Por Adelson Vidal Alves
Está chegando o Natal, festa
que celebra o nascimento de Jesus Cristo. Com a data vem os Shoppings lotados,
o consumismo desenfreado e a bebedeira. Pouco se lembra do aniversariante,
pouco se reflete sobre sua mensagem. Uma mensagem de amor, tolerância e
compaixão, que se contradiz com a opulência e a avareza com que muitos
comemoram a festa. Os banquetes fartos expõem uma terrível contradição, já que
milhões de pessoas em todo planeta tem sua vida abreviada por falta de pão.
O Jesus histórico provavelmente
não nasceu em 25 de Dezembro, a escolha do dia se deu por conta das
festividades do calendário do Império Romano. Pouco importa. Vale a referência
que ela nos dá para refletirmos a proposta do homem que literalmente dividiu a
história do Ocidente.
O cristianismo que o Vaticano
defende nasceu nos Concílios de Niceia (325), Constantinopla (381), Éfeso (431)
e Calcedônia (451). O Cristo aparece envolto numa reflexão teológica de corte
hierárquico. Já as Igrejas pentecostais apresentam o “Rei Jesus”, cheio de
atributos divinos.
O Jesus histórico nada tem de
riqueza material. É pobre, morre como um criminoso e é tratado como subversivo
e herético. Em sua mensagem está a opção pelos desgraçados da terra. Apresenta
um projeto: o Reino de Deus. Um modelo de sociedade fundada na partilha e na solidariedade.
O Deus que prega é aquele que olha com
preferência pelos excluídos, e que direciona suas atenções especiais aos
pobres, os primeiros nas bem-aventuranças.
Traz uma pregação forte e cheia
de ternura. Condena os ricos e poderosos, porque sabe que do luxo destes nasce a
exclusão e a pobreza de outros. Ama,
cuida e defende os fracos de sua sociedade. Por isso é perseguido pelo
moralismo das castas religiosas. Apresenta uma utopia de organização social que
é rejeitada pela maioria das pessoas. Fracassa no convencimento e morre por
condenação política. Experimenta o sentimento de ser filho de Deus, Abba (o Paizinho), que não anula seu
caminho como ser humano. Na cruz se decepciona, não chama Deus de pai, espera a
intervenção divina até que, enfim, entrega seu espírito à fonte originária da vida.
O Natal que se aproxima nos traz
a memória deste Jesus histórico. O Jesus da manjedoura, e não o dos palácios e
realezas divinas. Traz-nos a memória de um simples camponês pobre, disposto a
intervir para mudar a realidade de injustiça social. Um Jesus que mostra seu
rosto nos grotões de miséria, nos encarcerados, famintos, e doentes que padecem
o descaso de nossos governantes com a saúde pública. O Jesus que não cabe no
rosto capitalista de um papai Noel, nem nas propagandas que fomentam o
consumismo.
O rosto do menino de Nazaré
estará onde o espírito natalino exige, isto é, de onde brota a sede de Justiça.
http://www.lds.org/broadcasts/article/christmas-devotional/2012/12/christmas-is-love?lang=eng&clang=por
ResponderExcluirMuito bom o artigo!!
E de fato Cristo não nasceu no dia 25 de Dezembro, mas sim em 06 de Abril.
Este comentário foi removido pelo autor.
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