terça-feira, 10 de dezembro de 2013

FRENTE DEMOCRÁTICA: PSB / REDE / PPS



Por Adelson Vidal Alves


“O apoio ao Campos significa um reencontro de um partido de vertente comunista, o PPS, e outro de vertente socialista, o PSB, que historicamente é um aliado nosso". Foi assim que Roberto Freire, presidente nacional do PPS, definiu o possível apoio de seu partido à candidatura presidencial de Eduardo campos.  A legenda indicou aliança em Congresso nacional realizado recentemente, mas a decisão final só deverá acontecer em Março. O partido precisa ainda fazer alguns ajustes internos, já que parte dele insiste em candidatura própria, apostando na ex-vereadora Soninha Francine, enquanto outro grupo defende apoio a Aécio Neves (PSDB).

Freire tem preferência por Campos, mas Aécio tem tentado costurar alianças com diretórios estaduais, e conseguiu adesão das direções de Minas Gerais e Rio de Janeiro, o que irritou Freire: "O Aécio pode fazer as articulações que quiser, mas quem decide nossa posição é o PPS. Não somos sublegenda de ninguém".

O fato, porém, é que salvo algum obstáculo improvável, o PPS deve mesmo integrar a candidatura PSB/REDE, encabeçada por Eduardo Campos, e que tem Marina Silva como grande aliada. A concretização desta aproximação configuraria um inédita frente eleitoral. Seria a aglutinação de três agrupamentos democráticos, de corte progressista e propostas inovadoras.

O PSB fez contraponto histórico a Estalinização dos Partidos Comunistas, advogando um socialismo democrático e com amplas liberdades. Teve em seus quadros figuras como João Mangabeira e Miguel Arraes. A REDE traz um programa renovador na política, com ênfase na sustentabilidade, e um grande potencial para dialogar com os novos atores sociais que emergem da sociedade em rede. Já o PPS é um partido que se confunde com a história da República brasileira. Foi o resultado da modernização do PCB, que entrou em crise junto com o “socialismo real”. Hoje tem como referência a defesa da democracia, assim como a proposta de um reformismo democrático.

A nova frente que se anuncia se credencia para enfrentar o atual grupo no poder, situando-se no campo da esquerda democrática. Tem espaço para crescer, já que pesquisa recente do Datafolha mostra que 66% dos brasileiros querem mudanças no país. Soma-se a isso o fato de que 2014 tem tudo para ser um ano conturbado, na política e na economia, principalmente por conta da Copa do Mundo. Tudo indica que o favoritismo de Dilma será abalado, e que a possibilidade de um crescimento oposicionista é real, desde que alternativas sejam apresentadas.

Neste quadro o PSDB pode ficar isolado, contando apenas com o conservador DEM, sem muitas condições de se apresentar como o “novo”. Mesmo assim é importante, por representar parcelas tradicionais e moderadas da sociedade brasileira.

Tudo vai depender do comportamento das oposições, que só poderão obter êxito caso consigam transmitir ao povo um fôlego de novidade. A frente democrática PSB/REDE/PPS tem uma chance histórica de desalojar do poder àqueles que há 10 anos afundam o Brasil em um populismo pobre e desalentador.

Um comentário:

  1. Companheiro,
    Esqueceu que a aliança será PSB-REDE-PPS-PPL...
    Sim, o antigo MR-8 (PPL) já entrou pra aliança:
    http://www.psb40.org.br/not_det.asp?det=4801

    http://www.esmaelmorais.com.br/2013/12/depois-do-ppl-eduardo-campos-agora-recebe-apoio-do-pps/

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