Por Adelson Vidal Alves
E não é que apareceram ateus para crucificarem as religiões como culpadas pelo terrorismo? Invocam às cruzadas, a inquisição, a opressão das mulheres em teocracias islâmicas, os conflitos na Irlanda como forma de prova que a crença no divino abastece a irracionalidade e atrasa o processo civilizatório. Sem as religiões, dizem os aparentes discípulos de Richard Dawkins, o mundo seria melhor, as pessoas não seriam alienadas por promessas de vidas futuras felizes no céu, haveria liberdades e avanço científico, que levaria a humanidade ao progresso. Um neopositivismo à vista, quem sabe?
E não é que apareceram ateus para crucificarem as religiões como culpadas pelo terrorismo? Invocam às cruzadas, a inquisição, a opressão das mulheres em teocracias islâmicas, os conflitos na Irlanda como forma de prova que a crença no divino abastece a irracionalidade e atrasa o processo civilizatório. Sem as religiões, dizem os aparentes discípulos de Richard Dawkins, o mundo seria melhor, as pessoas não seriam alienadas por promessas de vidas futuras felizes no céu, haveria liberdades e avanço científico, que levaria a humanidade ao progresso. Um neopositivismo à vista, quem sabe?
O que estranha é o julgamento seletivo. Olham as cruzadas, mas se esquecem dos tantos religiosos perseguidos por defender a democracia e a liberdade. Falam de pastores evangélicos que enganam os fieis, mas se esquecem de Martin Luther King. Criticam padres pedófilos, mas ocultam a vida de doação de um Dom Helder Câmara. Condenam o radicalismo islâmico, mas fingem não ver a oposição pública da maioria das entidades do Islã ao terror.
Se a teocracia é para eles símbolo de opressão e intolerância, deveriam se lembrar da URSS e os governos comunistas do leste europeu, que promoveram perseguição e morte de religiosos, proibindo o culto religioso e abolindo a liberdade de crença. Estima-se que só na União Soviética morreram mais de 10 milhões de cristãos no chamado ateísmo de Estado.
Deveríamos compreender que o que mata é o fundamentalismo e o fanatismo, sejam pelos os que reivindicam falar em nome de Alá, Cristo ou Marx. Seja pela certeza de ser portador da doutrina verdadeira ou de pertencer a uma raça superior. Se a religião promoveu massacres, também foi capaz de incutir sentimento de justiça, de fornecer homens e mulheres que ajudaram a edificar os avanços na humanidade.
O sagrado não é obstáculo para a civilização, o extremismo sim. Diante do terrorismo de todas as cores e cegueiras ideológicas, o que deve ser condenado são as ações que promovem mortes e terror contra a vida humana. Se dizem falar por Deus, como o terrorismo religioso, ou se dizem sequestrar e matar por uma sociedade mais justa, como faz as FARC, o que importa é concluir que é a certeza de que vale tudo para alcançar os objetivos que move consciências intolerantes.
Em todos os casos, o fim da religião não cessaria o fanatismo, apenas criaria outras crenças e outras formas de fanatismo violento. No tribunal da história não há outra sentença a ser dada: Deus é inocente.
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