Por Adelson Vidal Alves
Escolas deveriam ser
lugares de alegria. Como nos Jardins, praças e parques de diversão. Geralmente
são como prisões. Não só porque retiram a liberdade de nossas crianças sobre
como ocuparem seus tempos, mas, principalmente, por submetê-las a uma lógica
escolar parecida com o sistema prisional.
Os conteúdos a serem
ensinados são divididos em tempos rigorosamente cronometrados, separados por
campos de conhecimentos absolutamente divorciados. Os alunos são desconectados
do todo, da realidade universal. Entendem a História, a Física ou a Geografia
como mundos diferentes, disciplinas que nada tem a se complementarem. Bem fez a
Finlândia, que aboliu a divisão tradicional de conteúdos, e também a Escola da
Ponte em Portugal, que há anos ensina a partir da vontade e da curiosidade do
aluno. Basta ver o resultado deles e veremos o quanto fracassamos como escola.
Nosso fracasso não se dá
nos IDEBs e ENEMs, mecanismos matemáticos e frios para avaliar algum tipo de
sucesso educacional. Fracassamos porque não formamos cidadãos críticos, porque
não inserimos com competência nossos pequeninos no universo deslumbrante da
aprendizagem. Estamos preocupados com os vestibulares, com o sucesso profissional,
com as burocracias e suas planilhas.
Seguiremos fracassando
enquanto as faixas em frente às escolas seguirem parabenizando o aluno que
ganhou bolsa em uma escola de renome, ou quando ingressam numa grande
universidade, deixando nas entrelinhas que os que não triunfaram no mercado,
fracassaram na vida. As faixas deveriam vir deles, elogiando as escolas que
realmente os fizeram felizes na sua infância. Mas, sinceramente? Quantas de
nossas escolas mereceriam uma faixa dessas?
Entretanto, não perco as
esperanças. Isto porque leciono ao lado de pessoas que sonham o mesmo sonho que
o meu. São educadores, diretores, professores, disciplinários e pedagogos que
também anseiam por mudanças no ambiente escolar. Sabem que nada mudará de uma
noite para o dia, e que não podem e nem devem revolucionar o sistema escolar
num passe de mágica. Mas no dia-dia, vão plantando sementes preciosas para que
no futuro as crianças de nossas escolas troquem o bocejo pelo sorriso na hora
de entrar nas aulas. É com eles e por nossas crianças que não me dou o direito
de parar de sonhar.
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