quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Quatro mentiras sobre Marina

Por Adelson Vidal Alves


Primeira mentira: Marina é fundamentalista religiosa. A ex-senadora é evangélica, como poderia ser ateia, budista ou xintoísta. Tem suas convicções pessoais de fé, mas jamais fez delas norte para sua atuação política. O fundamentalista é aquele que olha suas ideias como verdades absolutas, sendo incapaz de reconhecer legitimidade em outras visões. Não parece ser o caso de uma candidata que formulou um programa de governo ouvindo todos os setores da sociedade.

Segunda mentira: Marina é homofóbica. Ora, Marina Silva foi a única dos presidenciáveis com condições de vitória que teve coragem de colocar em seu programa de governo temas relacionados às reivindicações do público LGBT. Mesmo quando “recuou”, manteve espaço aberto para fazer avançar conquistas deste segmento social. Nem Dilma e nem Aécio citaram algo sobre diversidade sexual em seus programas.  Ela pode ter sua opinião sobre a questão homossexual, é seu direito, o que não pode é fazer, desta, motivo para negar direitos aos gays. E isso ela jamais fez, pelo contrário, se mostrou disposta a dialogar democraticamente.

Terceira Mentira: Marina é inexperiente. Marina atou como senadora. Foi deputada e Ministra do Meio ambiente. Participou de lutas sociais no Acre, ajudou a fundar partidos e movimentos sociais. Chega à disputa presidencial com mais experiência que Lula em sua primeira candidatura.

Quarta mentira: Marina é da direita neoliberal. Marina Silva tem acenado para setores conservadores e o mercado financeiro. Isto, porém, não a faz um quadro da direita ou do neoliberalismo. A presidenciável reuniu em torno de si setores progressistas, ligados a mais avançada e democrática concepção de esquerda. O seu esforço vem sendo no sentido de tentar colocar em diálogo variados grupos sociais e políticos, capazes de estabelecer uma governabilidade moderna. Esta, capaz de resolver os conflitos do mundo atual de forma cívica, tendo na política o único terreno para o êxito desta tarefa. Não é, assim, representante seja da direita “pura” ou da esquerda “pura”. Talvez se localize no campo do centro-esquerda, com alta convicção democrática.

Estes quatro itens vem sendo utilizados como forma de desqualificação da candidatura de Marina Silva. Faz parte de uma estratégia eleitoral- das mais baixas- de quem teme o novo, de quem teme perder o poder.
Podemos e devemos escolher o novo governante com as devidas liberdades, porém, sempre atentos às informações distorcidas que se produzem em busca do seu voto.

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