Por Adelson Vidal Alves
Devo iniciar esclarecendo que
participei do último governo Neto, e emprestei meu apoio e voto em todas vezes
que seu grupo governou. Não me arrependo. Foi um tempo onde Volta Redonda teve
seu maior desenvolvimento urbano e social, que teve inicio na gestão de Paulo Cezar
Baltazar. Ainda que sempre avesso a diálogos, Neto promoveu geração de
empregos, modernização de setores da saúde, e urbanizou em 100% a periferia.
Seu ciclo, no entanto, se esgotou.
A democracia não tolera
perpetuação no poder, mesmo que se renove na governança, Neto sabia disso e
prometeu renovar, mas não renovou, repetiu fórmulas anacrônicas e se perdeu.
Hoje o governo mal consegue tapar os buracos de suas ruas, aprofunda a
desvalorização de médicos e professores, podendo sofrer uma greve. Paralisa
obras importantes por descaso, não paga funcionários, tira dinheiro de eventos
culturais e dá calote em artistas e professores. Todos os sinais da fase
terminal do “jeito Neto de governar”, cercado por gente de pouca criatividade,
seu fim é iminente.
A importância de derrotar Neto
se estende a necessidade de se derrotar o PMDB, isso por que vivemos uma
conjuntura nova e perigosa. Neto pretende lançar Sebastião Faria, um tecnicista
político pouco conhecido na cidade, que já chega desgastado pela crise da
saúde. Sem decolar nas pesquisas internas, pode ser que seja substituído por um
político profissional, como o deputado Deley, em declínio eleitoral já há algum
tempo. Tudo isso anima uma candidatura mais viável dentro do PMDB, a de América
Tereza, apadrinhada pelo poderoso Edson Albertassi. Aqui se insere um projeto
político que engloba o partido a nível estadual e nacional. O PMDB pretende se
fortalecer no estado com fim a dar palanque para uma candidatura presidencial
em 2018, provavelmente com Eduardo Paes, e sustentar Pezão, que sofre números
alarmantes de impopularidade.
Em Volta Redonda faz-se urgente
a construção de um bloco político de centro, capaz de apresentar um programa
novo de cidade, que contemple as necessidades das pessoas e do município. Um bloco
de poder coerente, que não mire o poder pelo poder, mas seja capaz de aplicar
reformas profundas na estrutura administrativa, que sofre com fisiologismo,
nepotismo e patrimonialismo.
Viabilizar um nome que lidere
todos esses anseios é o desafio de uma oposição que tem errado muito em seu
papel opositor, mas pode hoje unir forças contra os males maiores desta
eleição: Neto e o PMDB.