam coisas e acontecimentos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Nos nossos dias, com o avanço fantástico da ciência, muito
do que a religião explicava perdeu sentido. Descobrimos que não somos o centro
do universo, que no Planeta Terra somos os últimos dos inquilinos, e que se
algum processo de extinção vingar, somos frágeis criaturas nas mãos da seleção
natural. Então, por que a religião ainda sobrevive? Por que a grande maioria
das pessoas ainda toma decisões importantes da vida baseadas exclusivamente na
fé? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Uma explicação rápida e marxista diria que o capitalismo
produz as condições materiais para a consciência religiosa alienada, e que o
homem recusa seu protagonismo vital para deitar suas esperanças em um ser
estranho a si próprio. Bastaria um a revolução social que colocasse a baixo a
estrutura fabricante de alienação para que Deus desapareça. Mas tal explicação,
levada ao extremo, ignora a dimensão libertadora da religião, e que ela não é
apenas um lugar de pessoas dóceis e obedientes, mas também o incentivo para
muitos lutarem por libertação. Os exemplos estão por ai: a revolução sandinista
de 1979, feita por bispos com armas na mão. Os dominicanos brasileiros, que
pagaram com a vida a resistência à ditadura. Dom Helder Câmara, Dom Waldir
Calheiros, Oscar Romero, Pastor Milton Schwantes, e tantos outros são provas
vivas do lado libertador da fé. Sendo assim, o fenômeno religioso é muito mais
complexo que imaginamos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Mas há aqueles que negam a fé. E eles crescem cada vez mais,
segundo pesquisas. Só na China, 47% das pessoas dizem não ter fé ou religião. É
verdade que a existência de Deus já não traz tanto motivo para os debates. No
Brasil a grande maioria é religiosa, e como se sabe, os crentes não estão
dispostos a colocar sua fé a prova da razão ou da ciência. Basta crer. O ateu,
também, nega veementemente Deus, e nem mesmo se um anjo aparecesse com
trombetas e o levasse a um passeio pelas belezas celestiais ele estaria
disposto a rever sua opinião. Afinal, poderia ser uma simples alucinação. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">No entanto, entre ateus e crentes, há uma categoria, digamos
intermediária: os agnósticos. A terminologia significa, etimologicamente “não
conhecimento”, e na sua filosofia está a afirmação de que mesmo que Deus
exista, ele não pode ser testado pela razão e pela ciência. Então, seria perda
de tempo pensar na sua existência, pois ela não pode ser negada ou afirmada, a
não ser pela fé, dos dois lados. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O ateísmo militante repete o fundamentalismo religioso, e
tenta apresentar ao público a impossibilidade de Deus. De fato, o mundo físico
não apresenta nenhuma evidência de Deus, pelo contrário, cada vez mais vemos
sinais de não planejamento no universo, o que fala contra qualquer proposta de
um ser supremo, inteligente e governante. Mas como dizia Carl Sagan “a ausência
de evidência não é evidência da ausência”. Isto é, pode ser que no fim da vida,
mesmo diante desta improvável possibilidade de existência divina, sejamos
surpreendidos com alguma energia cósmica, incapaz de ser captada pela realidade
empírica. Os agnósticos, assim, são aqueles que estarão um pouco mais prontos
que os ateus caso esta surpresa aconteça.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">No final, tudo é uma
aposta. O ateu pode quebrar a cara ao chocar-se com a luz divina no fim da
vida, e o crente pode ter dedicado uma vida toda, rejeitando prazeres e sacrificando
escolhas, por nada. Creio que o agnóstico, ao rejeitar certezas, faz o melhor
caminho. Simplesmente resolveu caminhar sem pensar em questões que não pode
resolver aqui. Afinal, não custa nada esperar pra saber a verdade. De
preferência, esperar bastante. <o:p></o:p></span></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-62066071937470232302015-10-17T10:10:00.001-07:002015-10-17T10:10:24.448-07:00A ineficiente guerra contra as drogas<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPJgbXHfT_I987lGJiFyilR_OK3UCz31v7SnywLB0bNxdEJhAdc9SphFbaBxkuABdxCgTzZOset3P-3iTVQJhdAm6yobK07SIrbYDV_8P3V-xd-ZoLSfarmpAHUwuZUtxfqRLFljmx6e0/s1600/legalizacao-drogas-brasil.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPJgbXHfT_I987lGJiFyilR_OK3UCz31v7SnywLB0bNxdEJhAdc9SphFbaBxkuABdxCgTzZOset3P-3iTVQJhdAm6yobK07SIrbYDV_8P3V-xd-ZoLSfarmpAHUwuZUtxfqRLFljmx6e0/s320/legalizacao-drogas-brasil.jpg" width="320" /></a><span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Tenho convivido, nas últimas
semanas, com notícias constantes de assassinatos de jovens, parte deles alunos
e ex-alunos. O motivo é sempre o mesmo: o tráfico de drogas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Para tentar combater esta
realidade, usa-se sempre a mesma estratégia, a da guerra constante contra as
drogas. Há quem aposte em trabalhos de conscientização contra o uso de
entorpecentes, mas os resultados quase sempre são insuficientes. Isto porque,
no Brasil, prevalece-se a ideia de criminalização do uso de drogas, com o uso
da violência policial contra os usuários, assim como o encarceramento dos
envolvidos. Há de se atentar que em nosso país não há leis que estabeleçam quantidades
exatas que diferenciem usuários de traficantes, cabendo a autoridades policiais
e judiciárias a definição do que é o tráfico. Na prática, prevalece o critério
social e racial. Negros e pobres quase sempre acabam na cadeia. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Os assassinatos bárbaros contra
jovens, seja pela polícia ou pelo tráfico, não vem do uso das drogas, mas da disputa
de poder e território que se estabelece entre facções criminosas. Sendo assim,
a manutenção do crime do uso das drogas acaba por manter sistemas ilegais de
distribuição, e assim, a sustentação da indústria de morte e prisões, feitas
pela rejeição de se legalizar o consumo com responsabilização e regulação por
parte do Estado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Seria muito mais inteligente e eficaz
legalizarmos o uso das drogas leves, de inicio, e progressivamente as outras
drogas. Ao descriminalizar o uso, entregando ao Estado o dever de regulação,
não só o tráfico sofreria um grande impacto econômico, como os assassinatos
ocorridos por conta de disputa criminosa também diminuiriam. A droga ficaria
mais barata, e até o roubo para o consumo sofreria redução. De quebra, o
encarceramento de pessoas cairia, aliviar-se-ia o sistema prisional e toda a
sociedade sairia ganhando. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Os que são contra a legalização
dizem que o uso aumentaria, afetando assim a saúde pública. No entanto, <span style="background: white; color: #393939;">estudo realizado pelo Conselho Nacional
de Drogas (JND), ligado à presidência da república uruguaia, revela que naquele
país, onde o consumo de maconha é permitido, o uso da droga entre a população
aumentou 1% em 2 anos, de 8,3% para 9,3%,
o menor aumento contabilizado em 14 anos.</span> Além do mais, o índice de
morte por tráfico de drogas chegou a índices próximos a zero. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #393939; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #393939; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A
lógica simples. É muito mais eficaz deslocar a fortuna que se aplica em
segurança pública e manutenção de cadeias para a área de educação e saúde pública.
