Por Adelson Vidal Alves
O PSDB nasceu em 25 de Junho de 1988,
como dissidência do PMDB. Os fundadores do partido discordavam dos rumos do
governo Sarney, assim como algumas posições de seus antigos colegas na
Constituinte. Partindo principalmente de São Paulo e Minas Gerais, os social-democratas
brasileiros, como Franco Montoro, Fernando Henrique Cardoso, Aécio Neves e
Teotônio Vilela, se empenharam na construção de uma referência política de centro-esquerda,
que fosse capaz de pensar o Brasil com referências democráticas, voltadas para
uma gestão pública eficiente e desenvolvimentista.
No primeiro grande teste
eleitoral da Nova República, em 1989, o PSDB lançou Mario Covas a presidência,
um homem de compromissos democráticos e visão progressista. Fracassou no
primeiro turno, vindo no segundo turno apoiar Luis Inácio Lula da Silva (PT),
derrotado por Fernando Collor de Mello. Durante o novo governo, os tucanos
optaram por uma posição crítica e independente.
O crescimento partidário foi
visível nos próximos anos, e em 1992 contava com 293 prefeitos, 207
vice-prefeitos e 3.274 vereadores em todo o país. Sua musculatura se estendeu
ainda a sua participação no governo Itamar Franco, onde o Ministro da Fazenda,
Fernando Henrique Cardoso, se destacou na elaboração do Plano Real, que venceu
a inflação e o cacifou para ganhar duas vezes a presidência da República ainda
no primeiro turno, onde governou de 1994 a 2002.
A experiência do PSDB no poder
central do país levanta debates. Há quem resuma o governo FHC a tão somente uma
gestão neoliberal. É bem verdade que houve reformas liberalizantes na economia,
privatização de estatais e até mesmo certo enxugamento na máquina pública.
Contudo, o controle inflacionário, a criação de uma série de programas sociais
e a modernização e democratização de setores importantes do país, como a
comunicação, nos desautoriza defini-lo como simplesmente neoliberal. Convencido
da superioridade da economia de mercado, o PSDB jamais tirou o Estado de seu
papel indutor, e velou pelo fortalecimento e funcionamento democrático das
instituições que ora surgiam em nossa jovem República.
O PSDB hoje representa parcelas
moderadas e até conservadoras de nossa sociedade. No entanto, jamais incorporou
o neoliberalismo em seu programa, e tomou a Carta Constitucional de 1988 como
ferramenta suprema do funcionamento democrático, ao qual defende total
obediência.
O PSDB não é um partido de
direita, como insistem os arautos petistas. Em seu estatuto atual permanece
fiel às diretrizes democráticas, a busca de reformas modernizadoras e a
construção de uma nova cultura de gestão pública. Sua fragilidade, porém,
consiste em sua incapacidade de buscar novas bases sociais, e principalmente,
de conseguir formar novos quadros políticos. Aécio Neves é hoje a principal
liderança do partido, e tudo indica, tem todas as qualidades para trazer a
legenda a contemporaneidade e seus desafios. 2014 pode ser uma grande
oportunidade de renovação do partido.
O governo de FHC fi claramente um governo de centro-direita.
ResponderExcluirA base de espionagem dos EUA no Brasil funcionou até o último ano do governo do FHC.
Wikileaks também relevou que José Serra prometeu a Chevron (EUA) que se fosse eleito, iria entregar o pré-sal a eles.
Tem gente defendendo a volta do liberalismo no Brasil.
Raciocina aí e chegue as suas próprias conclusões.
Desonestidade intelectual, a gente vê por aqui.
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