quinta-feira, 9 de agosto de 2012

PAUSA NO BLOG

          Prezados amigos, por questões pessoais e reflexão íntima, este blog está em pausa por tempo indeterminado. Obrigado aos amigos por suportarem meus textos, principalmente aqueles que me proporcionaram agradáveis debates.

Att,

Adelson Vidal Alves
Administrador do blog "Democracia e socialismo"

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A Educação na era PT

Por Adelson Vidal Alves



            A ascensão do PT ao governo central do país em 2002 carregou consigo as contradições de uma política de alianças policlassista. Os principais postos do Estado brasileiro, principalmente na área econômica, vieram assim a ser ocupados por representantes diretos das classes dominantes. O resultado reflete uma governabilidade de caráter conservadora, às vezes com claros sinais de regressão, como é o caso das políticas educacionais.
            O Governo Lula, logo no seu primeiro mandato, preparou uma Reforma Universitária neoliberal, abrindo espaço para a privatização gradual das Universidades Públicas. Criou o PROUNI e o REUNI, o primeiro um programa que compra vagas em Faculdades pagas através de isenção fiscal aos empresários da Educação, e o segundo, uma abertura massificada de vagas nas Universidades federais sem os investimentos adequados, o que cria inevitavelmente um inchaço no ensino superior federal. Nada de trabalhar uma reforma radical no ensino básico, de valorizar os servidores da educação, de investir em pesquisas, ou mesmo ensaiar uma universalização do acesso à educação superior.
         Os números consagram a tragédia educacional petista. Segundo o IBGE, a qualidade de aprendizagem piorou na era PT. O “Nível Pleno de Alfabetismo” caiu de 49% em 2001 (governo FHC) para 35% em 2011, e o “analfabetismo funcional” chega a 74% da população brasileira neste ano.
                O governo Dilma repete os resultados trágicos de seu antecessor e padrinho político. Há mais de dois meses, 40 Institutos Federais de Educação, assim como 59 Universidades Federais, se encontram paralisados sem a devida atenção do governo.
            Os grevistas reivindicam reajuste no piso salarial em 22,8%, devolução do vencimento básico complementar absorvido na mudança na Lei da Carreira de 2005, além de reposicionamento dos servidores aposentados. O governo oferece reajuste salarial de 15%, concedidos de forma parcelada até 2015. "É uma proposta que sequer repõe as perdas da categoria", avalia Gutenberg Almeida, coordenador-geral do Sinasefe, que calcula em 13,8% as perdas salariais.
            O Governo justifica a irrisória proposta usando de argumentos que dão conta da crise internacional, assim como o impacto orçamentário que os aumentos causariam. Estranho paradoxo que Dilma economizou mais de 128 bilhões só no ano de 2011 para pagamento dos juros da dívida pública, e este ano está previsto economia de mais de 50% do PIB para remuneração de banqueiros. Sem falar que a administração petista segue renunciando receita fiscal de empresários do setor industrializado, através de isenção do IPI.
            Já não fosse trágica a resposta do governo a um setor importante para o desenvolvimento social do país, é ainda grave a forma como o governo ignora a paralisação. Trata-se de uma postura antissindical, vinda estranhamente de um partido oriundo das lutas trabalhistas do ABC paulista na década de 70, e que chegou ao poder principal do Brasil através de um operário.
            É impensável um país mais justo e soberano, sem a devida atenção a educação em todas suas esferas. A contribuição negativa que dá o PT no governo é um exemplo deplorável que não deveria partir de quem reivindica o campo da esquerda no espectro político.
                                                                                                                              

terça-feira, 7 de agosto de 2012

O desaparecimento da Política na "política"