Garantindo aos usuários a capacidade de consumirem consciente, e de se tratarem
caso se tornem viciados. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #393939; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A
experiência mostra que a guerra contra as drogas já fracassou. Mas o moralismo
e a desinformação mantém o Brasil atrasado em relação a este debate. Enquanto
isso nossos jovens seguem morrendo e sendo presos, vítimas de nossa hipocrisia.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-51445078599532299232015-10-04T13:39:00.003-07:002015-10-04T13:40:03.735-07:00Por que Rede Sustentabilidade<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGA5iIdHpqahLDHL0UyvD97XLAs5y_HU58uub_iOVQxDW0ojKXl1f7OVQj6JctecggqZDCJKe7OEtHLUm04no9AHR-84SLJZX0nkYnRIO0zEEeg8q12XPfCmOe84ccU5UJvoAFBMtKXHg/s1600/logo-rede-300x200.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGA5iIdHpqahLDHL0UyvD97XLAs5y_HU58uub_iOVQxDW0ojKXl1f7OVQj6JctecggqZDCJKe7OEtHLUm04no9AHR-84SLJZX0nkYnRIO0zEEeg8q12XPfCmOe84ccU5UJvoAFBMtKXHg/s1600/logo-rede-300x200.jpg" /></a><span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Nasceu a Rede Sustentabilidade.
O novo partido aumenta para 35 os que estão devidamente registrados no TSE.
Diante de um numero aparentemente exagerado de agremiações políticas cabe
perguntar: porque Rede Sustentabilidade? O que ela traz de novo que justifique
sua criação?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Antes de qualquer coisa, a Rede
não é um partido pronto, e não objetiva projetos finalísticos de sociedade.
Suas bandeiras se encontram com os valores democráticos e progressistas do
mundo contemporâneo, mas sua organização e articulação permite a reunião de
variados atores políticos, de centro, esquerda e centro-esquerda, sobretudo. O
que une todos seus militantes e simpatizantes é a proposta ambiciosa de vencer
a velha política, a começar por sua própria organização interna, feita em rede,
superando a hierarquia burocrática que caracteriza a maior parte dos partidos
tradicionais. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A Rede, ainda, pode ser
considerada o eco das manifestações de Junho. A expressão política do grito das
ruas, que se fez alto pela atuação das redes sociais, instrumento precioso na
mobilização popular em nossos dias. A Rede se propôs sensível a toda as
mudanças operadas por esta nova revolução tecnológica, fazendo desta, aliada do
aprofundamento da democracia, uma das bandeiras centrais do partido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O desenvolvimento inclusivo e
sustentável é ponto importante do programa do partido. Isto é, o desenvolvimento
econômico que não atenda apenas os interesses do grande capital, mas que
distribua renda e respeite nossas limitações ambientais. É notório que devamos
mudar nossos padrões de consumo, com a pena de ficarmos com um planeta
inabitável. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A Rede não pretende ser a
salvação de todos nossos problemas. Humildemente se coloca como um instrumento
coletivo em construção, com a diferença que pretende vencer elementos
envelhecidos de nosso sistema partidário, por isso não quer apenas uma nova
forma de ser partido, mas uma revolução no sistema político representativo,
preservando as instituições democráticas mas ampliando as formas de
participação popular, inclusive se utilizando da internet e das novas
tecnologias. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Em tempos de crise, a Rede
chega pra dar respostas às problemáticas contemporâneas, sempre respeitando as
pautas de um partido moderno, focando a radicalização da democracia e o
desenvolvimento social e econômico de caráter inclusivo e ambientalmente
sustentável. <o:p></o:p></span></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-18729978366733631122015-09-23T14:46:00.001-07:002015-09-23T14:46:56.554-07:00Política e cultura em Volta Redonda<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">Por Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCoIQ7FzwjKSveCEoD-e1T3xCFFXZJszXtRTRV161N0SsfsNhsP_bnAy4stCx_5bvYHUnLPH4xxof9BpU8fDrEvoll3fcPXMfIfgPCQDFxdSxWQuMjcsU-Hg8tYcUZp8ssFGFdPh8E0C0/s1600/sec_cultura_de_vr-_rosane_gonsalves.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="199" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCoIQ7FzwjKSveCEoD-e1T3xCFFXZJszXtRTRV161N0SsfsNhsP_bnAy4stCx_5bvYHUnLPH4xxof9BpU8fDrEvoll3fcPXMfIfgPCQDFxdSxWQuMjcsU-Hg8tYcUZp8ssFGFdPh8E0C0/s320/sec_cultura_de_vr-_rosane_gonsalves.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">A cultura recebeu, no
decorrer da história, uma série de conceitos e significados. Em outros tempos,
ela estava ligada à beleza das artes. A relação e o gosto pelo belo era coisa
de gente culta, de refinado talento para apreciar o que de melhor havia nas
artes. Mais tarde, recebeu a função educadora, cabendo a ela o papel
civilizatório de retirar as massas ignorantes e estúpidas de seu estado rude. E
por fim, já nos nossos tempos, ela tem sua definição ampliada para o campo da
produção simbólica que envolve os homens de todas as classes. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">Como objeto de política
de Estado, a cultura aparece somente na segunda metade do século XX,
especialmente na França, no governo de Charles de Gaulle, que criou talvez o primeiro
Ministério da Cultura em todo o mundo. Este, nas palavras do ministro André
Malraux, era “encarregado de assuntos culturais”, “com a missão de garantir a
maior audiência possível para o patrimônio cultural francês”, além de “promover
obras de arte que enriquecem seu legado”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">Desde então, quase todos
