Junho de 2013: milhões de
pessoas se lançam às ruas de todo o Brasil para exigir melhores serviços,
questionar os poderes constituídos e colocar em cheque os órgãos de mediação
política. Foram tempos de intensa participação popular, que não se via desde as
Diretas.
Meses depois, pouco das
reivindicações foram atendidas. Os serviços continuam deficientes, os poderes
corrompidos e a mediação política em crise. O legado de Junho sequer conseguiu
fazer a opinião pública manter guarda nas questões que envolvem ao país, pelo
contrário, direta ou indiretamente, fez surgir um estranho jeito de
manifestação, vestido de preto, de rostos cobertos e com a fúria direcionada ao
patrimônio público, a imprensa e a propriedade privada.
Não triunfou o aperfeiçoamento
democrático, nem fez surgir novas opções de representação. Até mesmo a
presidenta Dilma, atingida em cheio em sua popularidade, conseguiu se
recuperar, ainda que distante de voltar a ser o consenso que era antes de
Junho.
O fato é que as manifestações
de 2013 tem tudo para voltarem em 2014. Afinal, não houve respostas suficientes
do poder público.
A Copa do Mundo nos colocará em
evidência global. Seremos julgados não só pelo nosso futebol, mas também pela
capacidade de organizar uma competição desta largura. Ótima oportunidade para se
mostrar ao mundo nossa força de mobilização, e denunciar aos quatro cantos o
quanto ainda penamos problemas históricos. Nem mesmo os 10 anos de governos de
um partido tradicional da esquerda nos fez superar a maior de nossas vergonhas:
a desigualdade social.
2014, ainda, é ano de eleições.
O bloco do poder retomou suas forças, a oposição foi incapaz de se apresentar
como alternativa. Mas o espírito que tomará as ruas é o de renovação, momento
pelo qual poderemos renovar nossa democracia, apresentar novidades e deixar para
trás o atraso da velha política.
Enfim, o novo ano que se
aproxima apronta um cenário de mudança. O povo brasileiro quer isso, o Brasil
precisa disso, motivos pelo qual as Jornadas de Junho voltarão com mais força
em 2014. Estejamos atentos e prontos para participar ativamente de um novo
tempo para nossa nação.
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