terça-feira, 20 de novembro de 2012

Vida longa a Toca do Arigó

Por Adelson Vidal Alves



Em referência as aves migratórias, os trabalhadores que atuaram no processo de industrialização brasileira na primeira metade do século XX, recebiam o nome de "arigós". Na construção da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) em Volta Redonda, muitos operários se deslocaram de suas cidades de origem para construirem a siderúrgica. Muitos deles fixaram residência na cidade.

Hoje, as aves também emprestam seu nome a um dos mais importantes espaços culturais da cidade do aço: a "Toca do Arigó".

Tendo como um de seus idealizadores o professor de geografia e produtor cultural Felipe Raposo, o Fox, o Espaço se firma como um grande fomentador cultural. Por lá, convivem a diversidade artistica da cidade. De Saraus de Poesia ao Punk Rock. Consolida-se também como ponto de entretenimento a quem busca alternativa ao mercantilismo cultural, consagrado nas noites de Volta Redonda. 

A pluralidade de cultura da "Toca", também favorece um ambiente de debate da realidade social. Não são apenas o som das guitarras, acordeões e tambores que caracteriza a militância cultural do lugar. A Toca do Arigó se responsabiliza pela história e luta de nosso povo. Cine Clubes, discussões de datas importantes como o 9 de Novembro e tributos a artistas de nossa cultura nacional, demonstram que o lugar se torna instrumento importante de ocupação de espaços na construção do imaginário popular da cidade, atualmente Imerso em letargia, principalmente depois da privatização da maior industria da cidade.

Não é fácil manter um lugar como esse. O espaço físico responde pela expeculação imobiliária da cidade, que se oferece em aluguéis altíssimos. Pesa também a estrutura urbana da cidade, que coloca limites no relógio do funcionamento, sem falar nos problemas financeiros que naturalmente aparecem no processo de manutenção.

Contudo, os arigós vão sobrevivendo. Inovando, reiventando e resistindo, sempre alimentados pela paixão por uma nova forma de ser e fazer cultura na nossa cidade. Que as aves migratórias finquem os pés na cidade, e sigam cada vez mais fortes, pelo bem da diversidade cultural do municipio.

Vida Longa a TOCA DO ARIGÓ !!

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