os países democráticos adotaram políticas públicas de cultura, voltadas para a
promoção da diversidade cultural, assim como o fomento e a garantia da
liberdade de criação artística. No Brasil, a cultura ganhou atenção ministerial
entre meados da década de 1980 e início da década de 1990.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">Os municípios, em geral,
também criaram secretarias, fundações ou órgãos públicos responsáveis pelas
políticas públicas de cultura. Em Volta Redonda não foi diferente. No entanto,
a cidade jamais pode usufruir do que poderíamos chamar de uma política cultural
genuína. Estranho, porque na cidade do aço a cultura ferve, não só pelo talento
dos artistas locais, mas pela diversidade artística que oferece. Em 2012, às
vésperas das eleições para a prefeitura, um forte movimento de artistas,
poetas, músicos, e intelectuais resolveu reivindicar mais investimento público
em cultura. Misteriosamente, finalizado as eleições e com a reeleição do
prefeito, este movimento se dissolveu em reuniões secretas com a nova
secretária de cultura, a desconhecida Rosane Gonçalves.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">Rosane é ligada ao
deputado fundamentalista Edson Albertassi, e pior que seu antecessor, Moacir de
Carvalho, promoveu um profundo processo de cooptação da classe artística, que
se calou mediante suas demandas corporativas atendidas. O movimento cultural,
então forte e respeitável, se sucumbia a interesses pessoais mesquinhos, ao
mesmo tempo em que fortalecia uma secretária de Cultura estranha no seu próprio
cargo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">Hoje, quase 3 anos
depois da reeleição de Antonio Francisco Neto, Rosane, desprovida de qualquer
plataforma de cultura, segue tranquila no comando da Secretaria, sem ser
incomodada pelos gritos até então histéricos que se direcionavam contra seu
antecessor. Seja lá o que aconteceu, todo o fogo dos artistas de Volta Redonda
foi completamente apagado no gabinete da Secretaria de cultura. Vai saber a que
preço um movimento aparentemente tão disposto foi sufocado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-25910034066383911242015-09-16T15:26:00.001-07:002015-09-16T15:37:17.752-07:00Libertai os cativos<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6TfKvAgheZwrKMaxbNEQVofKDBuU5EGWggjv2COQElxho0_ow7jWZldbfDk35DReZJE0L1S_A7XwWZki4PmFqE2SfBzMnzJMNPyN0QlidBRHHPJ2Iymzp7_CORAM8hDE9ON6NVqGKBFg/s1600/presidios-lotados.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6TfKvAgheZwrKMaxbNEQVofKDBuU5EGWggjv2COQElxho0_ow7jWZldbfDk35DReZJE0L1S_A7XwWZki4PmFqE2SfBzMnzJMNPyN0QlidBRHHPJ2Iymzp7_CORAM8hDE9ON6NVqGKBFg/s320/presidios-lotados.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">No ano 1757, diante da porta de uma igreja de Paris, um
homem era puxado e desmembrado por quatro cavalos que o rasgaram ao meio ao puxarem
seus braços e pernas para lados opostos. Antes de ser desmembrada, a vítima teve
suas pernas arrancadas e seus nervos retalhados. Depois de tudo finalizado, as
partes de seu corpo foram queimadas e jogadas ao vento. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A cena de terror acima narrada fez parte de um cerimonial de
punição. A vítima teria sido um homem acusado de assassinato. Tais rituais
públicos faziam parte do sistema de penalidades que vigorou em grande parte das
monarquias no Antigo Regime. Aqui, o que valia como pena disciplinar era o
suplício dos condenados, sempre em forma de espetáculo, sob o olhar de milhares
de pessoas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Nosso direito penal moderno evoluiu, a ponto das penas já
não serem mais guiadas pelo paradigma do suplício, e mesmo nos países onde
ainda vigora a pena de morte, as execuções se dão de forma rápida e eficiente,
aos olhos de um público pequeno e selecionado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A punição dos Estados modernos democráticos avançou ao ponto
de colocarmos como principal valor penal, não mais o sofrimento e a vingança,
mas a regeneração dos criminosos. Hoje, a principal instituição de aplicação de
penas nas democracias mais avançadas é a prisão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A prisão, em sua forma atual, tem basicamente dois
objetivos: remover o criminoso de convívio social e sua reeducação para a vida
em sociedade. Tais objetivos, no entanto, só terão razão de existir caso o
condenado e toda sociedade saiam ganhando. E aqui cabe perguntar: o sistema
prisional tem cumprido sua função? A sociedade vem colhendo frutos positivos do
encarceramento de milhares de pessoas? A resposta é não. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">No Brasil, cerca de 70% dos presidiários são reincidentes. Isto
é, 7 a cada 10 presos depois de saírem da cadeia voltam a cometer crimes. A
explicação é lógica. Ao serem detidos, esses criminosos são carimbados com uma marca
eterna de assassinos, ladrões, estupradores etc, mesmo quando tem suas penas
cumpridas. Fora da prisão não conseguem trabalho decente, são discriminados
pela sociedade, e sentem dificuldades até mesmo em suas relações afetivas. O
conjunto disso tudo potencializa a
chance de um novo crime. Além do mais, um criminoso ocasional, ao entrar para
prisão, pode sair de lá um delinquente. Um jovem pobre que roubou para comprar
remédios para mãe, em contato com a escola do crime prisional, pode sair de lá
membro de uma facção criminosa, com todos os sotaques de alguém realmente
perigoso para a sociedade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Outro aspecto a ser levado em conta é o fator econômico.
