Por
Adelson Alves
O
apego do PT ao poder beira a mais insana das patologias. Entronizado, o partido
tem se dedicado exclusivamente na manutenção e extensão do poder, uma tendência
natural humana, como nos ensinava Maquiavel, mas que no Partido dos
Trabalhadores ganha os contornos mais trágicos.
O
processo de redemocratização brasileira, ainda que feita pelo alto, nos legou
um conjunto de instituições que estabilizam o jogo democrático, mas que nos
governos do PT foram tratados como balcão de negócios, isso quando não
simplesmente um aparelho de transmissão de interesses partidários. Os organismos
públicos que deveriam servir a nação acabaram-se por transformar em alongamento
do obeso corpo político petista.
Garantir
a hegemonia absoluta, abastecer a esfomeada máquina partidária,
profissionalizar especialistas em poder custa caro. Não é a toa que o partido
faz as mais espúrias alianças eleitorais, chantageia, se vende ao poder
econômico, acolhe Malufes e Meirelles no seio de sua administração. Isto é,
estão dispostos a todo tipo de sujeira e maracutaia para se perpetuar no banquete
farto palaciano.
Quem
não parece entender isso tudo são as oposições. Em 10 anos de atuação fez muito
pouco, concentrando-se basicamente no denuncismo ético. Ora, a base eleitoral
que dá vida ao PT não se preocupa com os desvios morais e a corrupção sistêmica
que o partido pratica. Com baixa escolaridade e na parte inferior da pirâmide
social, são todos reféns da chantagem social que os programas assistencialistas
do governo promovem em tempos de pleito.
As
oposições também parecem não entender o quanto inescrupuloso é o jogo petista. Desfilando
em meio à popularidade de seus presidenciáveis, o PT destila arrogância, mas
não deixa de mostrar claríssimos traços de insegurança e medo. Marina Silva e
Eduardo Campos, possíveis candidatos ao poder central, levam ao campo nacional
a possibilidade de uma disputa em que plebiscitos do tipo Lula x FHC já não
farão o devido sucesso. O que será da militância petista, robotizada a agir
como se a culpa da Guerra da Coréia fosse do PSDB e FHC? O que dirão de Marina
Silva, a mais progressista entre os ministros dos 10 anos de império petista? E
quanto a Eduardo Campos? Socialista e democrata, líder do partido que mais
cresce nos estados brasileiros? Virariam todos inimigos neoliberais de uma hora
para outra?
Seria
necessário mais que simples cartilhas do marketing petista para ensinar aos
remunerados cabos eleitorais a difamar quem a história lhe dá reputação
impecável.
Mas como inteligência e bom senso não têm sido as virtudes mais invocáveis do neopetismo, estão todos se armando para sangrar seus inimigos. Usar a imprensa, a militância, as redes sociais, o dinheiro público, todo o arsenal que compõe o cenário de uma guerra sem limites são passos que a legenda de Lula propõe-se a fazer nos próximos anos.
E
a oposição? Aceitará quieta ao triunfo do mau-caratismo em seu silêncio passivo?
Ou se voltará em apresentar mensaleiros e valériodutos como seus cabos
eleitorais, sem se importar com os programas?
A tarefa das oposições é começar desde agora a
criticar duramente o governo. Denunciar a corrupção planejada de sua cúpula,
suas alianças com o que há de mais retrógrado na sociedade brasileira, apontar
a desastrosa política econômica como sendo indutora de riscos inflacionários,
enfim, desnudar a tragédia de gestão do partido mais corrupto da história da República.
Nada disso, todavia, substitui a apresentação de um projeto alternativo, que
seja capaz de lançar luz sobre um novo rumo para nação brasileira. Qualquer
equivoco na condução do discurso oposicionista pode fazer de 2014 apenas mais
um ano de consagração da “pequena política” brasileira, infelizmente uma
realidade perversa nas mãos do petismo mau-caráter há pelo menos 10 anos.
A postura do PT no governo federal não é muito diferente da do governo Neto aqui em Volta Redonda, alianças feitas basicamente com o mesmos partidos que o PT se alinhou em esfera nacional.
ResponderExcluirPráticas anti-democráticas idênticas as que são feitas aqui no municipio com ofertas de cargos aos seus aliados, a postura da lider do governo América Teresa na camara mostram bem esse lado autoritário do governo Neto, o desrespeito com o funcionalismo público, o desrespeito a decisões judiciais, etc...
Engraçado que durante o pega pra capar no segundo turno foi cogitada a presença do Lula em VR para prestar seu apoio público ao Neto, inclusive o PT parte integrante do governo Neto.
E o NETO é uma figura quase santa aqui nesse seu blog, incoerência tem limite Adelson.