segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Dilma X Lula é possível



Por Adelson Vidal Alves

A política é mesmo dinâmica. Os feiticeiros que se arriscam em previsões de longo prazo quase sempre desacreditam seus caldeirões. Vejam só ! A popularidade transbordante de Dilma, que a fez superar até mesmo seu criador, pode, no fim das contas, acabar num quadro de recordações em sua parede. Isso se seu partido recorrer ao criador e ignorar os esforços da criatura na disputa presidencial de 2014. Motivos para isso o partido tem.

Dilma nunca foi petista nem lulista, é brizolista. Tem pouca força dentro do PT, é olhada com desconfiança pela base aliada, principalmente por seu perfil rígido, centralizador e mal humorado. Gestora competente, é pouco habilidosa no trato com as contradições. Lula, por sua vez, é carismático, maquiavélico, inescrupuloso e personalista. Tem o partido nas mãos, as centrais sindicais a seus pés, e é bem mais generoso com os aliados. Dentro de uma possível debandada de apoiadores e de construção de candidaturas próprias, Lula seria sem dúvida a arma mais poderosa para se enfrentar a tão temida perda de hegemonia de seu partido.

O fato é que, retirando o eternamente fiel PC do B, e o aliado natural PMDB, o governo terá mesmo que trabalhar forte para que sua base política não se desintegre. PSB e PDT já planejam vôos próprios, e outras legendas de menor porte já começam a se assanhar por maiores pedaços no bolo do poder. Tudo por conta de uma possível disputa interna dentro do PT, já que Dilma parece não se render ao “pragmatismo” da cúpula dirigente do partido, que vem dando sinais claros de querer de volta o coronel maior do latifúndio petista.  

Tudo é possível. Até mesmo um enfrentamento entre a afilhada e seu padrinho eleitoral. Não seria nenhum absurdo Dilma deixar o PT e buscar alguma legenda para disputar a presidência, caso Lula venha mesmo cobrar a cadeira presidencial, que julga ter concedido por empréstimo.

Ainda que longe do pleito presidencial, tudo indica (sem querer ser feiticeiro) que o bloco do poder sofrerá dissidências, e que a oposição apresentará novos quadros interessantes, que vão desde o prestigiado Eduardo Campos, até a carismática Marina Silva, passando pelo enfraquecido, mas ainda credenciado PSDB de Aécio Neves.

Talvez vejamos, enfim, a interrupção do caráter plebiscitário das eleições presidenciais. Neste caso, seja qual for o resultado, a democracia sairá fortalecida.

Um comentário:

  1. Adelson você está usando drogas pesadas, na boa. Isso só pode ser falta de pauta. Aliás pauta tem, é que você não tem coragem de se manifestar criticamente sobre os acontecimentos da política local, um pseudo "articulista blogueiro" como você pretende ser não pode ter o RABO PRESÍSSIMO como você tem e so OMITIR perante os acontecimentos da sua Cidade. Agora, vamos ao seu post: Nâo há nenhum sinal claro que o Lula vai cobrar a cadeira, até por que do jeito que anda as coisas, se não surgir uma crise de 2008 em 2013/14 a Dilma ganha de qualquer um desses canditados no primeiro turno com sobras, muito mais por incompetência da oposição do que por mérito do governo Dilma, históricamente o candidato a reelição se a economia vai bem tende a reeleger sem grandes preocupação. Agora me impressiona um cara que se diz Marxista cair no conto do vigário da "rede de sustentabilidade" da Marina Silva, com uma proposta claramente raza politicamente "não somos um partido nem de esquerda, nem de direita, nem de centro, estamos na frente disso" achando que daquele angu lá possa sair algum caroço diferente do atual.

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