Primeira mentira: Marina é fundamentalista religiosa. A
ex-senadora é evangélica, como poderia ser ateia, budista ou xintoísta. Tem
suas convicções pessoais de fé, mas jamais fez delas norte para sua atuação
política. O fundamentalista é aquele que olha suas ideias como verdades
absolutas, sendo incapaz de reconhecer legitimidade em outras visões. Não
parece ser o caso de uma candidata que formulou um programa de governo ouvindo
todos os setores da sociedade.
Segunda mentira: Marina é homofóbica. Ora, Marina Silva foi
a única dos presidenciáveis com condições de vitória que teve coragem de
colocar em seu programa de governo temas relacionados às reivindicações do público
LGBT. Mesmo quando “recuou”, manteve espaço aberto para fazer avançar
conquistas deste segmento social. Nem Dilma e nem Aécio citaram algo sobre
diversidade sexual em seus programas. Ela pode ter sua opinião sobre a questão
homossexual, é seu direito, o que não pode é fazer, desta, motivo para negar
direitos aos gays. E isso ela jamais fez, pelo contrário, se mostrou disposta a
dialogar democraticamente.
Terceira Mentira: Marina é inexperiente. Marina atou como
senadora. Foi deputada e Ministra do Meio ambiente. Participou de lutas sociais
no Acre, ajudou a fundar partidos e movimentos sociais. Chega à disputa presidencial
com mais experiência que Lula em sua primeira candidatura.
Quarta mentira: Marina é da direita neoliberal. Marina Silva
tem acenado para setores conservadores e o mercado financeiro. Isto, porém, não
a faz um quadro da direita ou do neoliberalismo. A presidenciável reuniu em
torno de si setores progressistas, ligados a mais avançada e democrática
concepção de esquerda. O seu esforço vem sendo no sentido de tentar colocar em
diálogo variados grupos sociais e políticos, capazes de estabelecer uma
governabilidade moderna. Esta, capaz de resolver os conflitos do mundo atual de forma
cívica, tendo na política o único terreno para o êxito desta tarefa. Não é,
assim, representante seja da direita “pura” ou da esquerda “pura”. Talvez se
localize no campo do centro-esquerda, com alta convicção democrática.
Estes quatro itens vem sendo utilizados como forma de
desqualificação da candidatura de Marina Silva. Faz parte de uma estratégia
eleitoral- das mais baixas- de quem teme o novo, de quem teme perder o poder.
Podemos e devemos escolher o novo
governante com as devidas liberdades, porém, sempre atentos às informações
distorcidas que se produzem em busca do seu voto.
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