quarta-feira, 2 de março de 2016

Por que derrotar Neto e o PMDB?

Por Adelson Vidal Alves


Devo iniciar esclarecendo que participei do último governo Neto, e emprestei meu apoio e voto em todas vezes que seu grupo governou. Não me arrependo. Foi um tempo onde Volta Redonda teve seu maior desenvolvimento urbano e social, que teve inicio na gestão de Paulo Cezar Baltazar. Ainda que sempre avesso a diálogos, Neto promoveu geração de empregos, modernização de setores da saúde, e urbanizou em 100% a periferia. Seu ciclo, no entanto, se esgotou.

A democracia não tolera perpetuação no poder, mesmo que se renove na governança, Neto sabia disso e prometeu renovar, mas não renovou, repetiu fórmulas anacrônicas e se perdeu. Hoje o governo mal consegue tapar os buracos de suas ruas, aprofunda a desvalorização de médicos e professores, podendo sofrer uma greve. Paralisa obras importantes por descaso, não paga funcionários, tira dinheiro de eventos culturais e dá calote em artistas e professores. Todos os sinais da fase terminal do “jeito Neto de governar”, cercado por gente de pouca criatividade, seu fim é iminente.

A importância de derrotar Neto se estende a necessidade de se derrotar o PMDB, isso por que vivemos uma conjuntura nova e perigosa. Neto pretende lançar Sebastião Faria, um tecnicista político pouco conhecido na cidade, que já chega desgastado pela crise da saúde. Sem decolar nas pesquisas internas, pode ser que seja substituído por um político profissional, como o deputado Deley, em declínio eleitoral já há algum tempo. Tudo isso anima uma candidatura mais viável dentro do PMDB, a de América Tereza, apadrinhada pelo poderoso Edson Albertassi. Aqui se insere um projeto político que engloba o partido a nível estadual e nacional. O PMDB pretende se fortalecer no estado com fim a dar palanque para uma candidatura presidencial em 2018, provavelmente com Eduardo Paes, e sustentar Pezão, que sofre números alarmantes de impopularidade.

Em Volta Redonda faz-se urgente a construção de um bloco político de centro, capaz de apresentar um programa novo de cidade, que contemple as necessidades das pessoas e do município. Um bloco de poder coerente, que não mire o poder pelo poder, mas seja capaz de aplicar reformas profundas na estrutura administrativa, que sofre com fisiologismo, nepotismo e patrimonialismo.


Viabilizar um nome que lidere todos esses anseios é o desafio de uma oposição que tem errado muito em seu papel opositor, mas pode hoje unir forças contra os males maiores desta eleição: Neto e o PMDB. 

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