Por Adelson Vidal Alves
O PT chegou ao governo com
ferrenhas críticas ao neoliberalismo, a quem acusava de ser ideologia
preferencial de seu adversário: o PSDB. Sob as orientações de seus intelectuais,
o Partido dos Trabalhadores prometeu um Brasil pós-neoliberal. Antes de entrar
no tema deste artigo, deixe- me fazer um resumo simplificado do significado de neoliberalismo.
O termo nasceu na década de
1970, tendo a frente o economista Milton Friedman, que atualizou as teses
clássicas do liberalismo, defendendo a economia de livre mercado, a diminuição
do Estado, abertura econômica, e privatizações de serviço público. Em forma de
governo ele influenciou a maior parte dos países nas décadas de 80 e 90.
Alcançou sua plenitude no Chile de Augusto Pinochet, na Inglaterra de Margareth
Thatcher e nos EUA de Ronald Reagan.
Feito essas colocações,
voltemos a nossa temática. O “nosso neoliberalismo” jamais foi “puro”. Mesmo
sob a política de privatizações de estratégicas e lucrativas estatais, nenhum
dos governos pós-redemocratização (Collor, FHC, Lula e Dilma) acolheu na
íntegra o ideário neoliberal. Nunca fomos abandonados a sorte da “mão invisível
do mercado”, e o Estado jamais se recolheu do papel de indutor do
desenvolvimento. É verdade, porém, que tanto tucanos e petistas optaram por uma
economia liberal, o que sacrificou parte dos serviços públicos. Reformas (ou
contra-reformas) liberais também foram feitas.O que diferencia PT e PSDB
neste quesito não é a posição anti ou pró-neoliberalismo. Como vimos, ambos
fizeram uso pontual de suas teses.
As forças políticas que entendem o neoliberalismo como prejudicial a democratização econômica e social do país não devem, assim, esperar esforços de tucanos e petistas. Em mais 20 anos de gestão, ambos não conseguiram romper totalmente com o paradigma neoliberal, motivo pelo qual ainda convivemos com índices sociais de desigualdade alarmantes.
As forças políticas que entendem o neoliberalismo como prejudicial a democratização econômica e social do país não devem, assim, esperar esforços de tucanos e petistas. Em mais 20 anos de gestão, ambos não conseguiram romper totalmente com o paradigma neoliberal, motivo pelo qual ainda convivemos com índices sociais de desigualdade alarmantes.
O ano eleitoral de 2014 anuncia
a quebra de polarização PT-PSDB, e permite a construção de um novo bloco político
de esquerda. Cabem nele movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos
orientados pelo aprofundamento da democracia brasileira. Cabem os interessados em
romper definitivamente com a influência neoliberal no Estado brasileiro. Cabe a
esquerda que pensa um novo padrão de desenvolvimento, a ser
traçado em respeito ao meio ambiente e com metas de redistribuição de renda.
Cabem os novos sujeitos políticos, surgidos a partir das Jornadas de Junho e
que, incorporados à democracia política, pensam novas formas de participação.
PT e PSDB ainda guardam
diferenças. Seja na composição social, na relação com as instituições democráticas,
em visões particulares de governo, como na diplomacia. Mas é fato que já não se
separam pela aversão ao neoliberalismo. Testados no Planalto nenhum deles
trabalhou para superá-lo.
Temos assim a oportunidade e o dever de animar todas as forças anti-neoliberais para aumentar seus espaços político-eleitorais e superar o ciclo de duas décadas de um mesmo projeto, ainda que sob roupagens diferentes. Temos a chance de avançar o Brasil para uma nação mais justa, democrática e soberana.
Temos assim a oportunidade e o dever de animar todas as forças anti-neoliberais para aumentar seus espaços político-eleitorais e superar o ciclo de duas décadas de um mesmo projeto, ainda que sob roupagens diferentes. Temos a chance de avançar o Brasil para uma nação mais justa, democrática e soberana.
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