Por Adelson Vidal Alves
Porque Marina Silva incomoda tanto o
atual bloco no poder? Seriam os 20 milhões de votos da última eleição, obtidos
com poucos recursos financeiros e praticamente sem tempo de televisão? Ou seriam
as pesquisas de opinião que apontam a candidata na segunda colocação da corrida
presidencial, mesmo sem palanques eleitorais ou máquinas partidárias a seu
dispor? Ou quem sabe o fato de ser ela uma candidata pelo qual os governistas
não poderão acusar de ser continuidade dos governos FHC, haja vista que foi
Ministra de Lula? Talvez todos estes fatores ajudem a explicar porque o PT e
seus satélites trabalham tanto contra a candidatura de Marina.
Nos últimos dias a ofensiva do
Planalto tem se intensificado contra ela. Primeiro o PT e seu aliado ambíguo, o
PMDB, tentaram articular na Câmara dos Deputados um projeto de lei que
dificultasse a criação de novos partidos, numa tentativa clara de atrapalhar a
criação da REDE SUSTENTABILIDADE, partido que a ex-senadora pretende fundar. Como
não conseguiram emplacar sua iniciativa golpista, que parou no Senado e no STF,
a estratégia agora mudou, passando para uma campanha nacional de difamação.
Recentemente, os governistas
distorceram as palavras de Marina Silva, tentando aproximá-la do desgastado
deputado Marcos Feliciano. Para o governo e sua mídia, as palavras de Marina
davam apoio ao presidente da Comissão de Direitos Humanos, que recebe acusações
de homofobia e racismo. Ainda que tenha deixado claro que Feliciano tem
posições equivocadas, não faltaram manobras rasteiras para tentar fazer de
Marina uma homofóbica.
A verdade, no entanto, é que
Marcos Feliciano é da base governista, e só se tornou presidente da Comissão de
Direitos Humanos graças a uma articulação do PT para assumir a Comissão de
Justiça, e assim indicar os mensaleiros José Genoino e João Paulo Cunha para
sua composição.
Marina Silva é uma ameaça ao
partido do governo. Sua trajetória política é de apoio as lutas populares,
motivo pelo qual é a única candidata com penetração no largo curral eleitoral
montado pelo PT via bolsa família. Tem uma reputação ética impecável,
experiência política, competência comprovada e carisma de sobra. Nada pior para
quem ganhou as últimas eleições com uma retórica de terrorismo, dizendo que
caso perdessem, os programas assistencialistas acabariam.
Ainda terão aqueles que dizem
ser Marina útil aos projetos da direita para derrotar Dilma. Qualquer pessoa
com um cérebro e bom caráter sabe o quanto tal tese é falsa. Foi do PT a
iniciativa de criar um ambiente político que só se move por uma polarização
mentirosa entre PT e PSDB, que ainda que guardem diferenças, governam com os
mesmos paradigmas, com a exceção de que o segundo pelo menos se movimentou em
respeito ao jogo democrático republicano, enquanto o primeiro fez de tudo para
sabotá-lo.
Ainda vem muita coisa pela
frente. O Partido dos Trabalhadores e seu amplo e híbrido leque de alianças
usarão dos recursos mais espúrios para esvaziar o debate e garantir sua
hegemonia absoluta no poder estatal. Restam as forças democráticas do país se
organizarem para combater o que seria a maior das tragédias da República: a
consolidação de um bloco político com visíveis interesses anti-republicanos.
Kct! Descobri um puta blog!
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