Por Adelson Vidal Alves
Dilma não é uma boa negociadora política. É mandona, autoritária, não tem o borogodó para fazer os afagos que exigem nossa democracia tropical. Arrogante, se acha a eterna e exclusiva comandante do barco, mesmo quando este esta à beira do naufrágio. Numa dessas, desprestigiou seu vice, Michel Temer, o reduzindo a bombeiro, com a tarefa única de apagar os incêndios que ora o PMDB aprontava no parlamento.
Hoje, fragilizada pela
possibilidade de impeachment, vem sendo alvo de chantagens e pressões de todos
os lados. Michel Temer, dispondo do momento favorável, resolveu-lhe cobrar, em
carta pessoal, o desprestigio que vem sendo lhe oferecido. A epístola combina
lições do jogo político com um apelo magoado por reconhecimento. O Planalto,
em mais uma prova que não podemos subestimar sua capacidade de faze bobagem,
providenciou o vazamento da carta, que jogou Temer para os braços da oposição
pró-impeachment.
A ideia do governo era rotular
Temer como um conspirador golpista, um traidor. Mas a tentativa saiu como um
tiro pela culatra. Isso por que Temer não é um Ministro rebelde, ou mesmo um
deputado da base aliada contrariado pela falta de atenção governista. Mas sim
Vice-Presidente da República, alguém com quem Dilma divide o êxito eleitoral e
suas responsabilidades de governo. Foram eleitos juntos na mesma chapa. Sendo
assim, é impossível separar o governo de sua imagem.
O jeito atrapalhado do Planalto
lidar com a política empurra a presidente para o isolamento, que agora vê sua
base em conflito. Subestimou a força de Temer, e agora tem diante de si a
tarefa urgente de recompor a aliança com Temer e o PMDB, com o risco eminente
de ver uma parte de seus aliados mudarem de lado na batalha do impeachment. Ai as
mudanças de cenário podem ser negativas para Dilma.
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