A morte trágica do presidenciável Eduardo Campos trará- depois do luto- um significativo dilema para seu partido: o PSB. A coligação dirigida pelos socialistas tem 10 dias para decidir se terá ou não candidato a Presidência da República.
Há duas possibilidades claras: a primeira é a desistência da
candidatura, o que seria compreensível diante dos acontecimentos. Como partido
político, terá, no entanto, que se decidir por apoio a uma das candidaturas
colocadas. Nesta primeira hipótese, o apoio à reeleição de Dilma teria mais
força, já que Campos foi a figura que garantiu a unidade dentro do partido, que
se dividiu quanto a escolha de apoiar ou não a presidente. Articulador
talentoso teve sucesso e manteve unido o PSB. Sem ele, será difícil conter
possíveis dissidências, ou mesmo lançar algum outro presidenciável de menor
expressão.
A segunda opção seria a manutenção da candidatura, desta vez
com Marina Silva encabeçando. A ex-senadora, porém, não tem a articulação e a
força que Eduardo tinha dentro do partido. Não se sabe até onde possa ser
possível que ela seja a substituta do pernambucano. Caso vença esta opção, há significativas
vantagens. Marina tem carisma, até maior que Eduardo, é uma figura testada nas
urnas e com capital de 20 milhões de votos. Caso consiga capitanear a comoção
do acontecimento, será uma candidata fortíssima. A princípio ameaçaria mais
Aécio que Dilma, já que a presidente dificilmente não irá a segundo turno. Mas
a petista teria dificuldades de vencer Marina num confronto direto entre ambas,
tendo a última muito mais campo de alianças a se fazer no segundo turno.
A escolha está nas mãos da direção do PSB. A decisão que
tomar influenciará imediatamente na eleição deste ano, que pode assumir
contornos mais extensos ou simplesmente ser encurtada no primeiro turno
eleitoral. No momento, impossível fazer qualquer previsão.
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