sexta-feira, 8 de junho de 2012

Petistas bestializados

Por Adelson Vidal Alves


            
           O bestializado é aquele ser abobado, desprovido de racionalidade em sua vivência e cômico por suas posturas. Na maioria das vezes, seu posicionamento soa como patético, e só ganha espaço pelo tom humorístico que expressa suas opiniões no qual o mesmo acredita serem sérias.
            O PT (Partido dos Trabalhadores) é um partido político. Nascido na década de 1980 agrupou a militância efervescente da emergente sociedade civil. Em seu seio filiaram-se a nata da intelectualidade do país, e através do interesse pelo debate teórico, foi sem dúvida o partido que mais contribuiu para uma cultura de discussão política entre as grandes massas. Por estas duas definições, um bestializado normalmente não seria petista.
            Entretanto, os dias atuais expõem este paradoxo. Nos jornais, redes sociais ou na mídia geral, declarações de líderes e militantes do Partido dos Trabalhadores comprovam a metamorfose histórica de um Partido político, outrora respeitado pelo nível de debate interno e externo, e hoje uma caricatura de suas próprias trapalhadas.
            No lugar de qualificadas análises de conjunturas, um punhado de besteirol. Nos congressos, convenções e encontros, um espetáculo ridículo de gente sem ideia, racionalidade ou interesse por uma discussão mais aprofundada. A disputa interna ideológica de outros tempos, hoje dá lugar a uma guerra fraticida por espaços de poder, que termina quase sempre na demonização do adversário.
            O que um petista diz hoje não se escreve. A mudança de lado e opinião se movimenta junto aos objetivos imediatos de cada grupo. Se um prefeito era ditador em dado momento, em outro ele pode ser aliado principal. Desde, é claro, que os bestializados do partido sejam acomodados de alguma maneira nas mordomias do poder.
            Os petistas bestializados, mal sabem o significado do socialismo, não conhecem o estatuto de seu partido, não sabem nada da bela história daquele que já foi o principal partido de esquerda na América Latina.
            Os petistas bestializados estão sempre pendurados a um medalhão da legenda, são gananciosos nos objetivos pessoais e medíocres quando a conversa foge o nível da matemática eleitoreira. 
            Os petistas bestializados recebem benção da maioria de suas direções. São incentivados em sua preguiça mental e glorificados por sua fome de cargos. Os petistas bestializados não estão nos postos de direção partidária, nem para isso servem, tampouco estão nas bases organizando a luta popular. Estão nas beiradas do partido, debaixo das mesas que protagonizam o banquete farto das decisões de poder, à espera de migalhas.
            Felizmente a bestialização de alguns petistas não tem o poder de contaminação integral. Há ainda uma militância histórica, indignada com os rumos que o partido vem tomando. Atuam com fervor em defesa do retorno partidário aos tempos de sua fundação. Apesar do vigor de suas ações, a visão predominante dentro de seu partido, é que não passam de sonhadores radicais. Tal visão, é claro, é predominante entre os petistas bestializados.
           


               

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