Por Adelson Vidal Alves

         
             Um estranho paradoxo ronda a sociedade brasileira contemporânea: o desaparecimento da Política na “política”. Eu explico.
            Segundo Aristóteles, a política é a invenção humana que tem como fim corrigir as distorções produzidas na vida em sociedade, com vista ao bem comum. Como tal, a política deveria se municiar de constantes debates e ações que visem resolver os problemas cotidianos de nossa existência coletiva.
            No Brasil atual, a política institucional, ou seja, a política produzida em meio às instituições estatais representativas, vem cada vez mais se esvaziando da essência da política aristotélica. As eleições periódicas têm se transformado numa disputa de poder pelo poder, moldada basicamente em interesses corporativos.
            A busca por uma sociedade fundada no bem comum e na “vontade geral”, para usar um conceito rousseauniano, tem sido substituída por um grande mercado de ambição e avareza, cheio de individualismos egoístas.
O aparecimento do marketing eleitoral é a prova cabal de que a “Política” (sempre no sentido aristotélico) vem se encolhendo no cenário das disputas por cargos eletivos, hoje resumida a construção de produtos comerciais em forma de candidaturas.        
            Os projetos, propostas e programas, estão sempre subordinados ao gosto do mercado. Recorrer ao marketing como centro do debate político é uma confissão de incapacidade republicana de governo.
A generalização deste marketing como ferramenta norteadora das campanhas eleitorais significaria o desaparecimento da política, pelo menos na esfera representativa do Estado. Isto porque os problemas sociais, assim como suas soluções seriam analisados sempre a partir de uma ótica marketeira, a saber, uma ótica sustentada sob imagem pré-construida.
            A recuperação da política é uma tarefa urgente, sem pelo qual corremos o risco de esvaziar o poder de conteúdo coletivo, delegando-o a pessoas e partidos sem compromissos diretos com a preservação de um contrato social em prol do bem comum.
            Estou convencido que esta tarefa mais do que nunca vem de baixo. Ainda que o Estado esteja sujeito à despolitização, a sociedade civil vem cada vez mais demonstrando formas criativas e inovadoras de atuação direta nas decisões locais e nacionais.
            Associações de moradores, igrejas, entidades estudantis, sindicais e movimentos populares em geral, pelo menos aqueles que não foram cooptados, guardam a essência da política, e podem assim interferir na elevação do debate na esfera estatal de poder.
            Não que pessoas e partidos políticos inseridos na disputa eleitoral, em sua totalidade, tenham abandonado os paradigmas da boa política. Mas é fato que estes estão em minoria, e assim, sujeitos a derrotas e cooptação.
            A luta pela permanência da política no horizonte da vida social é nossa missão,  e exige articulação dos vários atores sociais. Trata-se  de uma batalha para que a sociedade cumpra seu papel de garantir a organização social humana como organização racional, preocupada especificamente com o bem de todos.
           

sábado, 4 de agosto de 2012

O Voto em Nelsinho Gonçalves


Por Adelson Vidal Alves



            O voto em Nelsinho Gonçalves é acima de tudo um voto republicano. Nem pela esquerda, nem pela direita.
            Seu mandato de vice-prefeito o credenciou como um homem de Estado, respeitoso com o bem público e extremamente sensível ao diálogo com todos os setores de nossa sociedade. O dever da figura pública que ocupa espaços de poder não é o de simplesmente executar suas funções constitucionais, assumindo suas responsabilidades como representante do povo, o que já seria louvável. É, além disso, o de fomentar formas de participação popular direta no exercício da governança.
            Sou testemunha direta de que o vice-prefeito Nelsinho Gonçalves trabalhou de forma árdua não só para ouvir a sociedade organizada, mas, principalmente, na construção de lugares permanentes de debate.
            Com a criação da Política Municipal de Juventude, através de lei, Volta Redonda hoje tem a garantia anual de um fórum específico de discussão da Juventude. Desde que Nelsinho assumiu a vice-prefeitura, acumulando o cargo de coordenador da juventude, realizou-se 4 Fóruns com temáticas juvenis: “Geração de Renda”, “Juventude e Cultura”, “Juventude e Meio ambiente” e “Políticas Públicas de Juventude”. Foi protagonista na organização de duas Conferências Municipais de Juventude, no qual uma delas  teve como fruto o Conselho Municipal de Juventude, espaço por excelência de atuação do movimento jovem organizado. Isto só para ficar no tema da juventude, seu principal compromisso de campanha.
            Agora, Nelsinho se propõe um novo desafio. Apresenta-se como candidato a vereador. Uma transição do Poder Executivo para o Legislativo. Sua tarefa como legislador, caso obtenha êxito, será nova, mas os atributos para tal ele já demonstrou nos oito anos que se manteve como vice-prefeito: Ética, moral, dedicação, competência e trabalho.
            Lembro-me bem das tantas vezes que fui convidado a mediar conversas com vários movimentos organizados. Desde o MST e a UEE (União Estadual dos Estudantes), até organizações empresariais e religiosas. Todas receberam o mesmo respeito e atenção. Esta é uma postura republicana: a consciência de saber que se todos financiam o Estado com seus tributos, é responsabilidade deste trabalhar por suas demandas, e, sobretudo, dialogar permanentemente com seu conjunto.
            De minha parte, tenho defendido abertamente que a construção de uma nova ordem social passa, obrigatoriamente, pelo aprofundamento da democracia. E se hoje me sinto a vontade de declarar voto em Nelsinho Gonçalves, é porque tenho a segurança que seu perfil, assim como de suas propostas estão alinhadas com a utopia de uma nova realidade, onde a democracia seja exercida de forma plena através de uma busca constante da cidadania universal.


Revisão textual: Regina Vilarinhos