Quando um pai de família comete um crime e é preso, sua família perde uma
importante fonte de renda. Sem amparo do Estado, está ali montada todas as
condições para ser gerado novos criminosos. Neste aspecto, o encarceramento
duradouro de pessoas não vem trazendo benefícios para o coletivo, pelo
contrário, com tudo que nosso sistema penitenciário oferece, o mais comum é que
os presos devolvidos a sociedade difundam o crime, antes um ato isolado, e
agora sistematizado numa prática de vida. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Sendo assim, o que devemos fazer? Em primeiro lugar, antes
de visualizarmos novas instituições penais, devemos nos concentrar em valores
importantes que devem nos nortear na construção de um novo sistema de punição. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Penso que é preciso dividir responsabilidades. Antes de
alguém cometer um crime, uma série de fatores articulados favoreceram a
execução do ato infracional. A sociedade desigual, os problemas sociais, a
correria excessiva de uma sociedade pós-industrial, a omissão dos governos na
promoção de justiça, tudo isso precede o tiro do assassino, o grito do ladrão e
o golpe do agressor. Não seria mais justo assumirmos uma parte dessa culpa? Mesmo
que não inocentando o infrator, não seria mais eficiente e justo pensarmos em
soluções conjuntas que atendam a reparação das vítimas e a recuperação
humanitária do criminoso? Não ganharia a sociedade estabelecendo relações de
pena e correção, de modo a evitar crimes futuros? Tá na hora de pensarmos
nisso. <o:p></o:p></span></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-22273923649805408972015-09-05T13:40:00.001-07:002015-09-05T13:48:32.095-07:00O cabo de guerra da crise<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhE4WyNOw9gvPISjTiNi4uhRkW2HH1VufawSsIk-0253VmQaeXB0bW6Xz9w51GKBUhFpD1udQQCzZ5Qyio5jjm_p4V9yxVs1uVaKuWXTaI6Vb9RRKKy6EFwsjNOJcgXst1zyRfQWIhqDjI/s1600/Michel-Temer.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhE4WyNOw9gvPISjTiNi4uhRkW2HH1VufawSsIk-0253VmQaeXB0bW6Xz9w51GKBUhFpD1udQQCzZ5Qyio5jjm_p4V9yxVs1uVaKuWXTaI6Vb9RRKKy6EFwsjNOJcgXst1zyRfQWIhqDjI/s320/Michel-Temer.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Me parece óbvio que a permanência de Dilma na presidência só
retarda ações mais ligeiras no trato da crise econômica que assola o país. Sua
saída promoveria um ambiente mais propicio para que saiamos deste delicado
momento. Entretanto, os caminhos democráticos para sua destituição encontram-se
embaraçados no jogo de forças político. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O governo segue sem rumo, e para amenizar sua
impopularidade, recorre a retóricas que tentam responsabilizar inimigos por um
suposto exagero no dimensionamento da crise. Nas oposições, a incapacidade de
se compreender que o momento não é o de acirrar ânimos ou mesmo destruir o PT,
mas de trazer de volta ao país a normalidade da resolução pacífica dos
conflitos, afastando qualquer perigo de polarizações autoritárias que ofereçam
riscos às instituições. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O impeachment já reúne as condições básicas para sua
realização, mas é o caminho mais perigoso, podendo causar traumas, sem falar
que sua realização exige um longo e penoso processo, quando o que precisamos é
uma saída rápida. O ideal seria a renúncia da presidente, e a posse imediata de
seu vice Michel temer. Isso possibilitaria a criação de um pacto nacional, que
aceleraria as reformas e medidas anti-crise. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Isso não significa anistiar o governo, e muito menos
eliminar os necessários embates entre oposição e governo. Com temer, deve-se priorizar
uma agenda minimamente consensual e equilibrada, restando ao PT o papel de assumir a postura de responsabilização da crise que
produziu, apoiando o novo governo ou saindo e se isolando no pacto político. Às oposições
e à base governista, sobretudo o PMDB e PSDB, resta a tarefa de liderarem a
construção do programa político deste governo de unidade nacional. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Talvez, com isso, o próprio governo recupere fôlego, e Temer e o PMDB ganhem forças que poderiam impedir a necessária mudança que
todos esperamos em 2018. Só que no atual momento a crise se apresenta como um
cabo de guerra, onde ninguém consegue vencer, e o país se torna a corda,
esticada pelos dois lados e cada vez mais fragilizado. Encontrar um caminho
conciliatório é impedir que a corda arrebente para o lado mais fraco. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-36574397208105368962015-08-27T18:05:00.000-07:002015-08-27T18:17:57.883-07:00Carta aberta aos vereadores de Volta Redonda<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7sLihLEgmb0MsC2MKH2e7TI0v40Ins1f8_8-LGVuWY3DZg9CHLNymMRBN2U7TjyXtbWJA4dw0ArSJncJtkgDJaJI1oXsoV7rIIysAxY_2kAg7u8CENfQkvZ5rtnWGxBCwRDayu-RGmY4/s1600/conrado.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="198" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7sLihLEgmb0MsC2MKH2e7TI0v40Ins1f8_8-LGVuWY3DZg9CHLNymMRBN2U7TjyXtbWJA4dw0ArSJncJtkgDJaJI1oXsoV7rIIysAxY_2kAg7u8CENfQkvZ5rtnWGxBCwRDayu-RGmY4/s320/conrado.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Caríssimos vereadores de Volta
Redonda, a mídia noticiou hoje que nossa casa legislativa promulgou, depois do
veto do prefeito Neto, o bizarro projeto
de lei do vereador Paulo Conrado, que proíbe o debate de gênero nas escolas de
Volta Redonda, assim como sua inclusão no PME. Pelo que me consta, ainda,
nenhum dos senhores foi contra este projeto. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Bem, acompanhei de perto este
debate, cheguei inclusive a enviar uma carta como esta ao prefeito Neto. Com o
veto deste, pude participar da audiência pública que tratou o Plano de educação
do município, sendo testemunha de um espetáculo lamentável comandado pelo
presidente da casa, acompanhado por seus pares que, além de demonstrarem
absoluta ignorância no tema, abusaram de adjetivos toscos para com os
defensores do debate de gênero, os quais não vale a pena mencionar aqui. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Também sou delegado, como
professor, no fórum de educação do município, onde as discussões já se dão há
semanas, e em nenhum momento vi sequer um de vocês por lá. É inadmissível que
em uma democracia a casa legislativa não se faça presente em um momento tão
importante como esse. Estariam mesmo os senhores preocupados com as diretrizes
pedagógicas do sistema de ensino da cidade? Ou seria o show midiático feito por
Conrado, acompanhado pela omissão de todos, um aceno oportunista para o eleitorado
conservador voltarredondense? Somente isso explicaria a pressa desnecessária
