Prezados amigos, por questões pessoais e reflexão íntima, este blog está em pausa por tempo indeterminado. Obrigado aos amigos por suportarem meus textos, principalmente aqueles que me proporcionaram agradáveis debates.
Att,
Adelson Vidal Alves
Administrador do blog "Democracia e socialismo"
"O Filósofo, um artista, um homem de gosto, participa de uma concepção de mundo, possui uma linha consciente de conduta moral, contribui assim para manter ou para modificar uma concepção do mundo, isto é, para promover novas maneiras de pensar" Antonio Gramsci
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
A Educação na era PT
Por Adelson Vidal Alves
A
ascensão do PT ao governo central do país em 2002 carregou consigo as
contradições de uma política de alianças policlassista. Os principais postos do
Estado brasileiro, principalmente na área econômica, vieram assim a ser ocupados
por representantes diretos das classes dominantes. O resultado reflete uma
governabilidade de caráter conservadora, às vezes com claros sinais de
regressão, como é o caso das políticas educacionais.
O
Governo Lula, logo no seu primeiro mandato, preparou uma Reforma Universitária
neoliberal, abrindo espaço para a privatização gradual das Universidades
Públicas. Criou o PROUNI e o REUNI, o primeiro um programa que compra vagas em
Faculdades pagas através de isenção fiscal aos empresários da Educação, e o
segundo, uma abertura massificada de vagas nas Universidades federais sem os
investimentos adequados, o que cria inevitavelmente um inchaço no ensino
superior federal. Nada de trabalhar uma reforma radical no ensino básico, de
valorizar os servidores da educação, de investir em pesquisas, ou mesmo ensaiar
uma universalização do acesso à educação superior.
Os
números consagram a tragédia educacional petista. Segundo o IBGE, a
qualidade de aprendizagem piorou na era PT. O “Nível Pleno de Alfabetismo”
caiu de 49% em 2001 (governo FHC) para 35% em 2011, e o “analfabetismo
funcional” chega a 74% da população brasileira neste ano.
O
governo Dilma repete os resultados trágicos de seu antecessor e padrinho
político. Há mais de dois meses, 40 Institutos Federais de Educação, assim como
59 Universidades Federais, se encontram paralisados sem a devida atenção do
governo.
Os
grevistas reivindicam reajuste no piso salarial em 22,8%, devolução do
vencimento básico complementar absorvido na mudança na Lei da Carreira de 2005,
além de reposicionamento dos servidores aposentados. O governo oferece reajuste
salarial de 15%, concedidos de forma parcelada até 2015. "É
uma proposta que sequer repõe as perdas da categoria", avalia Gutenberg
Almeida, coordenador-geral do Sinasefe, que calcula em 13,8% as perdas
salariais.
O
Governo justifica a irrisória proposta usando de argumentos que dão conta da
crise internacional, assim como o impacto orçamentário que os aumentos
causariam. Estranho paradoxo que Dilma economizou mais de 128 bilhões só no ano
de 2011 para pagamento dos juros da dívida pública, e este ano está previsto economia
de mais de 50% do PIB para remuneração de banqueiros. Sem falar que a
administração petista segue renunciando receita fiscal de empresários do setor
industrializado, através de isenção do IPI.
Já
não fosse trágica a resposta do governo a um setor importante para o
desenvolvimento social do país, é ainda grave a forma como o governo ignora a
paralisação. Trata-se de uma postura antissindical, vinda estranhamente de um
partido oriundo das lutas trabalhistas do ABC paulista na década de 70, e que
chegou ao poder principal do Brasil através de um operário.
É
impensável um país mais justo e soberano, sem a devida atenção a educação em
todas suas esferas. A contribuição negativa que dá o PT no governo é um exemplo
deplorável que não deveria partir de quem reivindica o campo da esquerda no
espectro político.
terça-feira, 7 de agosto de 2012
O desaparecimento da Política na "política"
Por Adelson Vidal Alves
Um estranho paradoxo ronda a sociedade brasileira contemporânea: o desaparecimento da Política na “política”. Eu explico.
Um estranho paradoxo ronda a sociedade brasileira contemporânea: o desaparecimento da Política na “política”. Eu explico.
Segundo
Aristóteles, a política é a invenção humana que tem como fim corrigir as distorções
produzidas na vida em sociedade, com vista ao bem comum. Como tal, a política
deveria se municiar de constantes debates e ações que visem resolver os
problemas cotidianos de nossa existência coletiva.
No
Brasil atual, a política institucional, ou seja, a política produzida em meio às
instituições estatais representativas, vem cada vez mais se esvaziando da
essência da política aristotélica. As eleições periódicas têm se transformado
numa disputa de poder pelo poder, moldada basicamente em interesses corporativos.
A busca por uma sociedade fundada no bem comum e na “vontade geral”, para usar um conceito rousseauniano, tem sido substituída por um grande mercado de ambição e avareza, cheio de individualismos egoístas.
A busca por uma sociedade fundada no bem comum e na “vontade geral”, para usar um conceito rousseauniano, tem sido substituída por um grande mercado de ambição e avareza, cheio de individualismos egoístas.
