As políticas públicas de Juventude, entendidas como ações integradas de governo com ações específicas direcionadas aos jovens, são muito novas no Brasil. Pouco mais de 10 anos. Para se concretizar, o governo brasileiro fez um recorte temporal que considerou jovem todos aqueles que se enquadram na faixa etária de 15 a 29 anos. Uma metodologia simplificada, levando em conta que a diversidade comportamental e de demandas nos jovens que ocupam esta faixa de idade, são enormes, e a compreensão do ser “jovem” comporta uma série de particularidades que variam de acordo com a história, lugar, religião, cultura, classe social, orientação sexual etc.
A complexidade do ser social juvenil nos leva a empregar o termo “juventudes” como maneira de reconhecer a pluralidade de visão de mundo, comportamento e relações sociais que se enquadram neste momento da vida.
A juventude é um período de nossa existência que articula transformações físicas, biológicas, psicológicas, sociais e culturais, ou seja, há transformações no corpo, na estrutura de pensamento, nas formas de se comportar frente novas responsabilidades. É um momento extremamente dinâmico e mutável, levando em conta que a sociedade entende este período como uma fase de transição para a vida adulta. O momento onde se define que futuro terá, a situação social que ira viver junto a família que irá construir, a vida profissional etc. Dessa forma, os jovens sofrem pressões diversas, que incutem o pensamento de que é este o momento crucial para estabelecer o sucesso ou fracasso como ser humano, olhado quase sempre pelo prisma do status quo.
O olhar da sociedade sobre os jovens quase nunca leva em conta as enormes desigualdades existentes. Um jovem pobre e com pais totalmente ausentes em sua formação juvenil e rodeado por uma realidade social excludente e perigosa está em um ponto de partida bem diferente de um jovem com condições econômicas estáveis, que lhe dão a tranqüilidade e estabilidade para traçar um futuro de acordo com suas próprias opções.
O jovem em situação de exclusão não escolheu seu destino, tem as condições de vivência impostas por uma realidade social marcada por relações de extrema exploração, onde se constrói uma realidade desigual e injusta.
É assim que deve entrar o Estado com o papel de elaborar políticas públicas de caráter inclusivo, e que garanta as potencialidades do ser social juvenil. Respeitando suas particularidades individuais e culturais.
No plano legal, foi aprovada em 2011 através da lei 4661, a Política Municipal de juventude, uma articulação intergovernamental que visa dar coesão as políticas de Estado para a juventude, além de garantir em forma de lei as responsabilidades do governo frente as demandas juvenis.
As políticas sociais também avançaram. Quase 400 jovens se formaram no PROJOVEM URBANO, um centro de qualificação profissional prepara jovens para o mercado do trabalho, além é claro de um esforço conjunto que gerou milhares de primeiros empregos só no ano de 2011.
São avanços consideráveis, mas ainda é pouco. É preciso uma integração governamental maior, a ampliação das políticas sociais de redistribuição de renda, maior atenção ao protagonismo juvenil, mais atenção as situações de gênero e sexualidade, que exigem olhar diferenciado, e principalmente a construção de uma rede legal de proteção social aos jovens em situação de risco.
O êxito desta iniciativa depende da correta compreensão do governo frente os desafios de trabalho junto a juventude, assim como a participação mais efetiva dos jovens nas esfera política. Trata-se de um caminho longo e cheio de desafios, mas os primeiros passos foram dados, e é nosso dever seguir neste rumo, aprofundando as mudanças e melhorando a qualidade de vida de nossa juventude.
CRÉDITOS:
Revisão textual: Regina Vilarinhos
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