domingo, 6 de outubro de 2013

Marina sai fortalecida, PT derrotado

Por Adelson Vidal Alves

Não subestimemos a capacidade do PT fazer bobagens. O partido trabalhou em várias frentes para inviabilizar a criação da REDE, e até certo ponto obteve sucesso. Numa decisão suspeita, o TSE negou registro ao partido que se criava em torno de Marina Silva. No entanto, quando os Champagnes do Planalto ainda estouravam, eis que a imprensa noticia o ingresso de Marina ao PSB. O PT recebeu a notícia como uma bomba, e uma bomba contra sua estratégia eleitoral.

Os petistas esperavam poder colocar a ex-senadora numa encruzilhada, obrigando-a entre escolher uma candidatura dentro de um partido fisiológico ou adiar seu projeto para 2018. Com exceção do PPS, as legendas que ofereceram espaço a Marina ocupam o largo campo de partidos de aluguéis que não para de crescer no país. Ao escolher caminhar com Campos, cogitando inclusive a aceitar ser sua vice, a ex-ministra de Lula deixa claro a sociedade brasileira que suas intenções presidenciais se subordinam a um projeto de país, que o atual bloco no poder abandonou faz tempo.

É verdade, também, que a escolha de Marina pode trazer prejuízos eleitorais às oposições. O campo oposicionista conta hoje com apenas duas candidaturas: Campos/Marina(PSB)  e Aécio neves (PSDB). Este quadro pode dificultar um segundo turno, já que passar-se-ia a depender de um improvável voo do candidato tucano. Por outro lado, o ano de 2014, de Copa do mundo e eleições, tende a despertar novamente o espírito das Jornadas de Junho, do qual Dilma foi a maior prejudicada. A aliança de Marina e Campos seria a maior beneficiada.

Fato inconteste, ainda, é o golpe dado no discurso eleitoral que o PT já aprontava. O partido trabalhou nos últimos anos, sob orientação publicitária, a polarizar com seus adversários discursos de um risco de retrocesso á direita caso as oposições vencessem. Falavam ainda da volta das privatizações, do fim do bolsa família etc. Não conseguirão lograr êxito contra Marina/Campos. Afinal, ambos vieram do governo. A primeira, reconhecida pelo seu belo trabalho no Ministério do Meio Ambiente, e o segundo, governador mais bem avaliado do País, e parceiro de Dilma na ampliação das políticas sociais no estado de Pernambuco.

O PT vai precisar mais que uma agência de publicidade para não ver derrotado seu projeto “chavista” de poder. Terá que engordar seu bloco político. E como seus aliados mais progressistas começam a deixar sua base de apoio, é provável que a busca se dê no celeiro conservador da política. Definitivamente, o tiro saiu pela culatra.

 

 

Um comentário:

  1. concordo com esta analise e fiquei muito feliz da mariana com a rde se juntar oa psb sou fliadoa este partidodese 1988.

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