terça-feira, 1 de outubro de 2013

Direita? Onde?



Por Adelson Vidal Alves

O PT no poder abusou de inventar fábulas e mistificar a realidade. Numa ação orquestrada de sua militância, tentaram convencer o Brasil de que o mensalão foi inventado, Dirceu é inocente e o governo vive sob intenso ataque da “mídia golpista” ligada às elites. Fazem isso contra as provas abundantes apresentadas, que julgadas, comprovaram a existência de um mega esquema de corrupção, situado nos organismos estatais da República. Todo o processo respeitou um longo período de ampla defesa dos acusados, e teve confirmação da Suprema Corte do país.

Se fantasias são criadas para encobrir no partido sua visível degeneração ética, também se constroem discursos insanos no campo ideológico. Quem não conhece o terrorismo eleitoral petista alardeando o risco da volta da direita ao poder? Tal conversa mole se dirige aos setores progressistas que desconfiam da gestão petista, mas que olham com maus olhos os antecessores de Lula e Dilma. O objetivo é convencer que o PSDB e seus aliados representam a direita e o neoliberalismo, sendo assim necessário defender o país do retrocesso. Penso que só mesmo a total ausência de espírito crítico é capaz de sustentar tamanho descalabro.

O fato é que os governos FHC não foram puramente neoliberais, tão pouco o PSDB é um partido de direita. A administração presidencial tucana (1995-2002) se caracterizou por reformas liberalizantes que jamais se aproximaram de um liberalismo do tipo “thatcheriano” ou “reaganiano”. Prevaleceu um Estado que fazia concessões ao mercado, mas que jamais se resumiu as questões que advoga o liberalismo clássico. A intervenção estatal foi capaz de melhorar os índices educacionais, ampliar políticas sociais, modernizar setores da economia e vencer definitivamente a hiperinflação.

O PT também não é de direita. Discordo da extrema-esquerda que tenta tratar o partido como sendo uma espécie de “nova direita”. O Partido dos Trabalhadores fez uma guinada conservadora, saindo da social-democracia para o social-liberalismo. Repetindo o PSDB, deu liberdade aos mercados, privatizou e evitou reformas estruturais. Contudo, estendeu políticas sociais as camadas mais excluídas e manteve uma diplomacia soberana.

Uma análise rigorosa mostra, pelo menos no cenário eleitoral, a ausência de candidaturas de direita a presidência da República. Se a nossa transição democrática não foi capaz de criar as condições para um governo popular, também é verdade que impediu organização nacional de grupos de uma direita pura. Nossa democracia, regida pela avançada Carta Magna de 1988, sofre com desvios autoritários, mas segue se equilibrando dentro de uma legalidade que até certo ponto facilita a vida dos grupos subalternos na luta política e social. O Brasil hoje é imune a radicalizações. Nossa “ocidentalidade” não deixa espaços para extremismos, nem pela esquerda e nem pela direita.

Um comentário:

  1. Caralho Adelson, tu ta usando muita droga véio!

    O FHC mandou invandir com exército uma refinaria de petróleo, vendeu a CSN em VR do jeito que vendeu, sufocou movimentos populares no País inteiro, alinhou sua política internacional a política internacional americana e tu vem me dizer que o Governo do PSDB não foi um governo de Direita?

    Pelegagem e desonestidade intelectual tem limite.

    ResponderExcluir