sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Brasil, um país racializado

Por Adelson Vidal Alves




O Brasil está em meio a um processo de racialização como jamais visto em nossa história. O consentimento constitucional, concedido por nossa Suprema Corte a leis de corte racial, abriu as portas para que o governo, ONGs racialistas e o movimento negro pudessem introduzir em nossa estrutura estatal, de forma duradoura, o falso paradigma da raça.

As ciências naturais não nos deixam dúvidas quanto ao fato de que raças não existem entre os seres humanos. Delimitar nossa espécie por grupos biológicos comuns é impossível, haja vista o processo de miscigenação histórica, que no Brasil se torna ainda mais forte. A construção de identidades raciais na atualidade, só passa a ser possível por manipulações de caráter racial, como propaga o chamado "multiculturalismo", ideologia que defende o agrupamento da raça em torno de uma suposta unidade cultural. No caso do movimento negro, não faltam tentativas de criar o mito da "Mãe África", com seu passado, sua arte, música e religião, que de modo quase que genético persegue seus descendentes, estes que nos dias de hoje estariam unidos na luta contra exploração branca.

Não acredito que em sã consciência qualquer pessoa de boa índole negue o racismo brasileiro. Não basta, entretanto, identificar a doença, há de se avaliar seu estágio e característica. Pessoas diagnosticadas com câncer vão ao médico para saber qual o tratamento adequado para seu tipo de doença. Os oncologistas não tratam todo portador de câncer com os mesmos medicamentos. 

O racismo brasileiro tem suas particularidades, que por sua vez é fruto de nossa história. Após a abolição da escravatura, não houve no Brasil leis raciais, pelo contrário, um século depois assinaríamos uma Constituição que proibia distinções raciais, e punia severamente praticantes de racismo. 

Não é a toa que inexistem há decádas expressões públicas de racismo, sem que se tenha uma resposta condenatória da opinião pública. Nosso imaginário coletivo não toleraria um politico, lider religioso ou artista, xingar algum negro de macaco. Haveria uma discordância consensual imediata de todos, e esta pessoa sofreria sérios constrangimentos. Não há também nenhuma organização racista que tenha expressão nacional, prova que a repressão ao crime de racismo é forte por parte de nossas autoridades, e que o ambiente para o êxito de tais orgãos não são os melhores.

Nosso racismo, abriga sim, contornos simbólicos. Está presente numa blitz policial, na fila do restaurante, nos presídios etc. Somos um povo que odiamos racismo, mas ao mesmo tempo cometemos ele cotidianamente. Não somos uma nação racista. Não temos em nós instituidos um racismo militante. Praticamos o racismo devido a uma idéia, ainda embutida em todos nós, que entre os humanos há raças diferentes, com inteligências, aptidões e vocações determinadas. A melhor forma de combate é trabalhar na construção de um ambiente de diversidade, mas que se concentrasse na cultura de que somos frutos de uma série de fatores, do qual se exclui uma determinação genética baseada na cor da pele.

Contudo, as políticas de cotas racias, estatutos raciais, privilégios raciais no mercado de trabalho e até em apresentação culturais, só reforça o falso paradigma da raça. Divide a nação, incentiva rivalidades e fortalece sentimentos de que a cor da pele interfere no destino de cada um de nós.

Infelizmente, parece que os rumos de nosso país seguem a lógica perversa de racialização. Cada vez mais o Estado brasileiro se torna instrumento divisor de nosso povo por critérios raciais. O racismo só tende a aumentar. 

2 comentários:

  1. Concordo plenamente com você. E confesso que ja me peguei perguntando o porquê da cota para negros. Uma pessoa que presta vestibular tem que competir de igual para igual com as outras pessoas, independente de cor de pele ou fatores sócio-económicos. Mas temos que levar em consideração os dois lados da moeda, a cota foi criada para uma tentativa de recuperação sócio-cultural carregada a gerações no Brasil.

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