para tratar o tema, que conta com conhecimento raso e superficial de todos
vocês. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Claro que a vitória do projeto
é uma vitória apenas simbólica. Pela graça constitucional, a sala de aula é
território do professor e seus alunos, e não há lei que limite a saudável
liberdade de expressão de educando e educadores. Ou estariam os senhores
dispostos a vigiar os passos de nossas aulas com câmeras ou até mesmo
militarização das salas de aula? A se julgar pelo trabalho de vocês não
duvidaria que os senhores chegassem a tal ponto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Nós, os educadores democratas,
convictos e obedientes a ética profissional de educar para a civilização,
seguiremos mantendo nosso compromisso de debater as questões contemporâneas da
sociedade que se modifica dia-dia. Seguiremos trabalhando contra a
discriminação de todas as espécies, o obscurantismo e o fundamentalismo
religioso que querem pautar as discussões do Estado laico. Seguiremos promovendo
a diversidade sexual, o pluralismo de ideias, a valorização da construção do
cidadão crítico e autônomo para a sociedade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Não somos inimigos da família,
não militamos por uma bandeira ideológica homogênea, o que nos une é a fé na
educação como instrumento de libertação, de luta contra a alienação, de
promoção de uma sociedade mais justa, igualitária e tolerante. Leis como essa
dificultam nosso trabalho, mas somos incansáveis e corajosos a ponto de
enfrentar, dentro dos limites democráticos, toda e qualquer iniciativa que fira
nossos sonhos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Atenciosamente,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Professor de História<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-10318803779046787562015-07-27T10:56:00.005-07:002015-07-28T08:20:02.918-07:00Lula ou Constituição de 88?<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWnvoFrsbKtYsfGOy6tYHcBbUZDJfo5O3cbHmlja8YIgn5UPQ3H7pwviHn4uxvJLu0i8pfruSFlBq61vZTdB-PpxkDGFrkAxIUcMnYxyuGVeuG1PmccWWXVlMQE4nnconwaKqyGE25DxU/s1600/Lula+Carta.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWnvoFrsbKtYsfGOy6tYHcBbUZDJfo5O3cbHmlja8YIgn5UPQ3H7pwviHn4uxvJLu0i8pfruSFlBq61vZTdB-PpxkDGFrkAxIUcMnYxyuGVeuG1PmccWWXVlMQE4nnconwaKqyGE25DxU/s320/Lula+Carta.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O ex-presidente Lula gostava de iniciar seus discursos com o
bordão “Nunca na história deste país”. O
objetivo sempre foi o de exaltar os 8 anos de seu governo como marca
re-fundacional do país. Nas palavras repetitivas de Lula e também de seus
apoiadores, o Brasil antes da chegada do operário a presidência era marcado por
desgraças e mazelas sociais. Seus governos seriam “oito anos em mais de 500 de
depredação social das elites poderosas”, “uma era inovadora de preocupação com
os pobres”, mesmo diante da “herança maldita” de seus antecessores, sempre
tratados como “neoliberais” ou de “direita. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O fato, porém, é que para se sustentar tal discurso se faz
necessário ignorar em absoluto a história. Sim, por que o processo de inclusão
social brasileira, robusto e permanente no último quarto de século, não é obra
exclusiva de um presidente ou partido, mas da mobilização de amplos setores da
sociedade brasileira. Também, não foi a eleição de um membro das classes
subalternas ao mais alto posto do poder republicano, mas sim a construção
vitoriosa de uma Constituição inclusiva, que cuida da ampliação de direitos
civis, sociais e políticos, não a toa chamada de “Constituição cidadã”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Foi ela que garantiu tranquilidade institucional para o processo
de inclusão social que o Brasil contemporâneo vive, que promoveu a saudável
alternância de poder, sem que direitos definitivos fossem ameaçados. Veio dela
a obrigação de todos os governos para com as liberdades fundamentais de uma
democracia avançada, e também a base das regras do jogo que deveriam orientar a
representação de nosso regime democrático. Lula, ao contrário, foi um raivoso
combatente de nossa Carta magna. Seu partido a recusou, e o próprio a denegriu
como sendo “vagabunda’. Ainda que hoje, mais de 20 anos depois, Lula tenha
assumido que a Constituição que o PT defendia promoveria “ingovernabilidade”, o
fato é que o PT jamais conseguiu se sentir a vontade com os valores que emanam
de nossa Constituição. Por várias vezes tentou-se chamar plebiscitos que
driblam os caminhos normais da institucionalidade, a fim de atender seus
interesses de momento. Faltou ao partido, ainda, a boa relação com a harmonia
dos poderes, assim como o respeito a organismos importantes da vida
democrática, como a mídia, tratada sempre como “golpista” ou “burguesa”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje o ciclo petista vive sua maior crise. No entanto, ao
invés de buscar saídas democráticas para o Brasil, os petistas preferiram
voltar a ofensiva contra os “fantasmas do passado”, ainda que o governo tenha
cedido à necessidade de buscar na oposição sustentação para a governabilidade. O
que se espera dos setores oposicionistas, contudo, é que o centro da
preocupação seja a salvação do país, não de um partido. O PT vive gravíssimas dificuldades, e não cabe aos denegridos por ele promoverem seu resgate. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-76469333614216271552015-07-22T10:57:00.000-07:002015-07-22T10:57:03.496-07:00O lado bom de Eduardo Cunha<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9cqmFFy6tvdWTzh2-bKUefczmyO8sImBTYT4_Y7wITc3gQnWqyz6IjAywq8ySgzjJBlTskHQuDtwnwpHhG3m3fFTRHQAy3CBaiPMx2FOZPAl5o8gbyuaThvqTGKtV-jH0Yk3bYHcVULs/s1600/EC.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="160" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9cqmFFy6tvdWTzh2-bKUefczmyO8sImBTYT4_Y7wITc3gQnWqyz6IjAywq8ySgzjJBlTskHQuDtwnwpHhG3m3fFTRHQAy3CBaiPMx2FOZPAl5o8gbyuaThvqTGKtV-jH0Yk3bYHcVULs/s320/EC.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O jeito com que Eduardo Cunha (PMDB) conduz os trabalhos da
Câmara dos deputados é perfeitamente discutível. Autoritário e de convicções
conservadoras, ele tem se mostrado hábil em aprovar projetos polêmicos e de
interesse próprio. É conhecedor do regimento da casa e muito bem articulado no
jogo político. Mas há um lado, podemos ousar em dizer “positivo”, que se
esconde na figura de Cunha a frente da Câmara. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É indiscutível que é a primeira vez que, nos governos
petistas, o Executivo tem um adversário de fato. Lula e Dilma remaram em mares
calmos durante todo seu governo, aparelhando as duas casas legislativas e
impedindo que investigações importantes caíssem sobre políticos da base aliada.
