Por
Adelson Vidal Alves
O
desenvolvimento jurídico e político do cenário nacional obrigam às oposições a
tratarem com seriedade a possibilidade de uma abertura de impeachment contra a
presidente Dilma. Isso por que a opinião pública e as manifestações de rua já
elegeram Dilma como a principal responsável pelo cenário de caos e corrupção em
que passa o país. Resta saber, se os partidos de oposição saberão se conectar
com todo este movimento que cresce no país.
O
primeiro passo foi dado. Hoje, 14 de Abril, o senador Aécio Neves recebeu em
seu gabinete, além do PSDB, lideres de pelo menos 4 partidos oposicionistas:
PPS, Solidariedade, PV e DEM, para discutir o tema do impeachment.
Encontraram-se, ainda, com lideranças dos movimentos anti-governo que vem
mobilizando milhares de pessoas em manifestações de rua nos últimos dias. São
os primeiros sinais de que a voz das ruas começa a se articular com os partidos
e os poderes da República. Pois é sabido, que os movimentos espontâneos, por si,
não conseguirão fazer avançar suas pautas, é necessário a combinação adequada
com as forças que movem o Estado e a política institucional.
Devemos,
antes de tudo, estar convictos que todo este trabalho não está sendo
direcionado por legendas golpistas ou autoritárias do mundo partidário
brasileiro. Os principais partidos de oposição envolvidos são indiscutivelmente
comprometidos com a ordem institucional e o Estado de direito. Não pretendem,
de forma alguma, driblar as instituições, e muito menos quebrar as regras de
jogo. O impeachment é recurso constitucional, e está sendo colocado em pauta
com toda a cautela necessária, que exige atenção não só com as condições
políticas, mas, principalmente, as jurídicas.
Não
se trata de golpismo. Os múltiplos atores anti-governo são plurais, e são
unidos, majoritariamente, pelo sentimento de aversão ao PT e sua forma de governo.
Os grupos realmente golpistas são minoritários, e quando se aproximam dos
partidos, seja por um vazio “fora Dilma” ou por pedido de intervenção militar,
são prontamente rechaçados. Na contramão do discurso governista, não há por
aqui uma “direita golpista” agindo contra democracia, mas sim um movimento
legítimo e diversificado de forças sociais e políticas que convergem na opinião
de que é preciso estancar o sangramento do país pela via que nos permite e
oferece os instrumentos jurídicos da Carta de 88.
O PT
não reúne condições morais e políticas para tirar o Brasil desta grave crise. A
saída pelo impeachment, assim, é cada vez mais real. Exige-se, no entanto, que
a oposição, sobretudo o PSDB, abrace, com o ânimo necessário, os caminhos adequados
e constitucionais para que o atual governo seja destituído do poder, abrindo
caminho para que o país respire ares mais propensos a uma solução nacional e
positiva para a democracia brasileira.
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