Por Adelson Vidal Alves
“O
apoio ao Campos significa um reencontro de um partido de vertente comunista, o
PPS, e outro de vertente socialista, o PSB, que historicamente é um aliado
nosso". Foi assim que Roberto Freire, presidente
nacional do PPS, definiu o possível apoio de seu partido à candidatura presidencial
de Eduardo campos. A legenda indicou
aliança em Congresso nacional realizado recentemente, mas a decisão final só
deverá acontecer em Março. O partido precisa ainda fazer alguns ajustes
internos, já que parte dele insiste em candidatura própria, apostando na
ex-vereadora Soninha Francine, enquanto outro grupo defende apoio a Aécio Neves
(PSDB).
Freire tem preferência por
Campos, mas Aécio tem tentado costurar alianças com diretórios estaduais, e
conseguiu adesão das direções de Minas Gerais e Rio de Janeiro, o que
irritou Freire: "O Aécio pode fazer
as articulações que quiser, mas quem decide nossa posição é o PPS. Não somos
sublegenda de ninguém".
O fato, porém, é que salvo
algum obstáculo improvável, o PPS deve mesmo integrar a candidatura PSB/REDE,
encabeçada por Eduardo Campos, e que tem Marina Silva como grande aliada. A
concretização desta aproximação configuraria um inédita frente eleitoral. Seria
a aglutinação de três agrupamentos democráticos, de corte progressista e
propostas inovadoras.
O PSB fez contraponto histórico
a Estalinização dos Partidos Comunistas, advogando um socialismo democrático e
com amplas liberdades. Teve em seus quadros figuras como João Mangabeira e
Miguel Arraes. A REDE traz um programa renovador na política, com ênfase na
sustentabilidade, e um grande potencial para dialogar com os novos atores
sociais que emergem da sociedade em rede. Já o PPS é um partido que se confunde
com a história da República brasileira. Foi o resultado da modernização do PCB,
que entrou em crise junto com o “socialismo real”. Hoje tem como referência a
defesa da democracia, assim como a proposta de um reformismo democrático.
A nova frente que se anuncia se credencia para enfrentar o atual grupo no poder, situando-se no campo da esquerda democrática. Tem espaço para crescer, já que pesquisa recente do Datafolha mostra que 66% dos brasileiros querem mudanças no país. Soma-se a isso o fato de que 2014 tem tudo para ser um ano conturbado, na política e na economia, principalmente por conta da Copa do Mundo. Tudo indica que o favoritismo de Dilma será abalado, e que a possibilidade de um crescimento oposicionista é real, desde que alternativas sejam apresentadas.
Neste quadro o PSDB pode ficar
isolado, contando apenas com o conservador DEM, sem muitas condições de se
apresentar como o “novo”. Mesmo assim é importante, por representar parcelas
tradicionais e moderadas da sociedade brasileira.
Tudo vai depender do
comportamento das oposições, que só poderão obter êxito caso consigam
transmitir ao povo um fôlego de novidade. A frente democrática PSB/REDE/PPS tem
uma chance histórica de desalojar do poder àqueles que há 10 anos afundam o
Brasil em um populismo pobre e desalentador.
Companheiro,
ResponderExcluirEsqueceu que a aliança será PSB-REDE-PPS-PPL...
Sim, o antigo MR-8 (PPL) já entrou pra aliança:
http://www.psb40.org.br/not_det.asp?det=4801
http://www.esmaelmorais.com.br/2013/12/depois-do-ppl-eduardo-campos-agora-recebe-apoio-do-pps/