Governaram tranquilos, sabendo que poderiam blindar projetos e pessoas que são fundamentais
na manutenção do poder. Com Cunha, definitivamente, o legislativo ganhou em
dinâmica, e a oposição pode fazer política sem enfrentar as tropas de choque
montadas pelo governo. Projetos e leis importantes para a sociedade,
independente dos resultados das votações, foram apresentados e votados,
quebrando a paralisia dos antigos presidentes. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É elemento positivo para a democracia que o legislativo se
movimente, que exponha suas contradições, que coloque as claras a real
representação que sua composição demonstra. Nisso, Cunha foi fundamental. Os
conflitos e os interesses setoriais foram evidenciados, tirando o véu
governista que emperrava o trabalho dos parlamentares e impedia mudanças
significativas no desenvolvimento dos trabalhos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É claro que as acusações sobre Cunha devem ser investigadas, e
caso algo de errado seja comprovado, deve ser afastado. Nesse caso, as
oposições devem ficar atentas para evitar que o governo recupere a direção da
casa, principalmente em tempos onde se discute o impeachment da presidente
Dilma. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O impedimento depende de pelo menos três fatores: um fato jurídico
que evidencie crime contra a manutenção do cargo, o apoio da opinião pública e
uma conjuntura favorável no Congresso. Os dois primeiros elementos parecem
estar claros. O primeiro pelas pedaladas
fiscais e o crime de responsabilidade da presidente frente a corrupção na
Petrobrás, e o segundo devido a baixíssima popularidade de Dilma. O terceiro
ainda é uma incógnita, mas com Cunha na presidência e o enfraquecimento da base
de apoio, parece que o impeachment pode virar uma realidade em breve. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Em resumo, Eduardo Cunha é o tipo de figura que a política
democrática dispensa, porém, devemos confessar que até nas ocasiões mais
bizarras é possível tirar pontos positivos. E Cunha, podem acreditar, tem os
seus. <o:p></o:p></span></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-15582984178539798012015-07-09T06:35:00.001-07:002015-07-09T06:47:02.981-07:00Carta aberta ao prefeito Neto<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhT0neKxLg68HX8JqNjUcXV_dy8RN-t6f9RlMKHN6_sCUZ76zvZnGZ-shOlo7MS9zSXkzmEHQMtak2kL_IawC7HBg1MNzALp24fwieg8TmUbrnz7gRYxrulrkmBce4QLmLiBioGlXsbM_I/s1600/antonio_francisco_neto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="192" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhT0neKxLg68HX8JqNjUcXV_dy8RN-t6f9RlMKHN6_sCUZ76zvZnGZ-shOlo7MS9zSXkzmEHQMtak2kL_IawC7HBg1MNzALp24fwieg8TmUbrnz7gRYxrulrkmBce4QLmLiBioGlXsbM_I/s320/antonio_francisco_neto.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Caríssimo prefeito Antônio Francisco Neto, deve ser de seu
conhecimento que a Câmara de vereadores de Volta Redonda aprovou um Projeto de
lei (054/2015), de autoria do vereador Paulo Conrado, no qual se proíbe debater questões
de gênero nas escolas. Deves saber também, que o projeto foi votado entre os
muros exclusivos desta casa legislativa, sem que a sociedade pudesse ter sido
envolvida na discussão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Prefeito, durante todos seus anos de governo, o senhor nunca
mostrou qualquer sinal de fundamentalismo religioso, sob sua gestão, a
prefeitura guardou respeito significativo a laicidade do Estado, um elemento
precioso para o funcionamento de uma democracia robusta e plural em nossos
dias. É sabendo disso que lhe direciono esta carta, pedindo que vete o projeto
de lei, levando em conta os seguintes argumentos:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Primeiro: É de se atentar que a questão de gênero é um tema
de orientação no PNE (Plano Nacional de Educaçã0) de 2014, no qual se aponta
diretrizes para que a escola desenvolva a temática do gênero, de modo a
promover a valorização e o respeito à diversidade sexual. Em geral, a
orientação não visa nenhuma “ideologia” que ofereça riscos à família ou ponha
em perigo a heterossexualidade dos alunos. A questão do gênero trabalha a
realidade de um mundo onde a natureza não se apresenta sob o dogma de sexos
biológicos, segundo o qual o natural seria obrigatoriamente homem e mulher,
perfeitamente ajustados nos seus corpos físicos e psíquicos, sendo àquele que
não se adequa a esta imposição um doente ou aberração. Parte-se do princípio que
a orientação sexual é uma construção de identidade, e que sua expressão pública
está no rol dos direitos individuais, uma conquista penosa de nossa sociedade
contemporânea, e que é fundamento indispensável para o bom funcionamento da
democracia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Segundo: É falso as afirmações de que as escolas irão
doutrinar alunos a virar gays ou algo assim. Bem, me parece óbvio que ninguém
escolhe orientação sexual como se escolhe uma Escola de samba, o time de
futebol ou a cor do vestido de uma festa de gala. A identidade sexual começa
logo que o libido aparece, e os homossexuais, cercados da heteronormatividade,
