Caros Parlamentares,
A sociedade voltarredondense assiste, atônita, a notícia de que os senhores aumentaram seus próprios subsídios em mais de 52%, passando assim, do já pomposo R$ 7.400,00, para R$ 11.500,00. Os argumentos para tamanho absurdo ganham contornos provocativos na medida em que os argumentos aparecem, na maioria das vezes se utilizando de distorções. Dizem que está sendo cumprida a Constituição. Ora, a Carta Magna estabelece em seu artigo 29, limites para estabelecimento dos rendimentos parlamentares. Isto, para que não haja verdadeiras “extorsões” aos cofres públicos, o que comprometeria certamente os compromissos do Estado frente aos serviços públicos que deve prestar.
O povo, aquele que lhes outorga o direito representativo, espera no mínimo bom senso da parte dos senhores. Durante todos os anos, o reajuste do salário mínimo atravessa discussões volumosas no Congresso Nacional, seguindo orientações “politiqueiras”, sem de longe chegar às proporções que ora os senhores propõem a si mesmos. Os pobres que sobrevivem sob uma remuneração que não lhes garante vida digna, se atormentam anualmente sob a perspectiva de amenização do seu sofrimento vital, sem poder, contudo, interferir nos seus rumos, enquanto parlamentares dão rumos a seu próprio rendimento, sem sequer ouvir a população.
De minha parte, tenho sido compreensivo quanto à remuneração parlamentar que dê conta de suas responsabilidades como representantes do povo. Aqueles que advogam baixos salários para o parlamento só beneficiam os ricos, que com altos rendimentos desempenham o exercício do poder sem lhes acarretar limites. Os representantes oriundos das classes subalternas, quando raramente chegam ao poder, devem ter garantidos recursos para seu mandato e atuação individual. De modo que, minha indignação é com o exagero assumido por grande parte dos nossos políticos ao ter um poder imperial de se auto remunerar, como foi o caso triste da casa legislativa de Volta Redonda, neste ano de 2012.
O que mais me assusta é o consenso que esta afronta alcançou dentro da Câmara. Vereadores, ligados a partidos ditos de esquerda tais como PDT, PT e PC do B, ajudaram a construir esta engenharia nefasta, contando com o silêncio de suas respectivas direções partidárias.
Certo parlamentar, que se vangloria de ocupar espaços do discurso popular, vem a público e compara o reajuste parlamentar ao do servidor público comum. Esqueceu-se dos privilégios que detém como tal, das férias alongadas de seu ofício, das mordomias de status e dos auxílios financeiros que dotam, da qual a grande maioria dos servidores nem sonham em ter.
Dou parabéns à ação do MEP, sempre atento aos desvios éticos da vida pública, e desejo sucesso as suas iniciativas, ressaltando a importância da mobilização popular, sem pelo qual não podemos esperar o retorno ao bom senso por parte de nossos representantes legislativos.
Afinal, este é o apelo geral: Que os senhores voltem atrás e respeitem a vontade popular.
Mais uma vez tenho que concordar com vc...
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