quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Orlando Silva e a retórica do golpismo

Por Adelson Vidal Alves

           
           A denúncia do desvio de mais de 20 milhões de reais no Ministério dos Esportes criou mais uma crise política no Governo Dilma. A acusação do Policial militar João Dias ferreira na revista Veja de que o próprio Ministro dos Esportes Orlando Silva comandava um esquema de desvio de verba em beneficio do PC do B logo caiu na mídia como mais um tema constrangedor de corrupção no governo da presidenta petista.
           O Ministro se apressou em prestar esclarecimentos no congresso nacional, afirmando não haver provas contra ele. No plenário um grupo de militantes do PC do B se adiantavam em garantir a inocência de Orlando e acusar mais uma vez a mídia de golpista e agir contra a estabilidade do governo.
            Não há provas contra o Ministro, assim como se presume não haver contra Maluf, Sarney, Antonio Palloci, João Paulo Cunha, livres da justiça inclusive para voltar aos cargos públicos. Há de se lembrar que ainda hoje o presidente Lula diz não haver provas da existência do mensalão.
            Não há duvidas do caráter parcial da mídia, principalmente em relação a revista Veja, historicamente empenhada em perseguir partidos e movimentos populares. Também não se questiona o uso político por parte da oposição e desta mesma imprensa como forma de ferir o governo de Dilma, que assim como o de Lula não nutrem simpatia alguma. Daí imaginar que um belo dia o senhor Dias acordou e montou sozinho toda uma história de garagens, ONGs e dinheiro desviado com o unico fim de se vingar das cobranças de devolução de mais de 3 milhões de reais que o Ministro cobra do PM, é no mínimo ingenuidade.
           Os dirigentes e militantes do PC do B invocam a negritude do Ministro, as raizes nordestinas assim como sua opção ideológica como forma de justificar uma injusta perseguição das "elites" a Orlando Silva. Em outras stuações cobraram investigação e punição, desta vez se antecipam a justiça quanto a inocência do Ministro.
           Com ou sem imprensa golpista, é fato que a cada dia se torna nu a sistematização da corrupção estatal que só vai parar em revistas de direita ou em jornais conservadores pela ausência de uma reforma política forte e democrática que de fato poderia inibir a ações de agentes públicos avarentos e comprometidos com beneficios próprios.
          Orlando Silva deve sim esclarecer as denuncias, e os governistas abandonarem a paranóia da imprensa golpista e cobrar ética de quem fora do poder tanto gritou e hoje se vitimiza como contra-discurso. Se Orlando silva é culpado ou inocente a sociedade precisa saber, através dos fatos e investigações, bem longe da retórica golpista do governo e da politicagem hipócrita da opósição e da imprensa.

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