O aparecimento
do marketing eleitoral é a prova cabal de que a “Política” (sempre no sentido
aristotélico) vem se encolhendo no cenário das disputas por cargos eletivos,
hoje resumida a construção de produtos comerciais em forma de candidaturas.
Os projetos, propostas e programas,
estão sempre subordinados ao gosto do mercado. Recorrer ao marketing como
centro do debate político é uma confissão de incapacidade republicana de governo.
A
generalização deste marketing como ferramenta norteadora das campanhas eleitorais
significaria o desaparecimento da política, pelo menos na esfera representativa
do Estado. Isto porque os problemas sociais, assim como suas soluções seriam
analisados sempre a partir de uma ótica marketeira, a saber, uma ótica
sustentada sob imagem pré-construida.
A recuperação da política é uma
tarefa urgente, sem pelo qual corremos o risco de esvaziar o poder de conteúdo
coletivo, delegando-o a pessoas e partidos sem compromissos diretos com a
preservação de um contrato social em prol do bem comum.
Estou convencido que esta tarefa
mais do que nunca vem de baixo. Ainda que o Estado esteja sujeito à
despolitização, a sociedade civil vem cada vez mais demonstrando formas criativas e
inovadoras de atuação direta nas decisões locais e nacionais.
Associações de moradores, igrejas, entidades
estudantis, sindicais e movimentos populares em geral, pelo menos aqueles que
não foram cooptados, guardam a essência da política, e podem assim interferir
na elevação do debate na esfera estatal de poder.
Não que pessoas e partidos políticos
inseridos na disputa eleitoral, em sua totalidade, tenham abandonado os
paradigmas da boa política. Mas é fato que estes estão em minoria, e assim,
sujeitos a derrotas e cooptação.
A luta pela permanência da política
no horizonte da vida social é nossa missão, e exige articulação dos vários atores sociais. Trata-se de uma batalha
para que a sociedade cumpra seu papel de garantir a organização social
humana como organização racional, preocupada especificamente com o bem de todos.
sábado, 4 de agosto de 2012
O Voto em Nelsinho Gonçalves
Por Adelson Vidal Alves
O
voto em Nelsinho
Gonçalves é acima de tudo um voto republicano. Nem pela
esquerda, nem pela direita.
Seu
mandato de vice-prefeito o credenciou como um homem de Estado, respeitoso com o
bem público e extremamente sensível ao diálogo com todos os setores de nossa
sociedade. O dever da figura pública que ocupa espaços de poder não é o de
simplesmente executar suas funções constitucionais, assumindo suas
responsabilidades como representante do povo, o que já seria louvável. É, além disso, o de fomentar formas de participação popular direta no
exercício da governança.
Sou
testemunha direta de que o vice-prefeito Nelsinho Gonçalves trabalhou de forma
árdua não só para ouvir a sociedade organizada, mas, principalmente, na
construção de lugares permanentes de debate.
Com
a criação da Política Municipal de Juventude, através de lei, Volta Redonda
hoje tem a garantia anual de um fórum específico de discussão da Juventude.
Desde que Nelsinho assumiu a vice-prefeitura, acumulando o cargo de coordenador
da juventude, realizou-se 4 Fóruns com temáticas juvenis: “Geração de Renda”,
“Juventude e Cultura”, “Juventude e Meio ambiente” e “Políticas Públicas de
Juventude”. Foi protagonista na organização de duas Conferências Municipais de Juventude,
no qual uma delas teve como fruto o
Conselho Municipal de Juventude, espaço por excelência de atuação do movimento
jovem organizado. Isto só para ficar no tema da juventude, seu principal
compromisso de campanha.
Agora,
Nelsinho se propõe um novo desafio. Apresenta-se como candidato a vereador. Uma
transição do Poder Executivo para o Legislativo. Sua tarefa como legislador,
caso obtenha êxito, será nova, mas os atributos para tal ele já demonstrou nos
oito anos que se manteve como vice-prefeito: Ética, moral, dedicação,
competência e trabalho.
Lembro-me
bem das tantas vezes que fui convidado a mediar conversas com vários movimentos
organizados. Desde o MST e a UEE (União Estadual dos Estudantes), até
organizações empresariais e religiosas. Todas receberam o mesmo respeito e
atenção. Esta é uma postura republicana: a consciência de saber que se todos
financiam o Estado com seus tributos, é responsabilidade deste trabalhar por
suas demandas, e, sobretudo, dialogar permanentemente com seu conjunto.
De
minha parte, tenho defendido abertamente que a construção de uma nova ordem
social passa, obrigatoriamente, pelo aprofundamento da democracia. E se hoje me
sinto a vontade de declarar voto em Nelsinho Gonçalves,
é porque tenho a segurança que seu perfil, assim como de suas propostas estão
alinhadas com a utopia de uma nova realidade, onde a democracia seja exercida
de forma plena através de uma busca constante da cidadania universal.
Revisão textual: Regina Vilarinhos
Revisão textual: Regina Vilarinhos
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