resolvem reagir , tentando fugir de sua natureza, até que aceitam ou vivam
infelizes pelo resto da vida dentro dos seus “armários”. Sendo assim, não há a
mínima possibilidade de alguém tornar-se gay por influência externa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Terceiro: Está muito claro que estes PL geralmente vem de
setores políticos ligados a religiosos fundamentalistas. Ora, ninguém é
obrigado a concordar com a prática homossexual, mas daí trazer para a esfera
pública convicções íntimas de fé, viola o principio da República laica. O
senhor como prefeito tem o dever de agir conforme este princípio, de que as
religiões são respeitadas em seus direitos, mas jamais devem fazer suas
doutrinas tornarem-se leis a serem aplicadas a todo o conjunto da sociedade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quarto: O PL de Conrado pode não só atingir a questão específica
de temas relativos a luta contra a discriminação, como pode até mesmo
interferir na autonomia curricular de várias disciplinas, sobretudo, história, sociologia e filosofia. É que um professor de história
poderá ser acusado de servir à “ideologia de gênero” quando contar as lutas
históricas de mulheres e gays contra as opressões que sofrem. Numa aula de
sociologia, analisar os novos núcleos familiares, formados por casais homoafetivos,
poderá ser considerado apologia à destruição da família. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por tudo isso, confiando em seu respeito pelo princípio
republicano da laicidade do Estado é que peço que o senhor vete este PL. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Atenciosamente,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Historiador, educador e especialista em história
contemporânea<o:p></o:p></span></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-38753331895632441182015-06-30T17:39:00.003-07:002015-06-30T17:52:09.037-07:00Conrado, Biasin e a "Ideologia de Gênero' <div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Por Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyLoEjozF74QwONLodSUg-npsp3VaxxjExSj9S8AIVTs6ez57gxkWICCY2PxGZFXZ04qNvywR6yNqVw08_ccBoyjwYN5ag6vJcVsQ7EcvSra2HXY1mm4R1LDWZmkUWVXq1QSzsER2IE9Q/s1600/PC.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyLoEjozF74QwONLodSUg-npsp3VaxxjExSj9S8AIVTs6ez57gxkWICCY2PxGZFXZ04qNvywR6yNqVw08_ccBoyjwYN5ag6vJcVsQ7EcvSra2HXY1mm4R1LDWZmkUWVXq1QSzsER2IE9Q/s320/PC.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Em 2014, depois de um amplo debate, o Plano Nacional de
Educação, em sua primeira versão, apontava diretrizes para se levar à escola o
importante debate sobre a diversidade sexual. Ao ser aprovado, no entanto, ele
deixou os estados e municípios à vontade para adotar ou não esta prática. Em
2015, com os debates sobre o PME (Plano Municipal de Educação) os municípios
voltaram ao tema, e em Volta Redonda, os educadores e interessados neste debate
foram surpreendidos por uma ação autoritária e obscura do vereador Paulo
Conrado (PSD), que aprovou uma lei proibindo o ensino nas escolas daquilo que
ficou conhecido como “Ideologia de Gênero”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Conrado recebeu apoio integral do bispo católico Francisco
Biasin, que criticou a possibilidade de “liberdade absoluta” das escolhas
sexuais, assim como a destruição da família tradicional. Neste caso, um bispo
católico e um porta voz político dos setores mais retrógrados do protestantismo
neopentecostal uniram forças. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A questão, no entanto, foi profundamente distorcida por
Conrado, pela Câmara dos vereadores e pela Igreja Católica, que aprovaram e
apoiaram o projeto de lei. A justificativa parte da premissa falsa de que o
objetivo é doutrinar crianças, inclusive com o incentivo da prática
homossexual. Ora, ninguém acorda num dia de sol e escolhe ser gay, enfrentar
todo o preconceito da família e da sociedade. A construção da identidade sexual
vem de dentro para fora, e quase sempre recebe resistência do individuo, que
enfrenta contradições internas frente ao seio social que vive. Quando assume
sua homossexualidade, não o faz como se escolhe uma escola de samba ou time de
futebol, tão somente afirma sua natureza. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A Igreja parte do princípio de que Deus fez homens e
mulheres, com papeis estáticos e até hierárquicos. Ignora um mundo ao seu redor
que pena a intolerância de seus dogmas, sofrendo a demonização de determinadas orientações sexuais. A orientação educacional de se discutir questões de gênero
nas salas de aula não pretende produzir gays, isso é estupidez e ignorância
pura. O objetivo central é incentivar nos adolescentes e jovens o sentimento
que vivem em uma sociedade diversificada, e que é preciso tolerar as
diferenças, respeitar realidades que muitas vezes lhes parecem estranhas. Não é
nada mais que a tentativa de usar a escola para fins de civilização, no mais
alto respeito a democracia.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O vereador Paulo Conrado, contudo, deu voz ao atraso, ao
autoritarismo de não ouvir quem está envolvido no tema, ou seja, os educadores.
