Na
segunda metade do século XX emergem uma série de movimentos sociais que vão além
dos velhos conflitos entre classes sociais. Eles agora falam por questões de
gênero, raça e cultura. São o que podemos chamar hoje de “movimentos das
minorias” (gays, mulheres, negros etc).
O
feminismo é um deles. Em seu estado positivo, luta por uma sociedade menos
desigual entre homens e mulheres, seja no trabalho, na vida doméstica ou na
participação política. Cobra-se a soberania do corpo da mulher, o direito ao
aborto e denuncia-se o assédio masculino. Sempre respeitando os limites
democráticos.
Porém,
como de costume entre as ideologias, sua causa acaba ganhando comportamentos radicais,
exagerados e às vezes condenáveis. São as feministas que usam da tática de
escandalizar a sociedade, seja mostrando os seios, introduzindo objetos
religiosos em sua genitália frente a lideranças eclesiásticas, e até (pasmem!),
costurando suas próprias vaginas. São as mesmas que precisam polarizar com os
homens, tratá-los como portadores naturais do machismo e inimigos a serem
combatidos. Até na intimidade de um casal, exige-se posições sexuais que não
insinuem submissão da mulher. Até aí se faria necessário homem e mulher na
mesma altura.
Falamos
aqui de um feminismo mal humorado, que recusa flores no Dia Internacional da
Mulher, argumentando que tal gentileza não combina com o espírito
revolucionário da “mulher moderna”. Um feminismo que doutrina suas adeptas a
vigiarem atentamente até mesmo os elogios, a não aceitarem que um homem lhe
puxe a cadeira de um restaurante, que abra a porta do carro ou pague a conta
toda.
Nem
precisa dizer que este feminismo atrapalha. Que é inútil e em nada colabora
para superarmos a desgraça do machismo, ainda presente na sociedade.
O
que se espera da luta das mulheres é o equilíbrio e o comportamento
democrático. Autodenominar-se vadias, promover a nudez pública e abrir uma
guerra contra o masculino soam como ineficientes para a verdadeira causa da
mulher dos nossos dias, que é a de construir um mundo menos desigual para elas,
com salários, tarefas e papeis sociais que lhe caibam, sem que isso se configure em opressão
ou injustiça.
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