Por Adelson Vidal Alves
Quando o PT resolveu, nas eleições de 2014, abrir um
discurso de divisão do país, seja entre pobres e ricos, patrões e trabalhadores
ou paulistas e nordestinos, acabou por plantar a semente de um tempo que ficará
marcado por polarizações radicalizadas, intolerância, ódio e rebaixamento do
debate político. Nada disso fará bem o Brasil.
Os dois atos marcados para os próximos dias (dia 13 pró-governo
e dia 15 anti- governo) revelam exatamente esta realidade de fragmentação da
nação, fomentada por um partido e sustentada pela incapacidade de um governo de
chamar o país para um pacto nacional. Antes, recorre ao mesmo erro, elegendo
inimigos da nação, alardeando golpes e inventando narrativas fantasiosas.
Dilma a cada dia se isola mais. A operação lava Jato revela
um mega esquema de corrupção em nossa principal estatal, onde Dilma foi
presidente do Conselho Administrativo. Na economia vivemos estagnação e aumento
da inflação, com ajustes sendo feitos na carne dos trabalhadores. O Congresso já não consegue diálogo com o Executivo,
e até mesmo o PT, partido da presidente, começa a se distanciar dela. O clima é
de ingovernabilidade, fator que oferece risco a estabilidade política e democrática do país.
Diante deste contexto, os atores sociais apresentam suas
soluções. Há quem diga que o momento é de sangrar Dilma pelos quatro anos, e
derrotá-las nas urnas em 2018. Porém, o sangramento não será só na presidente,
atingirá, principalmente, o país, especialmente os mais pobres. Deveríamos esperar
todo este tempo assistindo passivamente Dilma afundar e com ela o Brasil?
A possibilidade de um impeachment, levantada não por
golpistas, como grita a militância petista, mas por juristas e uma parte
significativa da militância democrática, seria uma saída interessante para que
a nação pudesse rearticular um novo núcleo de poder, capaz de dar os passos
necessários para superarmos a crise. Dilma e o PT não tem condições políticas e
morais para unir novamente a nação, e seguir o caminho certo para a
estabilização econômica e política do Brasil.
Se a situação jurídica de Dilma ainda nos obriga uma
relativa cautela sobre a abertura de impeachment, não significa que não devamos
falar sobre o tema. Devemos sim, falar do impeachment, conversar abertamente sobre
uma alternativa que é constitucional, e em muitos casos, como o já vivido por
aqui, ajuda a se arrumar a casa, impedindo uma falência nacional absoluta, risco
real caso Dilma siga à frente de nossa República.
Não há golpe em curso, não há possibilidade de intervenção
militar, quem diz isso, ou faz por desonestidade ou por ingenuidade de um
incauto. O momento é discutir a
interrupção do mandato de Dilma pela via das leis, pela via constitucional, sob
as bênçãos do Estado de direito. O momento é de discutir uma solução para o
terrível momento em que vivemos.
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