Na ambição de transferir sua fé para a esfera pública, violou os principio
republicano de um Estado laico. Um enorme retrocesso na vida institucional de
nossa cidade. <o:p></o:p></span></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-9136476801793027872015-06-26T17:08:00.004-07:002015-06-26T17:08:52.266-07:00Por uma esquerda pós-comunista<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG3lpDuWwC98bWYCZkyiPORSZWw4ZpSDk2uMVIUP-YClav_agldRPb6pg_KsUkfETCOBfldSXZdadXzw54oPZUJ190uDQPAHISYCNt24sZuWDlWLCJ1-pDof4fEvqQSENnW_KXAjx4J_A/s1600/Partido_Democratico_Italia.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG3lpDuWwC98bWYCZkyiPORSZWw4ZpSDk2uMVIUP-YClav_agldRPb6pg_KsUkfETCOBfldSXZdadXzw54oPZUJ190uDQPAHISYCNt24sZuWDlWLCJ1-pDof4fEvqQSENnW_KXAjx4J_A/s320/Partido_Democratico_Italia.png" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O fim da URSS significou o esgotamento de certo modelo de
comunismo, inaugurado pela revolução russa de 1917. Tal modelo, fundado numa leitura particular e
autoritária de Marx, contaminou grande parte do comunismo internacional,
universalizando formatos de partidos marcados pela centralização de decisões em
pequenas cúpulas burocratizadas. Partindo desta concepção partidária, os países
que aderiram ao chamado socialismo real, reproduziram na esfera estatal alta dose
de ditadura, a principio nomeada de “ditadura do proletariado”, mas que no fim
fundia partido e Estado, promovendo governos profundamente autocráticos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E foi exatamente o desprezo pela democracia política que fez
desmoronar toda esta experiência, persistente, porém, sempre cambaleante. A
queda do muro de Berlim e a derrocada final da União Soviética aplicaram um
duro golpe no marxismo, mesmo que o verdadeiro atingido tenha sido a versão
distorcida deste. Com isso, as alternativas que se apresentavam oscilaram entre
a recusa da revisão e a abertura para um debate que modernizasse o movimento
comunista. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje, sobretudo na Europa, abre-se um campo político de
esquerda, oriundo do velho comunismo, mas conectado com a complexidade do mundo
contemporâneo, ciente das novidades apresentadas por um universo cultural,
econômico e social fortemente globalizado. O eixo de tais partidos já não é
mais a velha aliança simplista operário e camponês, simbolizada na cruz e o
martelo do comunismo histórico. No centro das preocupações está a democracia,
vista como valor universal, a ser difundida e ampliada como conquista cívica, e
não de uma classe apenas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A esquerda pós-comunista, então, deve observar a
movimentação da política e agir nela de forma plural, diversificada e nos
limites do Estado de direito. Sua estratégia consiste na busca gradual de
consensos, em alianças pacientes entre forças democráticas, sem sectarismos ou
classismos. Deve se comprometer com um programa democrático, alicerçado no
paradigma do reformismo, sem qualquer ilusão com rupturas abruptas no sistema.
Pode e deve ser anti-capitalista, mas jamais teleológica, isto é, não deve
construir projetos finais, nem estabelecer horizontes estáticos e prontos para
a sua utopia. Uma esquerda pós-comunista é o que espera de uma verdadeira
renovação dentro da esquerda, capaz de atender o mundo atual e toda sua
pluralidade. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-486593463610692009.post-41740848271600754792015-06-11T16:46:00.000-07:002015-06-11T16:46:36.390-07:00Em primeiro lugar, a democracia<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por Adelson Vidal Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOiAQQxBYI-ajtGgMTKLw39fF4RiENJE5YUiczx6Vxc6L2r6q5PbhjFwiGoKR2OSt0BtnAGniDqewZYiXwe3K_PqgB0kqKLQgkjng5JW6Gu5aD3NAKE23DK20UeNbbGKEVmK0x0Nu7X-I/s1600/Trans.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="167" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOiAQQxBYI-ajtGgMTKLw39fF4RiENJE5YUiczx6Vxc6L2r6q5PbhjFwiGoKR2OSt0BtnAGniDqewZYiXwe3K_PqgB0kqKLQgkjng5JW6Gu5aD3NAKE23DK20UeNbbGKEVmK0x0Nu7X-I/s320/Trans.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O Brasil conhece, desde a fundação da Carta constitucional
de 1988, um processo sólido e robusto de redemocratização, que fez a travessia
correta até um Estado democrático de direito capaz de resolver os conflitos
contemporâneos sem que sejam promovidas guerras abertas e violentas. Isto nos
diferencia de nossos vizinhos venezuelanos e argentinos, que penam ainda hoje a
violação cotidiana da paz por lutas sociais que se esquivam da
institucionalidade democrática. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A realidade brasileira, no entanto, não nos protege
totalmente de desvios autoritários, nem garante uma discussão permanente,
pacífica e tolerante de todos os dramas que nos cercam. Em tempos de ascensão à
arena política de grupos excluídos, até então praticamente invisíveis, os
ânimos se acirram, exatamente por que conservadores e os que agora chegam
exigindo lugar ao sol não conseguem se comportar com a devida obediência às
regras cívicas conquistadas a duras penas ao longo de anos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Exemplo emblemático e recente é a polêmica envolvendo o
transexual na cruz da parada gay. Sabemos que o movimento LGBT, em sua direção,
tem enormes dificuldades em acatar a democracia como terreno exclusivo da luta
por cidadania. Pelo contrário, sua tática sempre foi a do escândalo, do choque
e da ofensiva. Quem não se lembra daqueles gays que introduziram símbolos
religiosos no ânus? Nos tantos beijaços homossexuais feitos em frente de igrejas
e até mesmo do papa? Aqui não há luta por cidadania, há deboche, agressão,
provocação. O resultado não será ampliação de direitos, mas sim ainda mais ódio
e segregação. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O episódio da trans crucificada é justificado como sendo
arte. Ora, desde quando a arte tem licença para agredir a fé alheia?
Concordemos ou não, a cruz é símbolo histórico de uma religião que, com todo
direito, considera blasfêmia seu uso sensualizado por um homossexual. Sabendo
disso, porque então colocar mais lenha na fogueira? Para que estimular ódio,
agressividade, constrangimentos? Ganhará a comunidade gay com isso?<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A esquerda brasileira em sua maioria saiu em defesa da
trans, simplesmente porque no seu pensamento mecânico há de sempre se defender
o oprimido, mesmo quando seus recursos de luta ferem conquistas da modernidade.
Mas os progressistas democráticos sabem que o que deve se defender é a
democracia em primeiro lugar, sabendo que qualquer avanço fora dela é risco
para o processo civilizatório. <o:p></o:p></span></div>
Adelson Vidal Alveshttp://www.blogger.com/profile/17541011925064360471noreply@blogger.com0